Segundo a Ministra Tereza Cristina, 70% da pauta das exportações brasileiras aos países árabes é de produtos agropecuários. Ela destacou ainda que o Brasil tem condições de ampliar o fornecimento de diversos produtos como algodão, cacau, frutas secas e frescas, como goiaba, manga e limão.
Pandemia deve impulsionar mercado halal
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O Brasil, que já ocupa o posto de líder mundial na produção e exportação de proteína animal halal (2,3 milhões de toneladas de carne de aves e bovina em 2018), tem condições de avançar ainda mais nesse mercado. Essa foi a mensagem principal do webinar promovido pela certificadora Fambras Halal, no último dia 17/6.
O presidente da Fambras Halal, Mohamed Zogbi acrescentou que outros setores promissores são turismo, fármacos, higiene pessoal, logística e armazenamento. “É uma questão de tempo para que esses setores se destaquem”, afirmou.
Desde 2015, 50% da carne de frango exportada pelo Brasil é halal e a carne bovina caminha para uma participação de 30%, segundo dados do Ministério da Economia. A carne de frango brasileira chega a ter participação de cerca de 75% em alguns mercados, segundo informou Tereza Cristina.
A não interrupção do fornecimento de alimentos pelo Brasil durante a pandemia da COVID-19 foi outro ponto destacado durante o evento, como promotor de confiança nos parceiros comerciais do país.
“A pandemia é um desafio mundial, mas o trabalho aqui no Brasil não foi interrompido, cumprindo acordos celebrados com os países islâmicos e isso reforça a capacidade de atender as demandas internacionais, tornando esses clientes ainda mais fieis”, destacou o presidente da Fambras.
Para Tereza Cristina, ao fim da crise haverá a valorização, por parte dos importadores, de parceiros tradicionais. “E o Brasil será um país que prioriza as relações de longo prazo”, enfatizou a Ministra.
Perspectivas de crescimento
Segundo o vice-presidente da Fambras Halal, Ali Zogbi, atualmente cerca de 2 bilhões de pessoas consomem produtos halal e há uma expectativa de que esse mercado movimente US$ 3,2 trilhões até 2024. “Números que crescem motivados pelo fator da inocuidade alimentar”, destacou o vice-presidente.
Tereza Cristina acrescentou outro dado que é a previsão de crescimento de 76% no número de consumidores de produtos halal até 2070, chegando a quase 30% da população mundial. O aumento da preocupação com a inocuidade na produção de alimentos pós pandemia será um dos indutores do crescimento desse mercado.
Por sua vez, a secretária especial adjunta de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Yana Dumaresq, destacou que as expectativas de crescimento do mercado halal em 2020 são de 6%. “Quisera eu que todos os mercados que eu analiso aqui no Ministério da Economia fossem tão robustos com o halal”, destacou.
Inocuidade e confiança
Segundo o presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Rubens Hannun, a certificação halal dá status e confiabilidade ao produto brasileiro, no que diz respeito à qualidade, produção sustentável e respeito às pessoas, trazendo a empresa cidadã para o foco de atenção.
Hannun destacou ainda que em 2018 o Brasil ocupava o terceiro lugar na área de alimentos, num ranking organizado o Centro de Desenvolvimento Econômico Islâmico, em Dubai. “Esse ranking considera 49 métricas e agora, em 2018, (o Brasil) está em terceiro lugar, ficando atrás apenas dos Emirados Árabes e da Malásia, que são dois países islâmicos”, salientou.
O evento online teve como palestrantes também o deputado federal Alceu Moreira, que preside a Frente Parlamentar da Agropecuária, e a presidente do conselho diretor da ABIA (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos), Grazielle Parenti, que também falaram sobre o mercado halal e o potencial para a ampliação das exportações.
Da Redação