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Segundo o presidente do Conselho Diretivo do Instituto Ovos Brasil, Ricardo Santin, em 2020 o país deverá produzir 1.680 ovos por segundo. A informação foi passada por Santin no último dia 28/7, durante o debate Panorama e Perspectivas do Mercado de Ovos no Brasil, realizado em parceria pelo Instituto Ovos Brasil e sua associada, MSD Saúde Animal.
O cálculo feito por Santin, que também é diretor executivo da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), está baseado na perspectiva da entidade para a produção brasileira de ovos em 2020, que deverá alcançar a casa das 53 bilhões de unidades. Com isso, o Brasil terá produzido 7% a mais de ovos neste anoque em 2019, quando produziu 49,055 bilhões de unidades.
Em relação ao consumo, a perspectiva da ABPA é de que cada brasileiro consuma 250 ovos em 2020, significando um aumento de 8,5% comparado ao ano passado, quando cada brasileiro consumiu 230 ovos. Com isso, o Brasil alcança a média internacional de consumo per capita de ovos.
Santin também explicou que o setor se mobiliza para incluir o ovo entre os alimentos que compõem a cesta básica, garantindo isenção tributária ao mesmo. O tema vem sendo trabalhado pela ABPA em parceria com deputados, senadores, CNI e o Instituto Pensar da Frente Parlamentar Agropecuária.
Tendências
A evolução tecnológica da indústria avícola de postura, assim como da credibilidade do ovo enquanto alimento saudável também foram destacados durante o debate. Segundo o gerente geral da MSD Saúde Animal, Delair Bolis, desde que superou o mito do colesterol do ovo, o setor passou a se conectar de forma cada vez mais emocional com o consumidor.
“Hoje a recomendação do ovo tem a ver com dieta, cuidado com a saúde e com o corpo, ou seja, o ovo visto como suplemento”, salientou Bolis.
A gerente de relações institucionais e de acesso a mercados da MSD, Marília Rangel, destacou que em outros países o ovo é incluído em outras refeições, além do café da manhã. “A percepção da saudabilidade deste alimento influencia nesse movimento”, destacou Marília lembrando ainda que a industrialização do produto promove a oportunidade de o ovo se tornar um aperitivo entre as refeições.
Suporte ao setor nos Estados
Além do trabalho do Instituto Ovos Brasil, que é mantido por empresas associadas com o objetivo de promover as qualidades e propriedades nutricionais do ovo, o setor também conta com o apoio regionalizado das associações estaduais. Durante o debate, a ASGAV (Associação Gaúcha de Avicultura), a Avipe (Associação Avícola de Pernambuco) e a Aves (Associação dos Avicultores do Espírito Santo), todas associadas ao Instituto Ovos Brasil, apresentaram suas experiências regionais.
No Rio Grande do Sul, através do “Programa Ovos RS”, os produtores são incentivados a investir na melhoria da qualidade de produção, dentro de padrões aprovados por órgãos oficiais. Segundo José Eduardo Santos, diretor executivo da Asgav, o Programa ajuda os produtores a agregar valor à sua produção, inclusive com os olhos voltados para uma possível ocupação de espaço no mercado externo. Já se encontra em estágio avançado o trabalho para criação de uma certificadora de ovos no Rio Grande do Sul, que poderá atender também outros estados.
Em Pernambuco, desde abril de 2019, os ovos produzidos no estado saem das granjas já com um código impresso na própria casca, informando a data de produção e o número de registro da granja na Adagro (Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária do Estado de Pernambuco). Segundo o vice-presidente administrativo da Avipe, Edival Veras, a iniciativa visa garantir a qualidade da produção no estado, que possui clima quente e úmido.
O mesmo objetivo faz parte do trabalho da associação capixaba, que há quatro anos realiza um concurso entre produtores associados, que classifica os ovos com melhor qualidade interna e externa. Segundo o diretor executivo da Aves, Nélio Hand, esse trabalho coletivo de promoção da qualidade na produção vem refletindo dentro das empresas produtoras, que estão agregando o marketing sobre a qualidade do alimento em suas próprias marcas.