Conforme destacado pelo veículo de comunicação, existem relatórios que destacam que, nas últimas semanas do ano anterior, o preço de compra do frango vivo nas granjas estava em torno de 40 centavos a libra, não sendo rentável produzir carne de frango.
Depreciação do preço da carne de frango no Equador
A carne de frango é altamente demandada pelos consumidores equatorianos, no entanto, os produtores avícolas estão sendo afetados pela queda do preço do produto
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De acordo com os números das organizações avícolas do Equador –Associação dos Médicos Veterinários Especializados em Avicultura e a Corporação Nacional de Avicultores – o consumo per capita da carne de frango cresceu cerca de 10 quilogramas em sete anos. Segundo a informação divulgada pelas duas entidades, em 2010 o consumo per capita de carne de frango era de 22,9 quilogramas, chegando aos 32 quilogramas por habitante em 2017.
A carne de frango é a preferida dos consumidores equatorianos por ser uma das proteínas de maior valor nutritivo. Da mesma forma, é de fácil acesso, já que pode ser conseguida em qualquer lugar, quer seja inteiro ou em partes. Além disso, o preço é outro dos fatores que influencia que a cada dia seja mais demandada pelos lares equatorianos.
A aguda crise por que passa a produção de frangos de corte no Equador tem gerado diferentes reações, que colocam em discussão diversos pontos de vista que apontam, supõe-se que com boas intenções, saídas desta situação que tem causado o fechamento de várias unidades produtivas, especialmente de pequenos e médios avicultores. – La Hora.
“Vários produtores destacaram que “com um preço de produção da libra de frango em 72 centavos, nós produtores aspiramos vender ao menos por 80 centavos, que financie o custo de produção e nos deixe uma rentabilidade de oito centavos por libra, porém a realidade é diferente”.
Nesta mesma linha, no Maíz & Soya aponta-se que a avicultura equatoriana iniciou, em setembro de 2017, uma aguda crise. Trata-se do preço da carne de frango, que antes desse mês tinha valores comerciais que permitiram aos avicultores contar com uma rentabilidade de normal a moderada en seus investimentos.
Para Antonio Saab, presidente Executivo da Liris S.A., atraídos pelo bom preço, pequenos produtores (que a seu critério representam 15% da produção) aumentaram a produção, levando a uma sobreprodução em meados de setembro, o que determinou uma queda de preços a níveis que significam uma perda entre 20 e 35 centavos por libra, dependendo do rendimento nos custos de produção.
Além disso, declarou ao Maíz & Soya, que outro dos fatores que influenciou nos baixos preços do frango é o excesso de oferta de ovos férteis no mercado já que, em resposta às políticas e ofertas do Governo, muitas empresas investiram em granjas de aves de postura para produzir ovos férteis levando a uma saturação. A isto se soma a importação de aproximadamente 12 milhões de unidades de ovo fértil, livre de impostos, do Pero.
“A importação do Peru é muito buscada pelas incubadoras nacionais pela diferença de custos de produção, já que produzir no Equador é mais caro que no resto dos países da região”, acrescentou Saab.
No que se referente aos custos de produção, destaca que não se pode calcular uniformemente todas as unidades de produção. “Deve-se classificar os avicultores em três níveis. Um: alta produtividade, que corresponde às instalações avícolas de níveis de muito altos de produção (aqueles que produzem mais de cinco milhões de aves por mês). Dois: média produtividade, aqueles que vão desde 500 mil até quatro milhões 999 mil; e Três: de baixa produtividade, os que estão abaixo dos 500 mil”.
Também acrescenta que dentro destas classificações se poderia encaixar outras subcategorias segundo as instalações que têm integração total ou parcial; ou seja, aquelas que produzem ovo fértil, as que produzem ração, aquelas que dispõem de plantas de abate, as que têm presença no mercado atacadista e varejista, as que dispõem de cadeia de frio, entre outras.
“Há um sem-número de variáveis que incidem nos custos, porém, para dar um número aproximado, estes flutuariam entre os 52 e 72 centavos por libra vivo. Com estes parâmetros, concluiríamos que os avicultores que não têm tecnologia moderna, ou algum tipo de integração, não serão competitivos nesta cadeia”, manifestou Antonio Saab.
Ainda ao Maíz & Soya, David Riera, assessor técnico em avicultura, afirmou que no último mês o preço da carne de frango recuperou de 15 a 20 centavos do que baixou criticamente, ainda não cobrindo o custo de produção e representando perdas para os produtores avícolas.
O especialista considera que o preço do frango baixa porque existe sobre-oferta, baixo consumo, além de que os mesmos produtores processam e levam o frango ao mercado ou lojas. “Disso se aproveitam os comerciantes de frango e especulam com o preço mantendo deficitário o mercado”, opina.
De acordo com o assessor técnico em avicultura, não haveria uma solução direta, já que a avicultura é gerida mais pela oferta e procura, enquanto uma granja que chega à época de vender o produto, não pode esperar muito até que melhore o preço, porque cada dia que passa o frango consome mais alimento e isso significa perdas.