A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) solicitou ao governo brasileiro propor cotas permanentes para poder exportar carne de aves e suína ao México, como parte da renegociação do Acordo de Complementação Econômica Número 53 (ACE 53) entre os países.
06 set 2017
México deve aumentar importações de carne de frango brasileira
O México está em renegociações para aumentar as importações de carne de frango brasileira devido à incerteza do NAFTA.
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O México estaria disposto a aumentar as importações de carne de frango brasileira devido ao déficit do produto e à instabilidade provocada pelos EUA ante sua eventual saída do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA sigla em inglês).
Durante o primeiro semestre de 2017, o México importou 47.148 toneladas de carne de frango brasileira, representando uma alta interanual de 17,4%, como parte de uma cota unilateral que o Ministério da Economia mexicano abriu, livre de tarifas, por 300.000 toneladas anuais a partir de maio de 2013.
A iniciativa brasileira aconteceu durante a Sétima Rodada de Negociações para a Extensão e Aprofundamento do ACE 53 entre o México e o Brasil, realizada entre 29 e 31 de agosto de 2017, na Cidade do México.
Diante dessa proposta, o Ministério da Economia mexicano revisará o tratado comercial com o Brasil, o que lhe permitiria a exportação de mais carne de frango ao México. O vice-presidente de mercado da ABPA, Ricardo Santin, destacou que será feita uma oferta complementar às necessidades de carne de frango e suína do México.
O titular do Ministério da Economia do México, Ildefonso Guajardo, destacou que uma das alternativas do México para fazer frente a uma eventual saída dos Estados Unidos do Tratado de Livre Comércio da América do Norte é fortalecer seus laços comerciais e de abastecimento com outros parceiros da região latino-americana.
Ricardo Santin afirmou que não existe risco de as exportações brasileiras de carne de frango crescerem bruscamente, argumentando que o Brasil contribuiu com cerca de 16% da cota, devido ao mercado mexicano ter demandado apenas essa quantidade.
O Ministério da Economia do governo do México emitiu um comunicado à imprensa, expressando que como resultado das reuniões da Sétima Rodada de Negociação para a Extensão e Aprofundamento do Acordo de Complementação Econômica No. 53 (ACE 53), realizada na Cidade do México de 29 a 31 de agosto, México e Brasil alcançaram avanços em temas relacionados com serviços, a ampliação das preferências tarifárias, o aprofundamento dos níveis de preferência do atual ACE 53, regras de origem, facilitação do comércio, assim como o fortalecimento das regras de comércio internacional.
O Subsecretário de Comércio Exterior, Juan Carlos Baker, e seus colegas do Brasil, o Subsecretário Geral da América Latina e Caribe, Paulo Estivallet, e o Secretário de Comércio Exterior, Abrão Arabe Neto, concordaram com um roteiro que reflete os compromissos assumidos por ambos os governos, e que estabelece os passos a seguir na negociação.
Ambos os países concordaram em celebrar a VIII Rodada de Negociação no último trimestre de 2017 em Brasília para concluir as negociações o mais rapidamente possível.
Ao término da Sétima Rodada, a equipe de negociação do Ministério da Economia se reuniu com representantes dos setores produtivos nacionais, com o objeto de informar sobre os avanços no processo de negociação do ACE 53.
O Brasil é o 1° parceiro comercial para o México na América Latina, assim como o 2° destino de exportações e 1° fornecedor das importações mexicanas provenientes da região.
Os resultados desta renegociação do acordo comercial entre representantes do México e Brasil serão retomados no último trimestre deste ano. Esta seria uma das soluções que estão balizando o governo mexicano diante do cenário incerto apresentado pelos Estados Unidos frente ao NAFTA.