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No período de calor, a manutenção do ar fresco nas aves de corte depende diretamente da velocidade do ar. O conceito é bastante simples. Quanto maior é a velocidade do ar dentro do galpão, maior será a energia térmica retirada das aves; menor será sua temperatura corporal; e melhores serão o ganho de peso e a conversão alimentar. Embora as cortinas de evaporação ajudem a retirar o calor das aves no período de calor, seu uso aumenta necessariamente os níveis de umidade, o que reduz a capacidade das aves de regular sua temperatura, evaporando água através de seu sistema respiratório.
O fato é que sem ter uma velocidade do ar suficiente sobre as aves, as cortinas de evaporação podem causar mais prejuízos que benefícios. Por ser a ferramenta mais importante que os produtores têm para poder oferecer ar fresco às aves, a velocidade do ar deve ser monitorada cuidadosamente nos períodos de calor.
A dificuldade em medir a velocidade do ar em um galpão com ventilação de tipo axial está relacionada a uma grande variação existente na largura do galpão.
A velocidade do ar tende a ser maior até o centro do galpão e cada vez menor conforme nos aproximamos das paredes, do piso e do telhado.
Figura 1. Velocidade do ar ao longo do galpão
O grau de variação da velocidade depende de diversos fatores, tais como:
Esses fatores podem ocasionar variações de velocidade do ar em até 100% em diferentes pontos do galpão (Gráficos 1 e 2). Essa variação não apenas dificulta a medição exata da velocidade do ar como também atrapalha a comparação da velocidade do ar entre diferentes galpões.
Gráfico 2. Localização dos pontos de medida para ilustrar a leitura presente na Figura 1.
PROBLEMAS AO MEDIR A VELOCIDADE PERTO DO PISO
Já que o ar que se espalha de forma imediata sobre as aves produz o efeito de ar fresco, pretendemos medir intuitivamente a velocidade do ar no nível das aves. O problema é que esse é um dos locais mais difíceis de se obter valores corretos em galpões com ventiladores de tipo axial. Os valores da velocidade do ar tendem a variar muito mais quando estão próximos ao piso do que em outros lugares do galpão.
As medições de velocidade do ar próximas ao piso podem produzir erros de medida de até 100 pés (30 m) por minuto ou mais
Durante o período de 12 horas, as velocidades registradas na altura de 24 polegadas (60 cm) foram de aproximadamente 100 pés/min (30 m) menores que as registradas na altura de 48 polegadas (120 cm), o que é bem frequente em galpões com ventilação de tipo axial.
Gráfico 3. Velocidade do ar em um galpão de 40 x 500 pés (12 x 150 m) com frangos de corte de oito semanas de idade.
A linha verde se refere à velocidade registrada na altura de 24 polegadas (60 cm); a linha vermelha exemplifica a velocidade do ar registrada na altura de 48 polegadas (120 cm). Cada medição foi realizada a 10 pés (3 m) de distância da parede e a aproximadamente 100 pés (30 m) do fundo do galpão, onde estão localizados os extratores. O anemômetro mais próximo ao piso foi colocado 12 polegadas (30 cm) acima da cabeça das aves quando estavam no local (Figura 2; dados não mostrados no gráfico). As medições foram realizadas entre 6 h e 18 h.
Os postes ou travessas adjacentes à parede, quando existentes, podem desviar o ar, reduzindo sua velocidade.
Isso também ocorre no piso com os corpos dos frangos, especialmente quando atingem o período de abate.
As figuras 3 e 4 mostram os perfis da velocidade em um galpão de 40 × 500 pés (12 x 150 m) na presença e ausência das aves.
Quando o galpão estava vazio, a média da velocidade do ar na altura de 24 polegadas (60 cm) foi de aproximadamente 600 pés (180 m) por minuto.
Quando as aves de corte estavam presentes no galpão, a velocidade do ar no nível do piso foi de aproximadamente 100 pés/min mais baixa do que quando medida no galpão vazio.
A velocidade do ar em pontos mais altos foi maior porque não houve nem obstáculos nem aves nos pontos distantes do piso
Durante as horas de escuridão, as aves tendem a deitar e ficam inativas. As aves imóveis apresentam um obstáculo relativamente menor para a circulação do ar, o que resulta em um aumento da velocidade do ar que chega às aves com as luzes apagadas
As aves também causam variações significantes de velocidade do ar em outras camadas próximas ao piso. As aves levantam e se deitam frequentemente, o que resulta em uma mudança constante na superfície próxima ao piso e sobre a qual o ar tem que se mover, o que produz uma considerável variação na velocidade do ar.
O Gráfico 4 ilustra a oscilação da velocidade do ar em diferentes pontos de medição próximos ao piso.
Gráfico 4. Velocidade do ar na altura de 24 polegadas (60 cm) sobre o piso de um galpão com ventilação axial, com todos os extratores funcionando 24 horas/dia (as luzes são apagadas às 21 h e ligadas às 3 h da manhã).
O Gráfico 4 ilustra a velocidade do ar e a temperatura no galpão de 50 × 560 pés (15 x 168 m) na presença das aves de corte e quando todos os extratores estão funcionando 24 horas por dia. As luzes do galpão são apagadas às 21 h e ligadas às 3 da manhã. Durante o dia, quando as aves estão mais ativas, a velocidade do ar próxima ao piso é de aproximadamente 600 pés (180 m) por minuto. A partir das 18 h, as aves diminuem sua atividade, o que apresenta uma superfície menos irregular no piso e um menor obstáculo para o vento, por isso foram obtidas velocidades do ar mais elevadas do que quando as aves estavam mais ativas. Quando todas as aves estão deitadas até às 21 h, a velocidade do ar próxima ao piso aumenta em até 100 pés (30 m) por minuto, comparado com o que ocorre durante o dia, quando as aves estão ativas.
As medições realizadas próximas ao piso podem oscilar de 50 a 100 pés (15 a 30 m) por minuto em um período de tempo muito curto, o que dificulta ter um valor realmente representativo, se queremos medir a velocidade no nível das aves (Gráfico 5). Complicando ainda mais, quando são realizadas medições com o objetivo de determinar a velocidade do ar e sua variação, as aves tendem a se afastar dos pontos de medição, o que pode ocasionar grandes desvios nas medições da velocidade do ar próxima às aves.
Gráfico 5. Velocidade do ar em um galpão de 40 × 500 pés (12 x 150 m) na presença de frangos de corte de oito semanas de idade.As medições foram realizadas nas alturas de 24 e 48 polegadas sobre o piso (60 e 120 cm) e de 10 pés (3 m) de distância do extremo do galpão onde estão localizados os extratores, entre 13 h e 14 h.
Embora seja ideal medir a velocidade do ar no nível do piso, a natureza tão oscilante das medições pode nos confundir devido à inexatidão das medições nesse nível, o que pode levar a valores incorretos. Por isso, é melhor medir a velocidade do ar a uma altura de 4-5 pés (120-150 cm) acima do piso, conscientes de que a velocidade do ar no nível do piso será aproximadamente de 100 pés (30 m) por minuto menor que a registrada na altura de 4-5 pés, quando os extratores estão funcionando. Para obter uma média, podem ser feitas medições em 4-6 pontos na largura do galpão. Apesar de isso não estabelecer uma determinação perfeitamente exata, pelo menos pode representar valores repetidos e representativos da velocidade do ar em galpões com ventilação de tipo axial.