A inflamação é uma fase de qualquer resposta imune e necessária para a eliminação, ou controle do desafio. A grande pergunta é como condicionar todos estes sistemas envolvidos pós desafio para que a inflamação intestinal seja adequada para a ave e inadequada ao patógeno. Confira!
A produção de frangos de corte atualmente tem passado por grandes desafios de rentabilidade devido a:
Disparada nos preços de grãos
Desvalorização das moedas
Redução do poder de compra dos consumidores.
Os prejuízos relacionados à inflamação intestinal
Estes fatores impulsionam as indústrias a focarem cada vez mais em eficiência produtiva com menor custo de produção do frango. Dentre as ações de redução de custo de produção, os cuidados com a saúde intestinal é parte primordial.A compreensão é que a qualidade intestinal deve, além de permitir a digestão e consequente absorção ótimas, também bloquear com eficiência a entrada de patógenos mantendo o equilíbrio fisiológico do intestino ao longo da vida da ave.
Inflamação
A inflamação é uma fase de qualquer resposta imune e necessária para a eliminação ou controle do desafio. A grande pergunta é:
¿Como condicionar todos estes sistemas envolvidos pós desafio para que a inflamação seja adequada para a ave e inadequada ao patógeno??
Os prejuízos relacionados à inflamação intestinal
É muito comum se observar que o resultado de uma inflamação, ou resposta, desequilibrada favorece apenas o patógeno desencadeador como outros secundários. No centro deste autocontrole está a expressão de receptores nas células intra-epiteliais que reconhecem diferentes sinais deste desequilíbrio.Entre estes receptores os TLRs e os NODs são grandes responsáveis pelo reconhecimento específico de diferentes PAMPs (padrões moleculares associados a patógenos).
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Normalmente a expressão dos TLRs são baixas em situações ideais, mas durante a inflamação crônica esta expressão aumenta e traz consigo diferentes efeitos, alguns necessários para o retorno à normalidade, mas outros indesejáveis, buscando um balanço constante entre:
A força de ligação das tight-junctions,
Produção de defensinas
Inmunoglobulina A (IgA)
Portanto, a permeabilidade intestinal é fortemente afetada pelo balanço de diferentes gatilhos inflamatórios, de formas distintas, entre estes a presença de lipopolissacarídeos (LPS), de peptídeoglicanos (PGNs) de parede celular bacteriana, ou proteínas flagelares.
Os prejuízos relacionados à inflamação intestinal
A necessidade destas cascatas inflamatórias, hora beneficia o hospedeiro hora beneficia o patógeno, como
resultado de uma construção prévia equilibrada entre:
A microbiota residente,
A viabilidade das células intra-epiteliais no intestino.
A quantidade de PAMP e DAMP (padrões moleculares associados a danos) durante a vida da ave.
A inflamação na mucosa intestinal
recebe mais atenção do que em outros sítios do organismo devido a dois fatores:
Presença da maior quantidade células imunes resultante de uma magnitude da inflamação é proporcional a população de leucócitos;
Sistema imune nas mucosas está em constante contato com antígenos externos.
No caso do intestino, há entrada constante de ingesta e, as células imunes têm contato direto e indireto com tudo que a ave ingere.. Ao contrário do que ocorre em outros sítios corporais, as células imunes intestinais não podem reagir ao contato constante com esses novos antígenos, como por exemplo, a resposta imune contra proteínas dietéticas seria desastrosa para o hospedeiro.
A partir do tipo de gatilho envolvido no processo de homeostase intestinal, é caracterizada a presença dos PAMPs e DAMPs.
Após a entrada do patógeno, muitas alterações estruturais ocorrem no intestino, relacionadas a permeabilidade, infiltração celular, aumento das criptas, da produção de muco e enzimas, além das respostas específicas.
O aumento da produção de muco é uma das primeiras resposta a agentes desencadeadores de resposta inflamatória (Figura 1).
Figura 1. Espessura de muco no intestino de ratos germ-free inoculados com LPS e PGN (Adaptado de: Petersson et al., 2010)
Os prejuízos relacionados à inflamação intestinal
Uso antibióticos
Desta forma, uso antibióticos melhoradores de desempenho e/ou eubióticos tem, dentre os diferentes mecanismos de ação o que determina a redução do nível de estímulo inflamatório para o animal. De uma maneira alterando a microbiota intestinal de maneira benéfica e, por isto mesmo, minimizando o processo inflamatório continuo, deslocando a energia do nutriente e o tempo para a conversão alimentar. Os mediadores inflamatórios, como a citocina interferon gama , induzem uma cascata de eventos intestinais modificando a secreção de muco.
Muco intestinal
O muco mantém uma população bacteriana estável no intestino e, são poucas as bactérias capazes de adentrar nas camadas mais espessas do muco e ainda mais restritas são as bactérias capazes de sobreviver nesse ambiente. Assim, o objetivo intrínseco do manejo nutricional adequado e Sanitária visa gerar a produção e a presença:
Do muco ideal,
Da microbiota idea
Estímulos inflamatórios em quantidade adequada.
Como resultado se pode observar o melhor desempenho e o controle de desafios com o melhor custo benefício.
Aditivos eubióticos
Na hierarquia de processos avaliados para escolha de aditivos eubióticos, há uma relevância muito grande associada as características da matéria prima e fontes nutricionais.
Isso significa que as avaliações e expectativas de resultados será customizada, visto que em cada situação de manejo haverão impactos prévios às medidas realizadas. O que se deve ponderar são as características que podem ser comuns em diferentes situações, ou seja, benefícios conhecidos experimentalmente que podem refletir ganhos na prática.
Um exemplo disto é o efeito de enzimas de saúde intestinal, como a Muramidasa 007, que terá como substrato resíduos de bactéria mortas, especificamente os PGN oriundo da parede celular. E pode-se inferir que resultados são comuns visto que se conhece o mecanismo de ação e ao mesmo tempo é relevante as condições das granjas para explicar e justificar resultados. Como a Muramidase 007 hidrolisa os PGNs no intestino (Figura 2), o gatilho inflamatório será menos intenso e a qualidade absortiva do epitélio intestinal incrementada resultando em benefícios de desempenho (Figura 3) e trazendo maior rentabilidade e sustentabilidade para a produção de frangos de corte.
Figura 2.Degradação de PGN por Muramidase 007 expressada pela atividade ligantes de proteína 2 (NOD2). Duas concentrações de PGN (25 ou 250 µg / mL) de isolados de S. aureus (SA) ou M. luteus (ML). Barras em branco refere- se ao grupo controle e, barras em Cinza ao grupo tratado com Muramidase (Balancius™) (Adaptado de Wang et al., 2020).
Figura 3.Melhoria no desempenho de frangos de corte alimentados com dietas contendo Muramidase 007 (Balancius™) (Adaptado de: Bittencourt et al., 2018).