
A Bronquite infecciosa das galinhas (BIG) é uma doença altamente contagiosa e aguda causada pelo vírus da Bronquite infecciosa (VBI), um Gammacoronavirus transmitido por inalação ou contato direto com aves infectadas, cama, equipamentos e outros fômites contaminados.
Outra característica de importância epidemiológica do agente é a variabilidade antigênica entre os diferentes tipos virais.
OS IMPACTOS DA BRONQUITE INFECCIOSA NA INDÚSTRIA AVÍCOLA
Esta capacidade do agente viral de se replicar em diferentes órgãos levará à aparição de diferentes quadros clínicos.
O tipo e a severidade do quadro clínico predominante dependerão do tropismo viral, mas também da idade e do status fisiológico da ave, e das condições meio ambientais predominantes.
A seguir estão listados os principais parâmetros sanitários e zootécnicos afetados pelo VBIG nos diferentes segmentos da indústria avícola.
. Aumento da mortalidade final
. Piora da conversão alimentar
. Diminuição do ganho de peso
.Aumento da mortalidade durante o transporte
. Condenação parcial por contaminação
. Minutos parados por condenações
. Condenação total por aerossaculite
. Condenação total por colibacilose
. Condenação total por caquexia
Figura 1. Principais parâmetros sanitários e produtivos afetados pela infecção pelo vírus BR-I da Bronquite infecciosa em lotes de frango de corte vacinados com cepa Massachusetts (Chacón et al., 2018)
Embora o VBIG não se transmita verticalmente, a infecção nas granjas de matrizes leva a piora de vários parâmetros produtivos que atingiram até o frango de corte, pelo efeito sobre a qualidade da progênie (Figura 2).
O estado febril causado pelas infeções em aves jovens pode afetar o consumo de alimento, e como consequência, a uniformidade do lote.
Outros pintinhos nascerão, mas estarão debilitados e terão um baixo desempenho na primeira semana de vida na granja, refugando e aumentando o descarte das primeiras semanas.
Outra percentagem de pintinhos se contaminará ao nascer quando entrar em contato com as bactérias localizadas entre a membrana da casca e a casca devido ao aumento da porosidade decorrente da infeção no oviduto da progenitora.
.Queda da produção de ovos
.Diminuição de ovos incubáveis
.Aumento de ovos contaminados
.Pigmentação desuniforme de casca
.Maior mortalidade embrionária
.Menor eclosão
. Aumento de pintinhos de segunda
. Aumento da mortalidade inicial
. Necessidade de medicação
. Piora do desempenho inicial
Figura 2. Principais parâmetros sanitários e produtivos afetados pela infecção pelo vírus BR-I da Bronquite infecciosa em lotes de matrizes pesadas vacinados com cepa Massachusetts (Chacón et al., 2019)
A infecção em granjas de postura causa diferentes patologias e transtornos produtivos, diretamente dependentes da idade de infecção (Figura 3).
. Falsa poedeira
. Aumento da mortalidade na fase de recria
. Menor consumo e peso corporal
. Necessidade de medicação
. Queda da produção de ovos
. Queda da produção de ovos
. Atraso no início da produção
. Aumento da mortalidade na fase de produção
. Agravamento de outras doenças
. Ovos com casca disforme
. Ovos com casca trincada e fina
. Ovos com casca clara
. Ovos com casca suja
. Clara mais aquosa
. Menor uniformidade de peso de ovo
Figura 3. Principais parâmetros sanitários e produtivos afetados pela infecção pelo vírus BR-I da Bronquite infecciosa em lotes de postura comercial vacinados com cepa Massachusetts (Chacón et al., 2020)
A LINHA DO TEMPO DA BRONQUITE INFECCIOSA NO BRASIL
A Bronquite infecciosa das galinhas é endêmica no Brasil, sendo observada em todas as áreas geográficas e afetando todos os setores da cadeia avícola industrial. Na sequência estão listados os principais fatos que explicam a situação da doença no país.
Estudos conduzidos no Brasil conseguiram detectar o vírus BR-I em amostras clínicas coletadas no início da década dos 70s, antes da introdução das vacinas vivas com cepas Massachusetts.
É registrada e licenciada a primeira vacina viva formulada com vírus BR-I para uso em aves de todas as idades. A vacina Cevac IBras, foi testada em empresas de todos os segmentos da avicultura e seu uso vem aumentando rapidamente devido aos enormes retornos financeiros e outros benefícios indiretos decorrentes do controle eficaz da doença. “Após sua circulação por mais de 60 anos sem controle eficaz, o Coronavírus das aves BR-I está sendo controlado graças a uma vacina desenvolvida, produto de múltiplos estudos epidemiológicos, antigênicos, moleculares, protetivos e econômicos”.
O controle eficaz da doença permitiu identificar outras perdas que eram caudadas pelo vírus mas não eram associadas com a infecção.
Os principais ganhos obtidos até o momento com o uso das vacinas Cevac IBras e Cevac Maximune Pro, estão listados abaixo.
Os gráficos foram criados com dados obtidos de
“No caso de frangos de corte, o controle eficaz a través da vacinação homóloga com vírus BR-I, aumentou a produtividade das granjas e o rendimento nos frigoríficos, indicadores fundamentais de rentabilidade” (Figura 4)
Incremento do GPD (1 – 7 gramas)
Melhor conversão alimentar (1 – 20 pontos)
Redução da mortalidade final (0,26 – 3,3 %)
Eliminação da medicação com antibióticos (até R$ 64 / mil frangos)
Diminuição da mortalidade de transporte (0,01 – 0,45 %)
Figura 4. Benefícios produtivos e de rendimento obtidos em lotes de frango de corte após uso de Cevac IBras (Chacón et al., 2018)
“A implementação de um programa vacinal com vacinas vivas e inativada contendo a cepa BR-I na fase de recria, levou a melhores resultados de produtividade, qualidade de progênie, mas também eliminou a necessidade de revacinações na fase de produção de ovos”. Desta forma, as empresas ganharam em produtividade e redução de manejo (Figura 5).
Menor mortalidade na fase de produção (2 – 5,4%)
Eliminação da medicação com antibiótico
(R$ 915 por lote de 1.000 aves)
Menor número de pintinhos de 1 dia de segunda qualidade (0,2 – 0,5%)
Menor mortalidade de pintinhos de primeira semana (2 – 10%)
Eliminação da medicação com antibiótico de pintinhos de primeira semana (até R$15 / mil pintinhos de 7 dias)
“O controle eficaz da BIG usando vacina viva com cepa BR-I trouxe benefícios nas fases de recria (mais frangas vendáveis) e produção de ovos (mais ovos vendáveis) nas granjas de postura comercial (Figura 6)”. O controle eficaz da BIG também facilitou o controle de outras doenças respiratórias como a Micoplasmose e Laringotraqueíte infecciosa.
“Empresas que controlaram de forma eficaz a Bronquite infecciosa com vacinas com cepa BR-I reportam resultados produtivos nunca antes obtidos, superiores ao padrão ou esperado”.
Menor mortalidade na fase de recria (1 – 1,3%)
Eliminação da medicação com antibióticos (até R$ 280 / mil frangas)
Maior peso corporal (62 gramas)
Maior uniformidade do lote no final da fase de recria (3,3 – 5,5%)
Melhor início de atingimento de pico de produção (4 semanas)
Menor mortalidade na fase de produção (0,5 a 2%)
Menos ovos com casca disforme (0,1 – 0,2%)
Menos ovos com casca trincada (0,8 – 0,9%)
Menos ovos com casca mole (0,7 – 0,8%)
Menos ovos com casca suja (2,3 – 2,6%)
Melhor uniformidade de peso de ovo (4,5%)
Figura 6. Benefícios produtivos obtidos em lotes de poedeiras após uso de Cevac IBras (Chacón et al., 2020).
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