
Marcelo Silva – “Nutrição e Alimentação de Matrizes para Maximizar a Produção de Pintinhos“
Marcelo Silva – “Nutrição e Alimentação de Matrizes para Maximizar a Produção de Pintinhos“
“Nutrição e Alimentação de Matrizes para Maximizar a Produção de Pintinhos“, foi o tema abordado pelo diretor global de nutrição da Aviagen EUA, Marcelo Silva., durante o incubaFORUM Brasil Ele explicou que a redução de ração pós-pico deixou de ser uma tarefa monótona e burocrática, passando a ser mais técnica e crítica.
Segundo Silva, cada lote é único e tem suas próprias características, o que faz com que apresentem exigências específicas, necessitando observação adequada e entendimento fisiológico. Ele destacou que com um desenho adequado de fórmulas é possível retirar até 5% de ração em lotes com taxa de postura padrão.
Confira a seguir o resumo da palestra de Marcelo Silva:
O contínuo processo de melhoramento genético e a adoção de modernas técnicas de seleção têm permitido a obtenção de progressos significativos na produção de frangos, com ênfase simultânea na manutenção da produção de ovos incubáveis das matrizes.
Para assegurar bem-estar e otimizar o desempenho produtivo das matrizes é essencial que exista sintonia entre a formulação e as decisões tomadas em nível de granja.
Havendo interação construtiva nesse processo, os pontos críticos e obstáculos durante a recria e postura serão efetivamente superados.
Portanto, uma estratégia holística deve ser considerada durante o desenvolvimento de parâmetros nutricionais e programas de alimentação.
Especial atenção deve ser dada ao correto fornecimento de energia e lisina de tal forma a assegurar que necessidades nutricionais sejam atendidas adequadamente. Assim, suficiente energia deve ser fornecida para manutenção, crescimento e produção de ovos.
A energia é um dos fatores mais importantes na formulação de rações para matrizes.
A relação necessidade energética e consumo é a ferramenta principal no processo de arraçoamento, uma vez que a relação nutriente energia é predeterminada, o consumo de nutrientes pode ser regulado.
Sendo todos os nutrientes formulados em relação à energia, qualquer mudança no critério de fornecimento de ração implica na reavaliação da formulação para que o consumo de nutrientes não seja comprometido.
Um adequado plano de nutricional (níveis nutricionais e programa de alimentação) deve ser estabelecido durante o período de desenvolvimento das aves, a fim de alcançar um crescimento consistente e uniforme e adequada composição corporal, assim como sincronizar a maturidade sexual, de tal forma a assegurar a futura produção de ovos.
A prioridade durante este período será assegurar que as aves recebam quantidades suficientes de nutrientes de tal forma a atender simultaneamente as exigências para manutenção, crescimento e produção de ovos.
As matrizes modernas apresentam reduzido estoque de energia, na forma de reserva de gordura, sendo este componente essencial para que haja um fluxo contínuo de substratos de gema e consequente manutenção da postura. Portando, as aves modernas são mais suscetíveis a perdas produtivas quando da ocorrência de falhas no processo de alimentação. Uma ruptura no status energético da ave pode comprometer o sistema imunológico, status de empenamento, persistência da postura, fertilidade e eclodibilidade.
Além da energia, um adequado balanço nutricional é fundamental para prevenir ou evitar o aparecimento de problemas metabólicos e comportamentais, maximizar a qualidade da casca, controlar adequadamente o tamanho de ovo e garantir a correta transferência de nutrientes a progênie.
Assim, equilíbrio entre formulação e plano de alimentação é de fundamental importância para maximizar o desempenho de pintinhos produzidos nas primeiras semanas de postura sem comprometer o tamanho de ovo e eclodibilidade na etapa final de postura (>50 semanas).
Considerando o fornecimento de energia de 470 kcal/ave/dia ao pico de ração e um consumo de proteína ajustado a 25 g de proteína/ave/dia, o uso de uma dieta de postura 1 (25-35 semanas) formulada com 2800-2850 kcal/kg, 15% de proteína bruta e 0.60% de lisina digestivel resultará em excelente taxa de postura e bom tamanho de ovos no inicio de produção.
Além disso, é importante contemplar no processo de formulação as necessidades diárias dos demais aminoácidos.
A melhor estratégia de alimentação deve permitir que a ave mantenha sua taxa de crescimento e não tenha perda abrupta de produção imediatamente após o pico de postura. Assim, deve-se manter o pico de ração por duas ou três semanas após o pico de massa de ovos.
Para a maioria dos gerentes de granja, esta prática soa muito arriscada uma vez que a ideia de engordar a ave ainda é muito presente, entretanto, sabendo do limitado potencial de formação de gordura, o fornecimento de ração nesse período não trará consequências negativas a performance futura. Entretanto, para uso desta estratégia é fundamental ter controle do nível de lisina de tal forma a evitar excesso de desenvolvimento muscular e ganho de peso.
Com certa frequência, se observa que na tentativa de controlar o peso corporal se realiza uma rápida retirada de alimento pós-pico. Nestes casos, a resposta mais comum por parte das aves é uma redução na taxa de postura, perda de uniformidade, tanto do lote quanto do tamanho de ovo, e comprometimento do status empenamento e da eclodibilidade.
Com um desenho de formulas adequado, é possível retirar até 5% de ração em lotes com taxa de postura padrão.
Assine agora a melhor revista técnica sobre avicultura
AUTORES
Indicadores-chave de desempenho da produção de frango na América Latina: Benchmarking Internacional
José Guilherme Morschel BarbosaDesbloqueando o potencial da proteína: gerenciando inibidores de tripsina na produção de frangos no Brasil
David TorresPontos-chaves no manejo de reprodutores(as) para a qualidade da progênie
Jeffersson LecznieskiOpinião do especialista – Escassez de ovos: um problema global que reforça a importância da inovação no controle de bactérias
Pablo CifuentesEstratégias nutricionais para redução do estresse térmico em codornas japonesas
Lucas Rocha ValfréInflamação intestinal: como promover uma microbiota eficiente no frango de corte?
Ricardo Hummes RauberSanidade, risco e segurança alimentar: o que a Influenza Aviária ensina ao setor produtivo
Alimentação inteligente para aves livres: o que considerar?
Betina Raquel Cunha dos Santos Paula Gabriela da Silva Pires Priscila de O. MoraesUso de Bromexina no controle e prevenção de doenças respiratórias em frangos de corte
Fabrizio Matté Luiz Eduardo Takano Patrick Iury Roieski Victor Dellevedore CruzO papel da nutrição na qualidade de penas em frangos de corte
Brunna GarciaMicrominerais orgânicos: Maior biodisponibilidade para uma melhor produção animal
Equipe Técnica BiochemA longevidade das poedeiras começa na criação
Xabier ArbeEleve o desempenho do incubatório com o novo serviço de suporte para incubação baseado em dados da PETERSIME
Equipe Técnica PetersimeOtimização do desempenho em situações estressantes
Felipe HortaVacina Corvac-4: O avanço da MSD Saúde Animal na proteção das aves contra a Coriza Infecciosa
Equipe Técnica MSDCobb-Vantress Brasil celebra 30 anos como hub de produção para América do Sul
Como 22 anos de genômica estão moldando o futuro da avicultura
Grant Mason