Neste último ponto, concentra-se agora a discussão devido ao lamentável fato de o setor avícola não poder iniciar nenhum processo de exportação já que a doença de Newcastle não foi erradicada e o governo não adotou as medidas necessárias para executar um plano de vacinação dentro do prazo consensuado. Para os produtores, a exportação de carne de frango seria uma solução para a sobreprodução, assim seus produtos não abasteceriam apenas o mercado interno e seria possível recuperar as perdas que enfrentam a cada ano.
Newcastle freia exportação de carne de frango na Bolívia
A superpopulação de frango se veria solucionada com a possibilidade de exportar o produto. Lamentavelmente, isto é impossível sem a erradicação da Newcastle.
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Para os avicultores bolivianos, a solução dos problemas de sobreprodução de frangos e em paralelo a crise do setor se resolveriam com a exportação do produto. No entanto, o setor avícola necessita cumprir com os padrões dos mercados internacionais e erradicar definitivamente a Newcastle das granjas do país. Por isto, os avicultores insistem com o governo para que cumpra com um programa departamental zonificado num futuro próximo.
A crise do setor avícola boliviano já foi abordada pela aviNews, quando se mostrou os diferentes aspectos que afetam este segmento produtivo sob o ponto de vista dos envolvidos. Resumidamente, na Bolívia existe uma sobreprodução de frangos que satura o mercado, o que tem levado os produtores a baixar os preços da carne de frango; a persistente alta do custo dos insumos para alimentar as aves; a desaceleração do consumo per capta de carne de frango já que este não é proporcional ao crescimento da população, destacando que o consumo é de 38 kg por habitante ao ano (não tem variado nos últimos oito anos) ; e por último, porém não menos importante, os avicultores têm solicitado ao governo que os respalde e apoie na busca de mercados para a exportação de carne de frango.
Com relação a isto, os avicultores de Cochabamba reclamam um plano integrado de vacinação para erradicar a Newcastle. Não obstante, o presidente da Associação de Pequenos e Médios Avicultores de Cochabamba (ASPYMAD), Héctor Cordero, indica que não existe nenhum plano com estas características, apesar da intenções do Ministério de Desenvolvimento Rural e Terras que pretende reduzir para três anos a execução do programa nacional.
O presidente da ASPYMAD também informou ao diário Los Tiempos, que o Serviço Nacional de Sanidade Agropecuária e Segurança Alimentar de Cochabamba (SENASAG) sofreu um recorte orçamentário de 500 mil bolivianos (US$72.133) desde 2015, afetando o desenvolvimento de programas de vacinação departamentais. “Lamentavelmente, em vez de ter o apoio para obter as imunizações de algumas instituições que estão dentro deste tema, o SENASAG e outras instituições têm sofrido cortes orçamentários”. Além disso, acrescentou que até 2014 se observaram esforços do governo para erradicar a Newcaslte que culminaram, um ano depois, nos cortes econômicos.
Na mesma direção, o assessor geral da Associação de Avicultores de Cochabamba (ADA), Fernando Quiroga, recordou que no último 4 de maio o ministro de Desenvolvimento Rural e Terras, César Cocarico, levantou a possibilidade de encurtar em dois anos o programa para declarar a Bolívia livre da Newcastle, de cinco para três anos.
O presidente da ASPYMAD se mostra pessimista ante à atual realidade, já que diante dos cortes orçamentários, não haverá pessoal técnico nem dinheiro para a vacinação. Por isso, adverte que nem sequer em três anos se poderá erradicar a doença de Newcastle.
Apesar de seu pessimismo, os avicultores cobram o governo para planejar um programa departamental zonificado para erradicar definitivamente a doença de Newcastle, e assim poder escoar a sobreprodução de frangos para o mercado exterior, cumprindo com os padrões produtivos exigidos.