26 mar 2018

SC sedia primeira compartimentação do mundo em avicultura de corte

Segundo ABPA, o próximo passo é blindar todo o material genético avícola do Brasil

Com a certificação, no último dia 14/3, da unidade produtora de carne de frango da Seara Alimentos de Itapiranga, o estado de Santa Catarina passou a ser sede da primeira compartimentação do mundo em frango de corte. A iniciativa garante blindagem sanitária para um complexo que abrange 21 núcleos de granjas de matrizes, dois incubatórios, a fábrica de rações de São Miguel do Oeste, 283 granjas de frangos de corte e três fábricas de maravalha de madeira.

A conquista reuniu autoridades, na manhã desta segunda-feira (26/3), na sede da Federação das Indústrias no Estado de Santa Catarina (FIESC), em Florianópolis (SC).

De acordo com o secretário da Agricultura e da Pesca, Airton Spies, a biosseguridade é um dos fatores que diferencia Santa Catarina na conquista e ampliação de mercados. “Para termos produção nós temos que ter acesso a mercados competitivos e esses mercados são cada vez mais exigentes quanto à segurança alimentar e à sanidade dos animais. A biossegurança irá nos diferenciar no meio da multidão”, destaca.

O diretor de Relações Institucionais da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ariel Antônio Mendes, afirmou que as expectativas são muito grandes. “A competência da defesa agropecuária de Santa Catarina é reconhecida internacionalmente e não é à toa que o estado vem conquistando os mercados mais competitivos do mundo. Nossa intenção agora é blindar todo o material genético do país”.

O presidente da Associação Catarinense de Avicultura (ACAV), José Antônio Ribas, explicou que o novo modelo produtivo traz ainda mais segurança sanitária para a avicultura catarinense e demonstra a busca incessante pela qualidade dos produtos. “A compartimentação blinda o setor contra possíveis doenças e traz uma capacidade de resposta muito mais rápida frente a qualquer evento epidemiológico. Isso mostra a competência do setor produtivo sempre em busca de qualidade e segurança alimentar”, ressaltou Ribas.

 

A compartimentação 

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O projeto de Compartimentação visa dividir a população de aves em subpopulações com o objetivo de aumentar o controle sanitário das aves, com aplicação mais rigorosa de normas de biosseguridade, análises de riscos frequentes e com um sistema de rastreabilidade. A vigilância é aplicada aos planteis internos e aos animais suscetíveis do entorno das unidades compartimentadas.

O certificado de Compartimentação para a Influenza Aviária e Doença de Newcastle foi entregue à Seara, em 14/3, pelo Secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Eumar Novacki, na sede da ABPA, em São Paulo (SP), quando também houve a certificação da unidade de genética de ovos da Hy-Line, de Nova Granada (SP).

A unidade da Seara Alimentos de Itapiranga trabalhará com um sistema de produção fechado, no qual os ovos, os pintainhos, o abate e os caminhões de ração devem circular dentro de um compartimento. O frango precisa nascer, se desenvolver e ser abatido dentro de uma unidade geográfica – no caso, 28 municípios do Extremo- Oeste catarinense.

A intenção é reduzir o risco de introdução de doenças, aumentar a qualidade dos produtos e garantir a segurança alimentar dos consumidores. A expectativa é de que a compartimentação traga maiores ganhos na exportação de aves. Representantes de países importadores devem visitar o Estado para reconhecer esse sistema como um diferencial das carnes catarinenses. 

A unidade da Seara de Itapiranga  tem capacidade de abate de 200 mil aves por dia e exporta para os países mais exigentes do mundo como União Europeia, Reino Unido, Rússia, Japão e Arábia Saudita. Implantar a compartimentação em Itapiranga exigiu o trabalho conjunto do Mapa, Secretaria de Estado da Agricultura, Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) e iniciativa privada.

Desde 2007, quando se candidatou junto à OIE para a compartimentação no setor avícola, o Brasil vem trilhando um caminho de pioneirismo em relação ao sistema. Já em 2008 as discussões no país passaram a contar com o apoio do órgão internacional de saúde animal.

Com informações da Assessoria de Imprensa da Secretaria Estadual de Agricultura de SC

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