Pedro Parente deverá substituir Abilio Diniz no comando do conselho de administração da BRF. Segundo o jornal Estadão o aceite abriu caminho para um acordo entre os maiores acionistas da BRF, que estavam em disputa aberta pelo comando da empresa de alimentos há dois meses.
Atual presidente da Petrobras deve assumir comando no conselho da BRF
O nome de Pedro Parente reúne sócios que detém 35% do capital da BRF
O presidente da Petrobrás, Pedro Parente, divulgou uma nota na última quarta-feira (18/4), comunicando seu aceite ao convite para ser presidente do Conselho de Administração da BRF S.A. Segundo a nota, o convite foi feito por acionistas da BRF e o nome de Pedro Parente será submetido à Assembleia Geral de Acionistas, que acontece dia 26/4.
Caso sua eleição seja confirmada, Pedro Parente renunciará à presidência do Conselho da B3 (Brasil, Bolsa, Balcão). Segundo a nota divulgada, existe um acordo com o Conselho de Administração da Petrobras, que permite ao presidente da companhia participar de Conselho de Administração de uma única empresa não integrante do sistema Petrobras, desde que não exista conflito estrutural de interesses.
A detentora das marcas Sadia e Perdigão vem apresentando prejuízos desde 2016, também foi alvo da terceira etapa da Operação Carne Fraca e vem sofrendo restrições à venda de carne de frango para a União Europeia. Avaliada em R$ 18,7 bilhões, a BRF já perdeu R$ 13,7 bilhões em valor de mercado nos últimos 12 meses e no último dia 17/4 suas ações fecharam a R$ 23,04, com alta de 9,51%.
Segundo o Estadão, Parente foi convidado por Abilio e sua indicação teve apoio dos fundos de pensão da Petrobrás (Petros) e do Banco do Brasil (Previ), responsáveis pelo pedido de destituição do atual colegiado. O novo plano reúne sócios que detém 35% do capital da BRF - Petros (11%), Previ (11%), a gestora Tarpon (8,5%) e a Península, de Abilio(3,9%).
A gestora Aberdeen, que tem 5% da BRF e vinha apoiando os fundos, é peça central no desenlace do imbróglio no qual a BRF está envolvida há meses. A gestora foi quem solicitou que a votação do novo colegiado seja feita por “voto múltiplo”, em que se vota em nomes e não em chapa única. Ao Estadão, Peter Taylor, gestor da Aberdeen, disse que o consenso no nome de Parente foi melhor do que esperavam.