Saúde Animal

FLORAMAX-B11: alternativa probiótica frente ao desafio de Escherichia coli patogênica aviária (APEC) em frangos de corte

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Para ler mais conteúdo de aviNews Brasil 1T 2023

Fabrizio Matté

Fabrizio Matté

Marcel Manente Boiago

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Patrick Iury Roieski

Patrick Iury Roieski

Diversos são os fatores que fazem com que a avicultura brasileira seja destacada mundialmente. Sem dúvidas, a adequação de fatores relacionados à nutrição, sanidade e bem-estar dos animais colaboraram para o aumento do potencial produtivo e expansão de novos mercados no exterior (OLADOKUN; ADEWOLE, 2020).

Embora a implementação dessas práticas apresente uma adequada relação de custo-benefício, o uso de substâncias à base de antimicrobianos ainda é considerado ferramenta-chave para o controle de patógenos nos plantéis avícolas (ROBERTSON, 2020). Além da finalidade terapêutica, o emprego desses agentes apresenta relação com medidas profiláticas do lote, cujo propósito é atenuar o desenvolvimento de enfermidades bacterianas (FASINA et al., 2016).

Dentre os diversos patógenos que comprometem a sanidade e ocasionam quedas produtivas na avicultura, a Escherichia coli patogênica para aves (APEC) têm apresentado alta prevalência nos últimos anos, pois, além do dano causado aos plantéis, existem preocupações inerentes à medicina humana, uma vez que cepas de APEC carreiam genes de resistência aos antimicrobianos (THOMRONGSUWANNAKIJ et al., 2022).

Um caminho promissor para o aprimoramento do crescimento e da saúde das aves são os aditivos alimentares probióticos. Os probióticos comumente são requeridos na produção animal como microbianos de alimentação direta e caracterizam-se como culturas bacterianas vivas que se instalam no trato gastrintestinal do animal e, idealmente, promovem benefícios ao hospedeiro (SUMMERS; TURNER; TILLMAN, 2022).

Floramax-B11 alternativa contra APEC

Baseado nisso e diante de um cenário onde a produção animal apresenta alto crescimento seguido do constante desenvolvimento, o estudo teve como objetivo avaliar o uso do FloraMax-B11 como aditivo alimentar e seu efeito sobre as variáveis de desempenho de frangos de corte desafiados por APEC.
Floramax-B11 alternativa contra APEC

MATERIAL E MÉTODOS

Previamente à execução do projeto foi realizado um estudo piloto, com objetivo de encontrar uma cepa de APEC que causasse relativa depleção no desempenho produtivo dos animais com baixo índice de mortalidade.

O teste foi elaborado no aviário experimental para frangos de corte da Fazenda Experimental da Universidade Estadual de Santa Catarina (UDESC), localizada no município de Guatambu, Santa Catarina, Brasil (Figura 1).

Floramax-B11 alternativa contra APEC

Foram utilizadas 45 aves machos de uma linhagem comercial, que foram distribuídas em três grupos (boxes de 2 m² com maravalha nova, bebedouros tipo nipple e comedouros tubulares com fornecimento de ração e água ad libitum). Aos 21 dias de idade, os animais foram desafiados com 1 mL de uma APEC conhecida via gavagem, da seguinte forma:

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Os tratamentos foram:

Grupo 1 – controle negativo (animais sem desafio);

Grupo 2 (desafiado com 1,24 x 10⁷ UFC/mL);

Grupo 3 (aves desafiadas com 1,19 x 10⁹ UFC/mL).

A cepa foi obtida a partir do isolamento de campo, provenientes do Laboratório de Medicina Aviária da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Foram avaliadas as variáveis de ganho de peso (GP), conversão alimentar (CA), consumo de ração (CR) e viabilidade (%) aos 35 e 42 dias.

Floramax-B11 alternativa contra APEC

Com base nos resultados encontrados, definiu-se como cepa de maior impacto para as variáveis definidas a UFC de substituir essa parte por: 1,24 x 107 (1 mL), sendo essa a concentração escolhida para uso no experimento.

O experimento foi realizado no aviário experimental para frangos de corte da Fazenda Experimental da Universidade Estadual de Santa Catarina.

Na oportunidade, 240 pintainhos machos de um dia de vida foram distribuídos em um delineamento inteiramente casualizado (DIC) com 3 tratamentos e 5 repetições, contendo 16 aves cada.

O alojamento ocorreu em galpão de pressão negativa, em boxes de 2,0 m², com ração e água fornecidas ad libitum via comedouros tubulares e bebedouros do tipo nipple.

O programa de luz utilizado foi baseado nas orientações do manual da linhagem.

Os tratamentos foram divididos da seguinte forma:

Floramax-B11 alternativa contra APEC

Nos três tratamentos, as aves foram desafiadas aos 14 dias de idade, conforme Figura 2.

Floramax-B11 alternativa contra APEC
Floramax-B11 alternativa contra APEC
Os animais e as sobras de ração foram pesados no alojamento e aos 35 dias, para posteriores cálculos do consumo de ração (CR, kg), ganho de peso (GP, kg) e conversão alimentar (CA). A viabilidade (VIAB, %) foi determinada através da proporção do número final e inicial de aves no período.

Os dados foram submetidos à análise de normalidade de distribuição dos resíduos e, em seguida, pela Análise de Variância (ANOVA). Em casos de diferenças significativas, as médias foram comparadas pelo teste de Tukey (5%).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Constatou-se que houve efeito (P<0,05) dos tratamentos sobre as variáveis de CR e GP. Aves do grupo CP consumiram menos ração (P<0,001) quando comparadas com os tratamentos ATB e PRO (Gráfico 1).

Floramax-B11 alternativa contra APEC

Essa redução de consumo pode estar associada com o impacto gerado após o estabelecimento da APEC no TGI. De acordo com Mellata (2013), após a colonização da bactéria no organismo do hospedeiro, disfunções metabólicas são geradas, implicando na redução do CR e consequente queda no desempenho dos animais.

Outro fator que explica o resultado encontrado se origina a partir do fornecimento de probióticos. O uso desses agentes promove o equilíbrio da microbiota do TGI em situações desfavoráveis, favorecendo o consumo de alimento, especialmente nas fases iniciais (HAMASALIM, 2016).

Floramax-B11 alternativa contra APEC

Na avaliação de GP, os tratamentos ATB e PRO proporcionaram ganhos superiores (P<0,001), diferindo-se estatisticamente das aves do grupo CP (Gráfico 2).

Floramax-B11 alternativa contra APEC

Essa sobreposição no ganho de peso pode estar associada à capacidade que os probióticos apresentam em controlar o crescimento e desenvolvimento de patógenos entéricos (ABD EL-GHANY et al., 2022).

Resultados que fortalecem essa afirmação acerca do controle desses agentes foram encontrados em estudo elaborado pela equipe técnica da Vetanco Brasil em parceria com a Universidade Estadual de Londrina.

Na oportunidade, realizou-se um teste de antagonismo (in vitro) com 35 cepas de APEC’s multirresistentes isoladas de campo, onde se verificou que os Lactobacillus componentes do FloraMax-B11 foram capazes de formar halos de inibição em 100% das amostras testadas conforme apresentado na Figura 3 (VETANCO BRASIL, 2022).

Ao considerar a variável CA, percebe-se que as aves do grupo CP apresentaram resultados numericamente maiores em relação às aves que receberam a suplementação de PRO e ATB (Gráfico 3). A viabilidade das aves não foi afetada significativamente pelos tratamentos (Gráfico 3).

Floramax-B11 alternativa contra APEC
Floramax-B11 alternativa contra APEC

Figura 3. Teste de antagonismo com halo de inibição

CONCLUSÃO

O uso de três doses do probiótico FloraMax-B11 evitou as perdas produtivas induzidas pela inoculação da APEC nos frangos de corte.

O probiótico FloraMax-B11 e o melhorador de desempenho proporcionaram os melhores resultados para as variáveis consumo de ração, ganho de peso e conversão alimentar quando comparados ao grupo controle.

O probiótico FloraMax-B11 se mostrou uma alternativa eficaz para substituir o antibiótico melhorador de desempenho na produção de frangos de corte desafiados com APEC.

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