Segundo a ABPA, os bloqueios dos caminhoneiros seguem impedindo o fluxo de produtos, aves e ração para a avicultura e a suinocultura do Brasil. Levantamento feito pela entidade junto a seus associados aponta que caminhões com rações, insumos para a produção da alimentação animal (como milho e soja) e outros produtos são impedidos de circular em mais de 300 pontos de 22 estados pelo País.
Número de aves mortas sobe para 70 milhões segundo ABPA
Apesar de o governo federal ceder às exigências do movimento, paralisação foi mantida em centenas de rodovias do país
O número de aves mortas por falta de alimentação já chega a 70 milhões no 8o dia da paralisação dos caminhoneiros, segundo nota da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal). Na noite do último domingo (27/5), em pronunciamento, o presidente Michel Temer anunciou novas medidas acertadas com os caminhoneiros, porém a paralisação foi mantida em centenas de pontos do Brasil.
Entre as medidas anunciadas está a redução do preço do óleo diesel em R$ 0,46 por litro nas bombas dos postos de combustíveis por 60 dias. Outra medida é a isenção da cobrança de pedágio para os caminhões que circularem com eixo suspenso em todo o país.
As medidas chegaram a ser publicadas em Diário Oficial da União, na madrugada desta segunda-feira (28/5), porém, segundo informações da Polícia Rodoviária Federal, às 14h de hoje havia 556 pontos de bloqueio em rodovias federais, em sua maioria bloqueios parciais.
"Além dos bloqueios, há relatos de ameaças a motoristas que querem deixar a paralisação", informa a nota. "Volumes próximos de 120 mil toneladas de carne de frango e de carne suína deixaram de ser exportados desde o início da greve", completa.
A ABPA informa que os animais mortos são colocados em composteiras nas próprias propriedades, mas o sistema já está no limite. "O risco ambiental e de saúde pública é crescente e cerca de 1 bilhão de aves e 20 milhões de suínos ainda estão em risco de morte como consequência direta dos bloqueios", informa a nota.
"Todos os esforços estão sendo realizados por avicultores, técnicos do setor, colaboradores da cadeia produtiva (inclusive motoristas que não concordam com a continuidade da greve) para diminuir os graves impactos causados pela paralisação. A situação é alarmante para todo o setor. A continuação dos bloqueios para produtos alimentícios, rações e animais são um grave risco ao País e exigem uma ação forte e imediata do governo. Não é mais possível esperar."