Poucos aspectos da síndrome de nanismo e raquitismo (runting stunting syndrome, ou RSS, em inglês) foram definidos claramente. A RSS é provavelmente multifatorial. Na síndrome há grande proporção de indivíduos menores que o normal.
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A síndrome de nanismo e raquitismo (RSS) foi descrita pela primeira vez por volta dos anos 1970. Desde então, tem-se especulado muito sobre sua origem: genética, manejo, meio ambiente, nutrição e alimentação, agentes infecciosos ou uma combinação desses e de outros fatores.
Levantou-se a suspeita quanto à participação de diferentes vírus entéricos, entre eles:
As causas do impacto econômico são:
Há muitas causas possíveis para o atraso no crescimento e a perda de uniformidade. No caso da RSS, o atraso torna-se evidente a partir de 5 ou 6 dias de idade. Embora não aumente diretamente, a mortalidade pode crescer por causa da eliminação de aves atrasadas. Surge diarreia aquosa profusa, que rapidamente umedece a cama. Os frangos parecem febris e não se alimentam. As aves afetadas podem demorar 1 ou 2 dias a mais para consumir a quantidade adequada de ração inicial.
Microscopicamente: as lesões incluem a formação de cistos localizados nas criptas de Lieberkühn, o encurtamento e a fusão das vilosidades intestinais e a infiltração de células inflamatórias.
Conhecida como enterite multicística, a formação de cistos nas criptas de Lieberkühn causa grande impacto ao impossibilitar que as células das criptas se multipliquem e preencham as vilosidades. As células das criptas são a origem das células que preenchem as vilosidades, indo ao ápice de cada uma delas.
Durante essa migração, as células se especializam, dividindo-se em três tipos principais:
Se as células das criptas não podem se dividir e preencher o epitélio das vilosidades, estas encurtarão gradualmente, à medida que as células envelheçam sem serem substituídas por novas células geradas pelas criptas. Esse fenômeno reduz a capacidade do intestino de digerir, absorver e aproveitar nutrientes
Além disso, a diarreia aquosa aumenta a umidade da cama, gerando problemas respiratórios e digestivos. A cama úmida favorece, por exemplo, a esporulação de oocistos de Eimeria. Terminada a etapa crítica da RSS, entre 7 e 14 dias de idade, podem ocorrer outros problemas gastrointestinais, como a coccidiose clínica ou subclínica, seguida da proliferação de clostrídios causadores de enterite necrótica
Esses problemas podem gerar desafios relacionados à segurança alimentar. A diarreia aquosa faz com que aves levem uma quantidade maior de matéria fecal para a planta de processamento, acarretando risco de contaminação por Salmonella e Campylobacter. A fragilidade intestinal também pode induzir a ruptura de vísceras e contaminação fecal. Numerosos vírus intestinais foram detectados, sendo os astrovírus e os reovírus os mais relevantes. Algumas vacinas autógenas para reprodutoras têm o objetivo de gerar imunização passiva para a progênie, mas os resultados positivos não foram consistentes. Por isso, procurar outras medidas de controle é fundamental
A partir de pesquisas realizadas na Universidade da Geórgia, foi possível determinar que os fatores de manejo que causam mais impacto são: vazio sanitário, reutilização da cama e criação em baixas temperaturas. Foi investigada também a possível participação de agentes infecciosos. O maior impacto positivo foi obtido com um vazio sanitário de pelo menos 18-21 dias em granjas altamente contaminadas. Foi estabelecido um programa intensivo de limpeza e desinfecção, e as camas deixaram de ser reutilizadas. Também ficou demonstrado que o nanismo aumenta drasticamente com a temperatura baixa das aves nos primeiros dias de vida.
Por isso, é fundamental aderir a práticas de manejo que impeçam o esfriamento das aves e favoreçam o consumo de alimento, desestimulando o consumo de cama aviária. Por fim, a espessura da cama demonstrou ser um fator determinante para a redução da síndrome. É importante contar com pelo menos 10 cm de espessura de cama, especialmente em granjas repetidoras.
A natureza infecciosa da RSS foi claramente demonstrada por diversos experimentos em que pintinhos do mesmo lote de reprodutoras, incubados na mesma incubadora e nascidos no mesmo nascedouro, foram alojados separadamente, em um ambiente perfeitamente limpo, desinfectado e com cama nova, ou em um ambiente com camas contaminadas, provenientes de granjas severamente afetadas com RSS. Os pintinhos foram criados por um período de 10 a 12 dias, com apenas 2 dias de vazio sanitário ao final desse período. Nesse período curto, permitiu-se que a cama contaminada permanecesse no ambiente contaminado, e que o ambiente limpo fosse novamente sujeito a uma exaustiva desinfecção, com provimento de novas camas antes de que outro grupo experimental de pintinhos fosse alojado. Esse proceso foi repetido 27 vezes e, em 100% dos casos, as aves alojadas no ambiente contaminado apresentaram, já entre 10 e 12 dias de idade, peso corporal 50% menor que o das aves alojadas no ambiente limpo.
Uma última prática que pode contribuir substancialmente para reduzir problemas causados pela RSS é fermentar e aquecer a cama contaminada. Dentro da série de experimentos mencionada, ficou demonstrado que o aquecimento da cama a 40 °C durante 100 horas reduziu o impacto negativo de RSS em lotes subsequentes de filhotes. Se implementarmos um programa eficaz de compostagem da cama, será possível reduzir a viabilidade de agentes infecciosos participantes da RSS
CONCLUSÕES
Resumidamente, as ações mais importantes para controlar a síndrome infecciosa de nanismo incluem: