De acordo com a OMS, cerca de 600 milhões, ou quase 1 em cada 10 pessoas no mundo, adoecem depois de consumir alimentos contaminados. Destas, 420 mil pessoas morrem, incluindo 125 mil crianças com idade inferior a 5 anos.
Tem-se tornado cada vez mais evidente a influência exercida, não somente pelos consumidores, mas também pela comunidade científica e órgãos reguladores nacionais e internacionais sobre a retirada dos antibióticos como melhoradores de desempenho e uso racional da forma terapêutica na produção animal.
Recentemente, foi proibido no Brasil o sulfato de colistina utilizado como aditivo zootécnico melhorador de desempenho na composição de rações para animais de produção. De acordo com o MAPA, a proibição dessa substância na alimentação animal é baseada nas recomendações dos organismos internacionais, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), devido a possível influência na saúde humana.
Os Estados Unidos, em janeiro deste ano, proibiram a utilização de qualquer substância antimicrobiana de importância na medicina humana e grandes empresas do mercado fast food aderiram às dietas antibiotic free, cuja produção não utiliza antibióticos nem na forma terapêutica.
De acordo com a OMS, cerca de 600 milhões, ou quase 1 em cada 10 pessoas no mundo, adoecem depois de consumir alimentos contaminados. Destas, 420 mil pessoas morrem, incluindo 125 mil crianças com idade inferior a 5 anos.
No Brasil, de 2007 a junho de 2016, 90,5% dos casos de doenças transmitidas por alimentos foram provocados por bactérias, sendo que os sorotipos mais encontrados foram a Salmonella spp (7,5%), seguida por Escherichia coli (7,2%) e Staphylococcus aureus (5,8%).
O impacto dos antibióticos na microbiota do intestino tem sido mais recentemente investigado e pesquisadores mostraram que, além de alterar a composição da microbiota, os antibióticos também afetam a expressão gênica, a atividade proteica e o metabolismo geral da microbiota intestinal. As alterações microbianas causadas por antibióticos, além de aumentar o risco imediato de infecção, também podem afetar a homeostase imunológica básica em longo prazo.
Com esta nova realidade, é imprescindível que a cadeia produtiva se adapte e aplique um rigoroso plano de manejo, saúde e nutrição, pois a transmissão pode se dar pela ração, ambiente ou ainda vertical (da matriz para o frango/poedeira), por isso o manejo adequado é essencial neste controle.
Existem no mercado alternativas para o controle de bactérias patogênicas, como as vacinas vivas atenuadas (que no geral atuam sobre a Salmonella Gallinuram e Salmonella Typhimurium, tendo atuação também sobre a Salmonella Enteritidis), produtos que atuam sobre a ração como antimicrobianos bactericidas (normalmente compostos de ácidos orgânicos) ou que agem no organismo animal, como probióticos, ácidos orgânicos, extratos vegetais, prebióticos etc. Cada produto possui diferentes formas de ação direta ou indiretamente modulando a microbiota e a resposta do sistema imune.
O ImmunoWall® é uma das soluções que pode ajudar no programa de controle de patógenos, uma vez que é uma solução natural que ajuda na redução da contaminação e prevenção do problema.
Fundamentada neste conceito, o ImmunoWall® se sobressai aos demais produtos por ser um composto de densa parede celular de Saccharomyces cerevisiae com altas concentrações de β-Glucanas e MOS, resultando em um aditivo com garantia de resultados e ótimo custo/benefício.
O MOS é capaz de aglutinar bactérias patogênicas como E. coli e Salmonella, impedindo a colonização e proliferação destas populações no intestino. As β-Glucanas agem estimulando a produção e a atividade dos macrófagos, que são células de defesa de importante papel no sistema imunológico, capazes de fagocitar e destruir os microrganismos. Assim, a suplementação de ImmunoWall® assegura que as aves mantenham o equilíbrio da microbiota intestinal e melhorem as respostas do sistema imune, resultando em diminuição da contaminação e da transmissão das bactérias patogênicas à outros órgãos do corpo.
Em frangos de corte, um estudo foi publicado por Ferreira et al. (2014) com pintinhos de 3 dias de idade infectados com Salmonella Heidelberg (SH). Os resultados mostraram a eficácia na redução da presença da SH nos grupos suplementados com ImmunoWall® (0,5 kg/ton até 35 dias e posterior aumento da dose, 2 kg/ton, na dieta de terminação). A SH resultou em alta prevalência na cama durante todo o período avaliado (100%), porém houve uma redução de 50% na contaminação por SH no papo e 12,5% no ceco, quando comparado ao grupo controle contaminado (Tabela 1).
Esta redução na contaminação por SH no papo e ceco é um ponto chave na segurança alimentar, pois reduz a contaminação da carcaça nos abatedouros, uma vez que estes órgãos podem se romper durante o processo.
Outro estudo (dados não publicados) foi conduzido visando entender as respostas de desempenho dos animais a diferentes níveis de inclusão de ImmunoWall® comparados ao AGP. Não houve diferença estatística entre os diferentes níveis estudados de ImmunoWall® e o controle positivo (AGP) quanto ao ganho de peso, e para conversão alimentar o nível de 0,5 kg/ton foi similar ao AGP (Tabela 2).
Tabela 2. Desempenho de frangos de corte aos 42 dias de idade suplementados com AGP ou diferentes níveis de ImmunoWall®
Os resultados mostram que a substituição de um produto natural pelo AGP, não prejudica o desempenho, uma vez que os benefícios esperados sobre a saúde intestinal refletem também os índices zootécnicos.
Estabelecer uma ligação entre a boa qualidade, o valor nutricional e a segurança dos alimentos é uma tarefa que tem exigido muitas pesquisas por parte das indústrias para assegurar a saúde pública.
E embora a produção intensiva de aves seja um ambiente desafiador, a segurança alimentar se inicia na granja, onde é possível controlar os agentes patogênicos sem a utilização de antibióticos.
No entanto, é de extrema importância que os produtores, que constituem o primeiro elo da cadeia produtiva se comprometam, pois é comprovado que a redução de agentes patogênicos no campo colabora significativamente com a redução do risco de doenças transmitidas pelos alimentos devido à contaminação bacteriana.
A preocupação com a qualidade e composição dos ingredientes e dos aditivos utilizados na ração animal é uma tendência global e irreversível, considerando que o consumidor final está se tornando mais ciente da relação entre "nutrição e saúde".
A parede celular de levedura além de ser um aditivo natural, é uma solução viável para melhorar a saúde intestinal e a segurança alimentar em baixas dosagens, resultando em um excelente custo/benefício.
Referências
Almeida, R. Food Safety Brazil. Surtos por Salmonella: dados estatísticos, sintomas e prevenção. 2015. Disponível em: http://foodsafetybrazil.org/surtos-por-salmonella-dados-estatisticos-sintomas-e-prevencoes/#ixzz4cOfqbQi2
Diário Oficial da União. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária, Instrução Normativa No - 20, De 21 de Outubro de 2016. Seção 1. Pág.13. 2016.
Ferreira, A.J.P, et al. Uso da associação de levedura e fonte de nucleotídeos na redução da colonização entérica por Salmonella Hiedelberg em frangos. Em: Conferência FACTA 2014 de Ciência e Tecnologia Avícolas, Atibaia. Proceedings…. 2014.
Ministério da Saúde. Surtos de Doenças Transmitidas por Alimentos no Brasil. 2016. Disponível em: http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2016/junho/08/Apresenta----o-Surtos-DTA-2016.pdf
World Health Organization – WHO. Media Centre, News release. WHO’s first ever global estimates of foodborne diseases find children under 5 account for almost one third of deaths. 2015. Disponível em: http://www.who.int/mediacentre/news/releases/2015/foodborne-disease-estimates/en/
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