No caso dos ovos, o descompasso entre a oferta (restrita) e demanda (aquecida) impulsionou as cotações da proteína a partir de fevereiro. A equipe Ovos/Cepea destaca também que a preocupação da população com uma possível falta de alimentos devido à pandemia de coronavírus elevou a demanda além do esperado, especialmente em março.
Ovos e carne bovina puxam para cima Índice de Preços ao Produtor
Conteúdo disponível em: Español (Espanhol)Os ovos e a arroba do boi gordo foram os responsáveis pela elevação, acima do esperado, […]
Conteúdo disponível em:
Español (Espanhol)
Os ovos e a arroba do boi gordo foram os responsáveis pela elevação, acima do esperado, do IPPA-Pecuária/Cepea (Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários) no primeiro trimestre de 2020.

No caso da arroba bovina, a alta esteve acima do limite superior estimado pelo modelo do Cepea e foi influenciada pela manutenção, por longo período, de uma demanda internacional aquecida e uma restrita oferta de animais prontos para abate.
O IPPA/Cepea teve aumento de 13,1% de janeiro a março de 2020, frente ao mesmo trimestre de 2019 e 3,9% comparado ao último trimestre de 2019. O IPPA-Pecuária/Cepea e o IPPA-Grãos/Cepea, por sua vez, apresentaram respectivos crescimentos de 16,4% e de 12,3% no primeiro trimestre deste ano, frente ao primeiro de 2019.
Segundo pesquisadores do Cepea, o movimento de avanço nos preços em janeiro e fevereiro deste ano ficou próximo do limite superior da normalidade para esse período, conforme modelo desenvolvido pelo Centro de Pesquisas.
IPPA-GRÃOS/CEPEA

As valorizações do milho e da soja influenciaram positivamente o IPPA-Grãos, que alcançou o limite superior do comportamento esperado entre janeiro e fevereiro e o ultrapassou em março.
Para o milho, pela sazonalidade dos preços, era esperada certa redução em fevereiro e março, devido à colheita da safra de verão. No entanto, o Brasil produziu e exportou volumes recordes, de modo que o estoque final da safra 2018/2019 foi inferior à média das últimas três safras e 2020 se iniciou com baixa disponibilidade interna do cereal.
Esse contexto, somado à desvalorização do Real frente ao dólar e à maior demanda impulsionaram as cotações no primeiro bimestre. Em março, especificamente, os preços do cereal subiram com ainda mais força, impulsionados pelo maior interesse de compradores, pela forte retração vendedora e por incertezas diante do avanço do coronavírus.
Quanto à soja, o movimento normal de sazonalidade levaria a uma redução do preço ao longo do primeiro trimestre do ano, com o avanço da colheita. Apesar disso, a disputa acirrada entre compradores domésticos e externos pela oleaginosa, a desvalorização do Real frente ao dólar, a limitação de movimentação nos portos argentinos e a menor produtividade da soja na Argentina elevaram os preços nacionais do grão, especialmente em março.

Informações Cepea – Esalq/USP