25 ago 2017

Indústria avícola argentina busca equilíbrio na produção

A indústria avícola argentina continua com uma sobre oferta na produção de carne de frango e ainda não conseguiu um equilíbrio entre consumo interno e mercado exportador.

O presidente do Centro de Empresas Processadoras Avícolas (CEPA), Roberto Domenech, disse que a situação de sobre oferta da produção avícola argentina ainda não conseguiu encontrar um equilíbrio entre o consumo interno e as necessidades de exportação. Por esse motivo, a indústria avícola terá que começar a antecipar as férias de seus trabalhadores, a partir do mês que vem.

Após a crise que afeta a indústria avícola argentina, as empresas começaram a antecipar as férias de seus trabalhadores a partir do mês que vem. Apesar do difícil momento que enfrenta o setor de carne de frango, o presidente do CEPA confia numa melhora nos próximos meses.

Devido à sobre oferta, atualmente as empresas estão comercializando o quilo de frango abaixo do preço que permitiria cobrir os custos de produção. O presidente do CEPA informou que "o setor deveria vender o quilo de frango a $24 (US$1,39), mais IVA ao sair da fábrica, e hoje estamos em $19,50(US$1,13) ou $20(US$1,15), mais IVA no melhor dos casos".

O líder dos produtores reconheceu que algumas industrias tiveram que desarmar suas linhas de produção para reduzir a oferta. Desta maneira, os produtores tentaram encontrar um equilíbrio e diminuir suas perdas.

A situação anterior foi ilustrada em números por Roberto Domenech, ou seja, contra uma produção de 2,12 milhões de toneladas alcançadas em 2016, este ano o setor encerraria com um volume de 2,02 milhões de toneladas. Com isso, a produção diminuiria aproximadamente 100.000 toneladas.

Em 2016, a produção de carne de aves alcançou 2,12 milhões de toneladas, no entanto, estima-se que este ano o setor encerraria com um volume de 2,02 milhões de toneladas.

Entretanto, algumas empresas reduziram a produção, outras o estão fazendo agora e, nesse quadro se inclui o plano de antecipar férias aos trabalhadores. "O setor está muito complicado e há empresas com dificuldades. Se antecipou férias e nos próximos 60 dias haverá mais movimentos deste tipo. O que deveria iniciar em novembro-dezembro se dará nos próximos 15 ou 20 dias", precisou o representante do CEPA ao La Nación.

De acordo com a explicação da Domenech, a redução na produção aplicada na atividade é, entre outros objetivos, "para evitar uma guerra de preços". Nesta linha, apontou: "Algumas empresas fizeram a redução de produção e estão encontrando um equilíbrio. Estamos tratando de evitar a guerra de preços e preservar-nos para adiante, porque isto vai mudar".

A última correção no tipo de câmbio poderia dar maior competitividade às exportações. Segundo os números do Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (SENASA), no primeiro semestre de 2017, as exportações de frango (carne e subprodutos) situaram-se em 106.433 toneladas, 2% menor em relação ao mesmo período do ano anterior.

No primeiro semestre de 2017, as exportações de carne de frango alcançaram 106.433 toneladas, significando uma queda de 2% ante o mesmo período do ano passado – informado no aviNews.

Além disso, o presidente do CEPA disse que havia um preço ruim no mercado interno o mesmo aconteceu com a exportação pelo dólar atrasado. Diante desse cenário, explicou que se teve que optar por perder dinheiro com a exportação.

Da mesma forma, acrescentou Roberto Domenech que "a quantidade exportada não foi suficiente para melhorar o mercado interno e encontrar um equilíbrio. E precisou que a sobre oferta de carne de ave é muito grande". Com o novo valor do dólar na Argentina, ele disse que os produtores: "Esperam que com a variável do tipo de câmbio, possam recuperar".
Espera-se que esse ano finalize com um volume de exportação de carne de frango flutuando entre 220.000 a 225.000 toneladas. Cabe destacar que em 2016 o volume exportado foi de 214.797 toneladas, 12% inferior ao do ano anterior.

Devido à redução da produção, também diminuirá a oferta para o consumo interno. No ano passado, o consumo foi de 45,8 quilos por habitante ao ano. No entanto, este ano deve finalizar com 42 quilos per capta. O dirigente do CEPA destacou que não se pode pedir ao consumidor argentino que consuma mais frango, já que este já atingiu um teto. Sob este cenário, o setor avícola argentino afirma que está tratando de evitar uma guerra de preços para que não se castigue mais a operação das empresas.

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