Ovos mais caros e em menor quantidade
Poder de compra do avicultor frente ao milho vem variando
Em julho, o poder de compra do avicultor frente ao milho e ao farelo de soja vem variando de acordo com a movimentação dos preços desses insumos.
Em julho, o poder de compra do avicultor frente ao milho e ao farelo de soja vem variando de acordo com a movimentação dos preços desses insumos. Assim, enquanto as quedas nas cotações do milho permitem melhora na relação de troca ao avicultor, a valorização registrada para o farelo resulta em menor poder de compra frente a esse insumo.
Conforme cálculos do Cepea, no mercado de frango vivo, apesar das altas pontuais na primeira quinzena, os preços médios de julho ainda são menores que os de junho, pressionados pela baixa liquidez da carne no mercado doméstico nesses últimos dias. Para o milho, o bom ritmo da colheita da segunda safra e a consequente maior oferta do cereal pressionam as cotações, enquanto para o farelo de soja, os preços estão em movimento de alta neste mês, devido às maiores demandas interna e externa pelo derivado.
Assim, considerando-se o vivo negociado no estado de São Paulo e o milho vendido em Campinas/SP (Indicador ESALQ/BM&FBovespa), na parcial deste mês (até o dia 20), é possível ao avicultor paulista adquirir 4,33 quilos do cereal com a venda de um quilo de frango, quantidade 1,4% maior que a de junho e 21,9% acima da de julho/21. Já na comparação com o farelo de soja, também na região de Campinas, é possível ao produtor a compra de 2,29 quilos com a venda de um quilo do animal na parcial do mês, 8% a menos que em junho e 9,1% abaixo da quantidade observada em julho de 2021.
Os ovos estão sendo enviados em menor volume pelos produtores, aponta o Índice de Ruptura da consultoria Neogrid. A consultoria aponta uma queda no fornecimento de 19,4% em junho, frente a 17% em maio. Esse movimento é motivado por alguns fatores, aponta o professor de MBAs da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Roberto Kanter.
- clima mais seco, tradicional do período de entressafra, prejudicando a qualidade das pastagens;
- aumento dos custos de produção, por causa de diversas questões, como a seca, a Guerra na Ucrânia – país que é grande importador do milho, usado em ração -, bem como a alta dos fertilizantes – fornecidos em maior proporção pela Rússia;
- mercado mais atrativo para o comércio de carne do animal, do que os ovos, principalmente com a alta do dólar – que melhorou a remuneração da exportação;
No IPCA do mês passado, o preço dos ovos ficou estável. Contudo, em relação a junho de 2021, há um encarecimento de 18,86%. O ovo tem sido mais buscado pelos brasileiros para substituir as carnes, que estão mais caras frente à queda do poder aquisitivo da população, diz o professor da FGV.
Fonte: Cepea