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Salmonella spp está entre os principais patógenos causadores de Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA) e a terceira principal causa de mortes. Está amplamente distribuída na natureza e tem a capacidade de sobreviver em uma grande diversidade de ambientes.
As infecções humanas estão associadas ao consumo de proteínas de origem animal e, atualmente, são conhecidos mais de 2600 sorovares de salmonela, todos com potencial para causar doença em humanos.
Salmonella Enteritidis.
Salmonela é um patógeno que tem implicações além da saúde pública, causando também perdas econômicas devido às restrições de comércio.
PRESENÇA EM CARCAÇAS DE AVES
O indicador de higiene de processo amplamente utilizado pelos organismos brasileiros e internacionais é a presença de salmonela em carcaças de aves.
Portanto, compreender a epidemiologia dos sorovares é fundamental para controlar e minimizar os impactos que ela causa, e estabelecer as medidas de mitigação.
MEDIDAS DE MITIGAÇÃO
As salmonelas, de maneira geral, têm uma diversidade de formas de introdução em uma granja.
FONTES DE CONTAMINAÇÃO
As principais fontes de contaminação são:
ração,
água,
pessoas,
pragas (roedores, moscas,
cascudinhos) e
insumos para cama.
Identificadas as potenciais fontes de contaminação, se faz necessária a adoção de medidas de mitigação para cada uma delas.
BIOSSEGURIDADE
A biosseguridade na avicultura tem como objetivo:
Controlar a difusão de agentes endêmicos à granja, ou região;
Limitar os sinais clínicos causados pelos agentes patogênicos já presentes na granja;
Controlar a infecção vertical por agentes infecciosos com essa característica;
Prevenir ou controlar a infecção por agentes infecciosos de importância à saúde pública.
LIMPEZA E DESINFECÇÃO
Umas das medidas de maior relevância para reduzir a pressão de infecção é a de limpeza e desinfecção. Procedimento este aplicado aos veículos e materiais que entram nas granjas, como também em pessoas, onde o banho e troca de roupa e calçado se fazem necessários.
Em reprodutoras, a retirada total da cama a cada término de um lote é a regra mais aplicada nas criações brasileiras e mundiais, o que facilita a limpeza e desinfecção das instalações.
INTERVALO ENTRE LOTES
Por muito tempo a indústria avícola utilizou-se do intervalo entre lotes para flexibilizar volumes de produção, conforme as demandas de mercado e, muitas destas vezes, teve de utilizar outras ferramentas para a manutenção dos índices zootécnicos.
Porém, com o aumento dos desafios e das exigências referentes a salmonelas, principalmente as paratíficas, ou ambientais, se faz necessário estabelecer procedimentos para assegurar a redução de contaminação do ambiente, de aviários e, consequentemente, das aves.
Com isso, a manutenção de intervalos, mínimos quando negativo e ampliados em casos de positividade, está sendo a ferramenta de sucesso para a descontaminação ou redução dos níveis de contaminação.
DESCONTAMINAÇÃO
Essas medidas têm algumas variações dependendo das empresas que as adotam. Porém, a base está em:
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- fermentação da cama, associada ou não a incorporação de cal virgem e
- limpeza dos equipamentos.
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Nos casos de salmonelas mais persistentes como a S. Heidelberg, a combinação das duas metodologias se mostrou eficaz.
FERMENTAÇÃO DA CAMA
Quando, após a fermentação, incorporamos a cal virgem, teremos assim a somatória de ação na redução de atividade da água, aumento do pH e liberação de amônia.
Estes três fatores associados criam um ambiente desfavorável à multiplicação e permanência da salmonela, e a repetibilidade destes procedimentos de intervalo reduzem drasticamente a sua presença.
AMBIENTE EXTERNO
Porém, deve-se observar que a salmonela não está restrita ao interior dos aviários, está também no ambiente externo. Ambiente este contaminado pela presença de roedores, cascudinhos, pássaros e pó.
E essa permanência não é pelo método, porque são comprovadamente eficazes, mas sim pela má execução. Se considerarmos que o granjeiro tem acesso diário a este local, justifica-se a necessidade de ser um local com o mesmo status do aviário.
RAÇÃO
Considerando as principais fontes de infecção, a ração tem sido um ponto crítico de controle, onde atribuía-se às matérias primas de origem animal toda a responsabilidade de contaminação por salmonela.
Vários trabalhos e análises demonstram a importância das matérias primas de origem vegetal nestas contaminações.
Atualmente, o Farelo de Soja amplamente utilizado, apresenta índices expressivos de contaminação, também observados no farelo de trigo.
As medidas de controle aplicadas nestes casos são:
redução de poeira no momento da descarga nas fábricas e
tratamento térmico e/ou químico nas rações e nas matérias primas.
A contaminação de matérias primas de origem vegetal acontece principalmente na armazenagem ainda no fornecedor, pois o processo de produção tem capacidade de eliminar a salmonela que vem no grão.
Outra fonte de infecção para a qual se dá pouca importância é a água. Considerando a origem e o fato de que, muitas vezes, os tratamentos utilizados são ineficazes, ela representa risco em potencial.
Muitas vezes utiliza-se tratamentos de passagem sem esta condição.
PINTOS DE UM DIA
A ave de um dia é suscetível a contaminação, principalmente nas primeiras duas semanas de vida, se for alojada em local de alta pressão de infecção, ou receber água ou alimento contaminados.
As instruções normativas do MAPA definem um controle de cadeia para salmonela e demonstram sua efetividade quando se observa os dados nos relatórios publicados.
As estratégias de controle e prevenção de salmonelas têm como base a biosseguridade.
SISTEMA INTEGRADO