06 mar 2018

Mapa se une a embaixadas brasileiras para evitar embargos

Antes mesmo da Operação Trapaça ser deflagrada, o Mapa já havia proibido sete unidades da BRF, Seara (JBS) e Aurora de exportar a 12 mercados, entre os quais União Europeia, Rússia, Cingapura e África do Sul

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) está agindo em parceria com as embaixadas brasileiras nos países que importam carne de frango do Brasil com o objetivo de evitar possíveis embargos. A informação foi passada ontem (5/3), pelo ministro Blairo Maggi, ao jornal Valor Econômico.

Na manhã da última segunda-feira (5/3), a Polícia Federal (PF) deflagrou a 3ª fase da Operação Carne Fraca, denominada Operação TrapaçaO alvo principal desta operação é a fraude nos resultados de análises laboratoriais relacionados ao grupo de bactérias Salmonella spp.

Segundo Blairo Maggi, no mesmo dia em que a operação foi deflagrada, comunicados foram enviados pelo Mapa às embaixadas brasileiras em todos os países importadores da carne de frango nacional, com esclarecimentos sobre a Operação Trapaça.

"Na Carne Fraca, deflagrada em março de 2017, uma das grandes reclamações que ouvi dos países é que demoramos para informar. Mas hoje [ontem] a primeira coisa que fiz foi avisar nossos postos diplomáticos", declarou ao Valor Econômico o ministro, que disse não acreditar que haverá embargos em série desta vez.

A missão dada aos embaixadores é informar aos respectivos governos que o Ministério da Agricultura já havia identificado, recentemente, inconformidades com os índices de salmonela na carne de frango exportada. E, antes mesmo da Operação Trapaça ser deflagrada, já havia proibido sete unidades da BRF, Seara (JBS) e Aurora de exportar a 12 mercados, entre os quais União Europeia, Rússia, Cingapura e África do Sul.

Segundo o Valor Econômico, a União Europeia começou a cobrar, ontem mesmo, explicações do governo brasileiro sobre a nova etapa da Carne Fraca para decidir se adotará ou não medidas adicionais sobre a importação da carne brasileira. Segundo o jornal, Anca Paduraru, porta-voz da divisão de Saúde e Segurança de Alimentos da UE, informou que a Comissão Europeia, se preparava para enviar carta às autoridades brasileiras sobre a questão.

Atualmente, segundo a porta-voz, a certificação pré-exportação adicional e os controles reforçados nas fronteiras da UE permanecem em vigor para carnes brasileiras, para garantir a segurança dos produtos importados pelo bloco comunitário. "A Comissão Europeia poderá adotar medidas adicionais no futuro ser for necessário à luz de outras informações que podemos receber", declarou Anca ao VE.

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Em 2017, as importações totais de carne de frango da UE caíram 11%, mas as compras de produtos oriundos do Brasil recuaram 20%. Atualmente, a carne de frango brasileira destinada à União Europeia é duplamente controlada.

Primeiro, no Brasil, onde tem que receber um certificado oficial, depois quando chega nas fronteiras do bloco, onde 100% das cargas são checadas. Como a carne bovina, a de frango também é submetida a exames microbiológicos.

Salmonella

A presença da bactéria salmonela é comum, principalmente em carne de aves, pois faz parte da flora intestinal desses animais. No entanto, quando utilizados os procedimentos adequados de preparo minimizam os riscos no consumo da Salmonella, uma vez que a bactéria é destruída em altas temperaturas, como frituras e cozimento.

Dentre os mais de dois mil sorovares (espécies de Salmonella), existem dois de preocupação para a saúde animal e dois de saúde pública, que devem desencadear medidas específicas dentro das granjas avícolas e nos produtos sabidamente positivos para salmonela, visando a melhoria do manejo, a redução de riscos do campo à mesa do consumidor final.

Com informações do Jornal Valor Econômico e do Mapa

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