12 abr 2017

MAPA se diz em estado de guerra em relação à Influenza

Ministério solicita maior engajamento do setor produtivo e endurece normas para ampliar biosseguridade.

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O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) está em estado de guerra em relação à Influenza Aviária. A afirmação foi feita pelo representante do Departamento de Saúde Animal (DAS) do MAPA, Bruno Passamilio, durante o Seminário paulista de atualização sobre Influenza Aviária, realizado em Campinas (SP), na última terça-feira (11/4).

O representante o Ministério da Agricultura falou sobre a revisão da Instrução Normativa no 10, publicada em 22 de fevereiro último, dando o prazo de um ano para que os avicultores que ainda não se adequaram às determinações da IN 56/07, o façam. “Ou o produtor se adequa e garante a biosseguridade de sua propriedade dentro do prazo de um ano, ou não consegue mais a emissão de GTA (Guia de Trânsito Animal)”, alertou.

Passamilio ainda chamou a atenção dos cerca de 200 técnicos presentes no auditório do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), para a necessidade de o setor produtivo estar preparado para uma situação de emergência. “A gente precisa ter o setor produtivo perfeitamente alinhado ao serviço oficial, com estratégias definidas, planos de contingência, para que possamos executar um plano de emergência efetivo”, salientou.

Durante o Seminário foram apresentadas as experiências vividas pelos Estados Unidos, Ásia, Europa e África no enfrentamento à doença. Segundo dados apresentados por Andrew Rhorer, ex-presidente do National Poultry Improvement Plan (NPIP), em 2015 foram sacrificados 7,5 milhões de perus e 41 milhões de aves de postura nos EUA.

O país, que enfrentou uma nova ocorrência de Influenza Aviária durante o último inverno, ainda segundo Rhorer, em 2015 teve as portas fechadas por 17 países para seus produtos avícolas. Segundo o especialista, um caso de influenza em uma ave de fundo de quintal levou à eutanásia nove milhões de aves em Minnesota.

Bruno Passamilio, representante do Departamento de Saúde Animal (DAS) do MAPA.

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“Estamos tendo a chance de acompanhar a experiência americana, do México, da Ásia, estamos vendo como o Chile está enfrentando, enfim, estamos tendo a oportunidade de aprender sem passar pelo problema”, destacou Passamilio. “Os Estados Unidos agora baixaram um regulamento de biosseguridade, enquanto o nosso está comemorando dez anos em 2017, portanto, se a gente tivesse feito o nosso dever de casa, estaríamos muito mais tranquilos agora”, completou.

Além da atualização da legislação, o MAPA também está trabalhando o prazo de 20 dias de intervalo entre lotes para a desinfecção e limpeza dos galpões antes do realojamento. A compartimentação é outra medida que vem sendo adotada no Brasil, sendo que há uma iniciativa com certificado sanitário emitido em 2016 e outras tratativas em andamento para ampliar a prática.

O Plano de Prevenção e Controle de Influenza passou por um processo de revisão, com consulta pública, e a expectativa é de que seja publicado ainda na metade do ano de 2017. “Está tudo atualizado conforme os padrões que vocês puderam conhecer hoje, dos Estados Unidos, da União Europeia, com atualização dos nossos protocolos”, afirmou Passamilio.

Também está em processo de revisão o Plano de Vigilância e, em estágio avançado, a ampliação da capacidade laboratorial do país. Segundo Passamilio, o Ministério da Agricultura contava, até o mês passado, com apenas um laboratório da rede oficial e hoje são dois (São Paulo e Rio Grande do Sul), sendo que um é referência da Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) na América do Sul.

O representante do Ministério informou ainda que está em andamento um projeto para que cinco, dos seis Laboratórios Nacionais Agropecuários estejam aptos a fazer diagnóstico de Influenza Aviária e Newcastle. “Paralelamente, o Ministério liberou ainda o diagnóstico molecular de Influenza e Newcastle para laboratórios credenciados públicos”, acrescentou Passamilio.

A definição de protocolos seguros de importação e exportação foi outro ponto levantado pelo representante do MAPA, que salientou ainda a identificação e fiscalização de bagagens em aeroportos. Um plano de capacitação está sendo trabalhado pelo Poder Público em parceria com a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), e reforçado o programa de emissão de alertas.

“O DAS está adotando e vai ficar cada vez mais forte o conceito de que quem tem menor biosseguridade, vai ser tratado com maior risco sanitário e vai ter cada vez mais controles e restrições em vigilância”, salientou Passamilio. “Até chegar ao ponto onde quem não tem biosseguridade, terá alto risco sanitário e, por isso, não irá funcionar”, concluiu.

O Seminário foi realizado a partir de uma iniciativa da ABPA, da Associação Paulista de Avicultura (APA), do Instituto Ovos Brasil (IOB), da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA).

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