
Mesmo quando aplicamos todo nosso conhecimento e experiência para a manutenção da integridade intestinal das aves, nem sempre atingimos os resultados esperados. Isso acontece por diversos fatores que interagem entre si e afetam diretamente a integridade intestinal trazendo prejuízos ao negócio.
Antes de seguirmos com esse assunto, é importante entender que a integridade intestinal vai além do aspecto morfológico de vilosidades e criptas. O conceito envolve suas funcionalidades com:
Portanto, integridade intestinal é algo amplo e que conecta diversos órgãos e sistemas.
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Manter a integridade morfológica de vilosidades e criptas intestinais, assim como, suas funcionalidades, tem início ainda no processo de incubação. Afinal, temperaturas elevadas no terço final de incubação (acima de 102°F), afetam o desenvolvimento dos embriões, limitando a absorção dos nutrientes presentes no saco vitelínico (Romanoff, 1935), promovendo o nascimento de pintos de menor qualidade, devido a alteração do metabolismo.
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Ao serem alojados, o desempenho desses pintos será inferior aos demais, deixando o lote desuniforme, ou até mesmo promovendo aumento da mortalidade inicial, devido à maior quantidade de gema residual e maior fragilidade frente aos desafios presentes na granja.
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Afinal, essas aves contam com um sistema imune comprometido e, provavelmente, com uma microbiota intestinal em desequilíbrio (disbiose), o que é agravado pela competição por alimento, onde acabam ingerindo mais cama.
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[pie]Figura 01: Fases da colonização intestinal das aves (reprodutoras, frangos e poedeiras).[/pie]
A fase de colonização é marcada por um aumento significativo da microbiota intestinal, no que diz respeito à riqueza (quantidade) e diversidade (Ocejo et al., 2019).
Afinal, ao nascerem, os pintinhos possuem uma microbiota rudimentar e, em condições normais, somente após o alojamento haverá um aumento significativo da colonização intestinal, devido à ingestão de ração, água e cama.[clear][/clear]
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Ao término da fase de colonização, as bactérias presentes em todos segmentos intestinais, são denominadas bactérias pioneiras (Rodrigues et al., 2020). Nem sempre todas bactérias pioneiras farão parte da microbiota permanente das aves, mas, certamente, elas são de extrema importância para manutenção da integridade intestinal, assim como, para o controle de enterobactérias como salmonelas paratíficas.
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Com o início da fase de maturação, a microbiota intestinal passará por importantes transformações. Nela, ocorre a diferenciação da microbiota ao longo do intestino, juntamente com a maturação das funções intestinais que:
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Sendo assim, a microbiota intestinal de aves jovens passa por grande variação até estabelecer o seu equilíbrio (Stanley et al., 2015; Stanley et al., 2016; Willson et al., 2018). Desta forma, ao término da fase de maturação, cada segmento intestinal será colonizado por diferentes gêneros bacterianos.
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A partir da terceira semana de vida, tem início a fase de manutenção da eubiose, ou seja, do equilíbrio da microbiota intestinal.
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Já os cecos são colonizados por uma maior riqueza e diversidade de gêneros bacterianos (Wang et al., 2017; Rychlik, 2020), principalmente, por bactérias anaeróbias produtoras de ácidos graxos de cadeia curta (Franzosa et al., 2015).
A comunicação química da microbiota intestinal é chamada de quorum sensing. Através dele, os microrganismos se comunicam com objetivo de manter em equilíbrio as comunidades bacterianas e, respectivamente, a integridade intestinal (Zang et al., 2021).
Mas, como citado no início deste artigo, diversos fatores colocam em risco a integridade intestinal das aves. Fatores infecciosos ou não, fazem parte do processo de criação de reprodutoras, frangos e poedeiras.
A modulação da microbiota é o melhor caminho para alcançarmos a integridade intestinal.
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Mas, é importante que ela comece o mais cedo possível, ou seja, ainda no incubatório, com uma microbiota pioneira composta por bactérias probióticas, ou seja, bactérias que irão favorecer os ganhos zootécnicos e o sistema imune (Canani et al., 2016; Pedroso et al., 2016; Donaldson et al., 2017; Rubio, 2018), e não por possíveis bactérias patogênicas, que podem estar presentes na ração, água, ambiente e cama dos aviários (Lu et al., 2003).
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