Fabio Nunes, reconhecido expert internacional em plantas de processamento, nos revela as características que deve apresentar “a faca ideal” para as plantas de abate.
A faca é uma ferramenta imprescindível em qualquer planta de abate avícola. Como tal, sua compra não pode ser baseada na premissa equivocada de que “faca é faca”. Não! Para que seja possível extrair os melhores resultados da faca, sua escolha deve considerar parâmetros técnicos e específicos, como qualidade e durabilidade, exigências de cada tarefa onde será usada e seus atributos ergonômicos.
Importância da qualidade e durabilidade da faca
A qualidade da faca tem repercussões técnicas e econômicas importantes para a empresa. A qualidade do conjunto cabo-lâmina estabelecerá, em grande parte, a durabilidade da faca e, consequentemente, a diluição do custo de aquisição e a frequência de troca. Também contribuirá para que suporte melhor a agressividade das constantes lavagens e mudanças de temperatura a que são submetidas na esterilização.
Além disso, uma faca com lâmina de aço de boa qualidade mantém o filo por mais tempo, o que diminui a frequência de afiação, enquanto durante o turno permite trabalhar com menor esforço físico, maior precisão, menos perdas, mais produtividade e menor custo operacional.
Cada operação na planta de abate exige uma faca específica
Os cortes realizados na sangria, evisceração manual, sala de cortes ou outras áreas são operacionalmente distintos entre si, quer seja por sua extensão e complexidade, pela maneira e com que velocidade o operador recebe a matéria prima, a superfície de apoio das peças e posição do operador. Então, a faca usada em cada operação deve ter o desenho e a lâmina compatíveis com as peculiaridades da tarefa, posto de trabalho e ciclo de movimentos do operador, a fim de poder proporcionar a efetividade, precisão e produtividade do trabalho.
O que se deve considerar ao escolher uma faca?
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Sua escolha deve considerar, igualmente, os aspectos ergonômicos relacionados a cada posto de trabalho. As operações de corte exigem o emprego simultâneo dos dedos, mãos, pulsos, braços, antebraços e ombros. Graças às incontáveis repetições de movimento realizadas durante o turno, combinadas à aplicação simultânea da força, essas partes são, fisicamente, muito exigidas.
Qual a influência da faca sobre o operador de uma planta de abate?
Está cientificamente comprovado que o desenho, diâmetro e material do cabo, bem como a longitude e inclinação da lâmina, contribuem para a redução do estresse físico associado ao uso prolongado da faca. Trabalhos de pesquisa apontam, por exemplo, que para a desossa em mesa as facas retas são ergonomicamente prejudiciais, sendo melhores as com lâmina a -30 graus em relação ao cabo por impor menor estresse físico aos membros superiores do operador. Já para o desmembramento de carcaças na vertical as de lâminas a +30 graus são as mais adequadas.
Conclusão
Portanto, se as facas não são selecionadas também sob critérios ergonômicos, os efeitos cumulativos do estresse físico gerado por cada operação de corte poderão produzir, ao longo do tempo, Doenças Músculo-Esqueléticas nos operadores, um problema, que por seu impacto social e econômico, repercute muito mal para as empresas. Desta forma, futuramente, quando for adquirir facas para sua empresa, lembre-se de levar isso em consideração!
