22 mar 2017

Chile suspende ingresso da carne de aves do Brasil

O Ministério da Agricultura, em conjunto com o Serviço Agrícola e Pecuário (SAG), anunciou a suspensão temporária da importação de todo tipo de carne brasileira, incluindo a carne de aves. A medida será adotada até haver mais informações por parte do Brasil sobre a investigação dos frigoríficos que adulteraram a carne, demostrando rigor ante o produto importado.

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O Diretor do Serviço Agrícola Pecuário (SAG), Ángel Sartori, informou que decidiu ampliar a suspensão da entrada, no Chile, de todo tipo de carne proveniente do Brasil. Em princípio, se havia optado por suspender apenas a carne bovina, no entanto, a medida foi extendida também ao ingresso de carne de ave e suína.

De acordo com o diretor do SAG, se trata de uma medida preventiva, que afeta a um dos maior presença de proteína animal no Chile, considerando que se estima que o Brasil representa 30% do mercado.

Esta medida foi tomada após o anúncio das autoridades brasileiras da existência de uma rede de corrupção no interior de diversas plantas frigoríficas do país e as instituições encarregadas do controle sanitário deste produto, que permitiam o comércio, para o mercado interno e externo, de carne adulterada.

Ministério de Agricultura do Chile, através do secretário Carlos Furche, explicou que “estamos desde o sábado analisando a situação que é conhecida a respeito da investigação que se desenvolve no Brasil por parte da Justiça para apurar delitos cometidos por alguns frigoríficos brasileiros”.

A autoridade acrescentou que “por isso tomou a decisão de suspender temporariamente sua autorização até saber com exatidão – informação que estamos esperando da parte do Brasil – sobre quais são as plantas que estão sendo investigadas e, dessas, quais têm exportado ao mundo e ao Chile.

Uma vez que tenhamos essa informação precisa da parte das autoridades brasileiras, certamente podemos flexibilizar essa medida, porém agora o SAG suspenderá as autorizações destes frigoríficos para exportar carne ao Chile.

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De sua parte, o diretor nacional do SAG, Ángel Sartori, explicou que “devemos ser extremadamente rigorosos com os produtos que nos exportam e isso é o que estamos fazendo. Estas plantas – que todavia não sabemos exatamente quais são – estão sendo permanentemente habilitadas e supervisionadas por nossos funcionários. Por isso é muito séria a informação que estamos esperando para adotar uma decisão a mais longo prazo. Hoje são medidas de carácter temporário e preventivo, com o propósito de levantar o maior número de informações possível”.

A proibição “durará o tempo que seja necessário”, advertiu Sartori, que não descartou altas nos preços. O diretor do SAG, realçou que “esta tem o objetivo de analisar toda a informação, para ir liberando alguns frigoríficos que não estão envolvidos na fraude”.

Para o endurecimento das medidas de seguridade em relação às carnes brasileiras comercializadas no Chile, o Ministério de Agricultura – a través do SAG – está trabalhando em conjunto com o Ministério da Saúde.

Outros países restringiram as importações de carne brasileira

Sobre as restrições à importação de carne brasileira adotadas por alguns países, o ministro brasileiro de Agricultura, Blairo Maggi, decidiu proibir, de forma preventiva, a exportação de carne por parte das 21 empresas frigoríficas que estão sendo investigadas no esquema de carne adulterada, apesar de a venda no Brasil continuar permitida.

O ministro de agricultura brasileiro destacou que a União Europeia (UE) vetou apenas a compra de carne das 21 empresas investigadas.

O porta-voz da Comissão em temas de seguridade alimentaria, Enrico Brivio, assegurou que “A Comissão Europeia garantirá que qualquer um dos estabelecimentos envolvidos na fraude sejam suspensos de exportar à UE”.

A China, por sua vez, anunciou o bloqueo nos portos da entrada de carne brasileira até que receba mais informações por parte das autoridades brasileiras.

Hong Kong se somou, em 21 de março de 2017, ao bloqueio da carnes do Brasil, que perdeu seu principal mercado de cortes bovinos, apesar de seus esforços para frear a crise iniciada por suspeitas de adulteração de alimentos de origem animal. A autoridade de segurança alimentar (CFS) de Hong Kong anunciou a interrupção imediata das importações de carne bovina e de frango, “em nome da prudência”.

Também nesta terça, o Japão “suspendeu até novas notificações” o trâmite das importações de frango e outros produtos, porém limitando a medida aos 21 frigoríficos investigados, informou sua embaixada em Brasília.

Por sua vez, o México suspendeu a entrada de produtos avícolas brasileiros, até receber “garantias de sanidade”.

Enquanto isso, na Coreia do Sul e Argentina foram reforçados os controles.

A situação mais complexa se dá com o Chile, conforme mencionado anteriormente aqui, que anunciou a suspensão temporária da importação de todo tipo de carne brasileira. A iniciativa foi duramente criticada por Maggi, que insinou que poderia tomar medidas contra o Chile se se mantivesse firme nessa decisão.

O ministro da Agricultura do Chile, Carlos Furche, respondeu à ameaça realizada pelo ministro brasileiro, Blairo Maggi, assinalando que “nós não vamos agir com base em ameaças, vamos agir com base na informação objetiva que recebamos”.

Este cenário é um duro golpe ao Brasil, um dos principais exportadores de carne do mundo. O país exportou 6.900 milhões de dólares em carne de ave e 5.500 milhões de dólares em carne de boi ao mundo todo no ano passado.

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