Segundo a ABPA, os bloqueios dos caminhoneiros seguem impedindo o fluxo de produtos, aves e ração para a avicultura e a suinocultura do Brasil. Levantamento feito pela entidade junto a seus associados aponta que caminhões com rações, insumos para a produção da alimentação animal (como milho e soja) e outros produtos são impedidos de circular em mais de 300 pontos de 22 estados pelo País.
28 maio 2018
Número de aves mortas sobe para 70 milhões segundo ABPA
Apesar de o governo federal ceder às exigências do movimento, paralisação foi mantida em centenas de rodovias do país
O número de aves mortas por falta de alimentação já chega a 70 milhões no 8o dia da paralisação dos caminhoneiros, segundo nota da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal). Na noite do último domingo (27/5), em pronunciamento, o presidente Michel Temer anunciou novas medidas acertadas com os caminhoneiros, porém a paralisação foi mantida em centenas de pontos do Brasil.
Entre as medidas anunciadas está a redução do preço do óleo diesel em R$ 0,46 por litro nas bombas dos postos de combustíveis por 60 dias. Outra medida é a isenção da cobrança de pedágio para os caminhões que circularem com eixo suspenso em todo o país.
As medidas chegaram a ser publicadas em Diário Oficial da União, na madrugada desta segunda-feira (28/5), porém, segundo informações da Polícia Rodoviária Federal, às 14h de hoje havia 556 pontos de bloqueio em rodovias federais, em sua maioria bloqueios parciais.
“Além dos bloqueios, há relatos de ameaças a motoristas que querem deixar a paralisação“, informa a nota. “Volumes próximos de 120 mil toneladas de carne de frango e de carne suína deixaram de ser exportados desde o início da greve“, completa.
A ABPA informa que os animais mortos são colocados em composteiras nas próprias propriedades, mas o sistema já está no limite. “O risco ambiental e de saúde pública é crescente e cerca de 1 bilhão de aves e 20 milhões de suínos ainda estão em risco de morte como consequência direta dos bloqueios“, informa a nota.
“Todos os esforços estão sendo realizados por avicultores, técnicos do setor, colaboradores da cadeia produtiva (inclusive motoristas que não concordam com a continuidade da greve) para diminuir os graves impactos causados pela paralisação. A situação é alarmante para todo o setor. A continuação dos bloqueios para produtos alimentícios, rações e animais são um grave risco ao País e exigem uma ação forte e imediata do governo. Não é mais possível esperar.”