“O controle de doenças como influenza aviária é fundamental para o Brasil, pois o surgimento de um caso, em qualquer lugar do país, fecharia as nossas fronteiras para a exportação de frango e seus derivados”, explica Carlos Ramalho, superintendente federal de Agricultura em Pernambuco.
Fernando de Noronha recebe controle preventivo de Influenza Aviária
Na segunda etapa serão coletadas amostras de sangue, a serem analisadas pela unidade do Lanagro em Campinas (SP)
Pela primeira vez Fernando de Noronha (PE) recebeu uma equipe de auditores fiscais federais agropecuários para controle e monitoramento de criações de aves, com vistas à prevenção da Influenza Aviária. A iniciativa, realizada nesta semana, coincide com o período em que aves migratórias chegam ao arquipélago como parada em suas rotas.
A mesma ação foi realizada na Ilha de Itamaracá, próxima ao continente, e em municípios vizinhos. A auditora agropecuária Vânia Assis, que chefia a operação em Fernando de Noronha, explica que essa etapa do trabalho inclui o levantamento da criação de aves para subsistência, já que no arquipélago não há produção em escala comercial.
Na segunda etapa, que acontecerá nos próximos dias, serão coletadas amostras de sangue, que serão analisadas pela unidade do Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro) em Campinas (SP). As amostras colhidas em Itamaracá estão em análise e a expectativa é de que os resultados sejam negativos, sem riscos de contaminação.
A Anvisa Pernambuco e Adagro (A Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária do Estado de Pernambuco) também participam da ação, como parceiros locais do Ministério da Agricultura.
Influenza Aviária
No último mês de abril, o AviNews Brasil conversou com Inácio Kroetz, que é diretor presidente da Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná). Segundo ele, toda biosseguridade é necessária para prevenir a Influenza Aviária, devido à capacidade de rápida disseminação do vírus.
“A influenza Aviária é exótica para o Brasil, temos conhecimento de como acontece nos outros países, mas não sabemos como isso se daria na realidade brasileira e não temos nenhum interesse em vir a ter essa experiência, por isso, as ações de biossegurança são de extrema importância”, destacou Kroetz.
Falando sobre as implicações de uma ocorrência de Influenza Aviária no Brasil, o médico veterinário destaca que a primeira delas seria a paralisia do mercado. “A capacidade de estocagem de animais abatidos no Brasil é muito pequena”, observa Kroetz. “Portanto, o frango não poderá mais ser abatido por falta de capacidade de frio, não será possível mantê-lo vivo com conforto e comida no aviário, além de o ciclo de vida dessas aves ser bastante curto”, completa.
Segundo o diretor da Adapar o setor deve estar atento para as medidas de biosseguridade, seguindo à risca as orientações dos serviços veterinários oficiais em relação a evitar visitas nos aviários, evitar o acesso de aves silvestres ao alimento e bebida nos aviários, entre outras iniciativas.
IN 56
Em 22 de fevereiro de 2018 vence o prazo para que os produtores avícolas brasileiros se ajustem às regras da Instrução Normativa no 56 (IN 56) ,que garante maior biosseguridade à produção brasileira. Publicada em dezembro de 2007, a IN 56 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), estabelece procedimentos para registro, fiscalização e controle de estabelecimentos avícolas.
O AviNews Brasil também conversou com o coordenador do Programa de Sanidade de Avícola (PNSA) do MAPA, Bruno Pessamillo, que deu um recado aos produtores avícolas brasileiros. “Fechem suas portas, fechem suas granjas, isolem seus animais, mantenham seus sistemas produtivos seguros para que, ainda que uma ave migratória pouse no Brasil com esse vírus, que ele não atinja o nosso sistema comercial”.
Com informações da Assessoria de Imprensa do Mapa