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Como atua a líder mundial em processamento de frangos?

Escrito por: Priscila Beck
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Joanita Karoleski: ¿Cómo actúa el líder mundial en procesamiento de pollos?

Conteúdo disponível em: Español (Espanhol)

Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, a edição da aviNews de março traz uma entrevista com Joanita Karoleski, que possui mais de 20 anos de experiência nos segmentos de agronegócio e alimentos e, desde setembro 2015, é presidente da Seara.

Presente no mercado brasileiro há mais de 60 anos, desde 2013 a Seara é uma das empresas da JBS S.A. A companhia oferece um amplo portfólio nos segmentos de carnes de aves in natura, alimentos preparados e refeições prontas e congeladas.

Em 1975, pela primeira vez, a Seara exportou 240 toneladas de frango para o Kwait, sendo essa sua primeira transação internacional. Em 1982 foi a primeira empresa brasileira a exportar carne de frango para a Europa e hoje chega a mais de 100 países.

Em 2016 a empresa abateu 5,7 milhões de aves por dia, gerando 64 mil empregos diretos e contando com mais de 9 mil integrados. Veja o que nos disse Joanita Karoleski sobre os temas que ocupam a  pauta de debates da avicultura.

aviNews – O uso responsável de antibióticos é uma discussão mundial. Como ele é abordado entre o corpo técnico que determina as ações da Seara e com os produtores que abastecem a empresa?

Joanita Karoleski – A Seara possui uma política de uso de antibióticos muito rígida, seguida em todas as plantas há várias décadas. Os controles, as definições, restrições e estratégias de uso são definidos pelo time corporativo de médicos veterinários especialistas.

A empresa atende a legislação brasileira, dos mercados importadores e, inclusive, requerimentos específicos de clientes que são referências globais no tema.

De acordo com o contrato de parceria, os integrados somente podem usar produtos fornecidos pela equipe da Seara, mediante avaliação do lote por um médico veterinário especialista e sob sua prescrição.

Existe controle sobre o que é usado e garantia de rastreabilidade em toda a cadeia produtiva. Além dos controles oficiais sobre o uso de medicamentos, a Seara possui o seu próprio programa de monitoramento  de resíduos em produtos cárneos para garantir total conformidade e confiabilidade para seus produtos.

AN – Como a Seara vê a questão do bem-estar animal na produção de frangos?

JK – A Seara segue os mais rigorosos padrões de bem-estar animal e investe constantemente em treinamentos de toda a equipe de agropecuária, indústria e produtores integrados. Os padrões seguidos pela Companhia atendem aos critérios dos clientes mais exigentes do mundo.

A empresa possui check lists para monitorar indicadores desenvolvidos com base nas legislações vigentes, exigências de clientes e certificações nacionais e internacionais.

A Seara também mantém um Comitê que é  responsável por implementar e monitorar as ações de bem-estar animal, assim como diversos  projetos especiais.

Como o bem-estar físico e comportamental dos animais é afetado pela sua capacidade de expressar seu comportamento  natural, trabalhamos com uma ação cujo foco é no Enviromental Enrichment, provendo elementos naturais para garantir o ambiente mais natural na criação das aves.

Temos também a linha de frango free range Nhô Bento, que é feita com frangos criados soltos. Já a Seara DaGranja é uma linha de cortes de aves criadas sem antibióticos e alimentadas com ração 100% vegetal. A empresa atua de forma alinhada aos mais rigorosos e sofisticados padrões internacionais de qualidade, com  certificado de bem-estar animal.

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AN – Salmonella é um tema muito sensível no setor avícola. Como a Seara aborda essa questão?

JK – Há muitos anos, a Seara mantém programa de controle que engloba todos os processos  produtivos e inclui uma série de procedimentos, controles e análises laboratoriais que monitoram toda a cadeia.

A Seara possui uma estrutura laboratorial muito robusta, sendo boa parte voltada para a prevenção e o controle de Salmonella. A Companhia mantém um Comitê corporativo que trata do tema, composto por executivos da alta liderança da empresa, e cada unidade tem o seu comitê para tratar do tema.

Especificamente falando de União Europeia, a Seara vem mantendo os embarques para esse importante mercado, em função desse trabalho de controle sério e rígido dos nossos processos produtivos.

AN – Qual o principal desafio enfrentado pela Seara na produção de carne de frango, em termos de nutrição animal?

JK – Nossas aves são alimentadas com rações balanceadas, que buscam assegurar o máximo desempenho e garantir aspectos como saúde animal e bem-estar animal ao longo de todo o processo produtivo.

A Seara entende que a melhoria contínua dos processos, notadamente por meio da adoção de novas tecnologias em sinergia a boas práticas  de produção, estruturas e equipamentos desenvolvidos planejados para atender a elevados padrões de necessidades dos clientes e excelência na busca de mão de obra qualificada, asseguram um melhor ambiente, que estimula os animais a expressarem todas as suas potencialidades zootécnicas de saúde e bem estar-animal.

A inovação também faz parte da rotina da Seara, e a empresa está sempre buscando novos ingredientes, testados em granjas experimentais, de modo a proporcionar o incremento constante de saúde e bem-estar animal das nossas aves.

AN – A Seara é detentora da primeira unidade produtora de frango de corte do mundo com certificação de compartimentação. Como se deu esse trabalho e há planos futuros para novas compartimentações?

JK – A empresa vem trabalhando no compartimento em Itapiranga (SC) desde o início de 2007, quando ABPA, Mapa e OIE começaram a tratar o tema e definiram que seria feito um projeto-piloto abrangendo desde matrizes até a produção.

A Companhia se sente orgulhosa de ter participado da implantação e ajudado a descrever e detalhar o processo, com elevado nível de biossegurança. Com a certificação pelo Mapa em 2018, a planta ganhou status sanitário diferenciado, reduzindo o risco de sanções comerciais impostas ao Brasil por mercados externos no caso de eventos sanitários relevantes.

Mais do que isso, o reconhecimento comprova que foram feitos investimentos importantes em processos de qualidade, atendendo aos mais elevados níveis de exigência do mercado internacional e consolidando a Seara como referência na indústria alimentícia.

Para o futuro, a Seara já vem estudando e implementando ações para expansão do projeto de compartimentação, priorizando plantas conforme critérios internos e estratégicos. Além da compartimentação, a Seara vem desenvolvendo um projeto de regionalização da produção, também com o objetivo de melhoria dos parâmetros de biosseguridade.

A Companhia acredita e aposta nos benefícios e diferenciais que essas iniciativas nos trazem junto ao mercado global de alimentos, não só no que tange a biossegurança dos nossos processos de produção, mas como uma empresa que prioriza a qualidade dos seus produtos.

AN – A grande aposta da Seara é o mercado internacional?

JK – Os produtos Seara chegam a mais de 100 países, com uma estratégia de estabelecer um relacionamento mais próximo e transparente com os parceiros e consumidores globais, com fortalecimento da estrutura comercial no exterior.

Aproximadamente metade do volume produzido em todas as categorias segue para o exterior, com destaque para a crescente demanda por produtos mais elaborados e customizados, com valor agregado maior.  Existem diretorias comerciais e estruturas próprias para atendimento de clientes em sete diferentes mercados internacionais, incluindo China, Japão, Cingapura, Europa (Holanda e  Reino Unido), Emirados Árabes Unidos e África do Sul.

No Chile contamos com uma empresa para a venda de nossos produtos, assim como no México temos parceria com a Pilgrim’s Mexico para as vendas no mercado local.

Também contamos com importantes parceiros responsáveis pela venda dos produtos Seara em plataformas internacionais de e-commerce, como o JD.com, que iniciou a comercialização de itens do nosso portfólio em junho de 2018 e o  gigante global Alibaba, cuja parceria foi firmada em novembro do último ano, durante a primeira edição da China International Import Expo.

O lançamento dos sites ajuda a empresa a ganhar mais visibilidade junto aos clientes internacionais, tanto no segmento de food service (www.searaprofessional.com), quanto os consumidores finais (www.searainternational.com).

AN – De que maneira os nichos de consumo influenciam a produção de carne de frango da Seara?

JK – Ganham espaço cada vez mais os produtos pautados na inovação, que reúnem atributos como sustentabilidade, qualidade, saudabilidade, praticidade e funcionalidade. Por isso, a estratégia de negócios contempla diversificação do mix de produtos, priorizando itens de maior valor agregado.

A linha Seara DaGranja representa uma inovação no setor de alimentos ao oferecer ao consumidor os cortes de aves criadas sem antibióticos e alimentadas com ração 100% vegetal. Trata-se também da primeira empresa alimentícia brasileira a oferecer frangos naturais para o Oriente Médio – a exportação ao mercado externo teve início em novembro de 2018, após a consolidação no mercado brasileiro e as devidas adequações para consumidores globais.

Essa linha de cortes de aves também conta com os mais rigorosos e sofisticados padrões internacionais de qualidade, com certificado de bem-estar animal. A linha recebeu um importante reconhecimento internacional, em Paris, durante a última edição da SIAL, destaque no display Innovation Selection 2018, que reúne as principais inovações do mundo no segmento.

A linha também é finalista ao prêmio Gulfood Innovation Award, na categoria “Produto de Carne Bovina ou de Ave Mais Inovador” (Most Innovative Meat or Poultry Product). No Brasil, a linha conquistou a 3ª posição na categoria Produto Alimentício Mais Inovador de 2018, na premiação Fi Innovation Awards, organizada pela FiSA (Foodingredients South America).

Já a nova categoria de refeições Seara Rotisserie, feita a partir da tecnologia PowerVac, exclusividade da marca, preserva o sabor e frescor dos ingredientes sem necessidade de adição de conservantes, corantes e aromatizantes.  Outro exemplo é a expansão do portfólio com a tecnologia IQF de rápido congelamento individual de cada corte de carne, em embalagem abre-fecha, que permite descongelar somente o que for ser consumido.

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