O uso de estratágias de fermentação de fibra dietética como aliada no combate à Salmonela
O uso de estratágias de fermentação de fibra dietética como aliada no combate à Salmonela
Estratégias nutricionais para minimizar a presença de Salmonella na produção animal reflete em um dos componentes chave na produção animal. A atual abordagem brasileira, e de igual maneira em vários outros países do mundo, consiste em utilizar uma estratégia de mitigação da prevalência deste patógeno do campo até a mesa
A AB Vista, por meio de seu portfólio de produtos e serviços tem ajudado aos produtores rurais latinoamericanos na redução desta ocorrência, principalmente pelo uso de produtos como Leveduras Vivas (VISTACELL) e do aditivo Estimbiótico (SIGNIS) com esta finalidade. Ambos os produtos/estratégias possuem foco em melhorar uma comunidade saudável e reduzir com isso o desenvolvimento de patógenos indesejáveis como o caso da Salmonelose.
Nesta revisão, vamos focar no uso de aditivos estimbióticos e seus efeitos na fermentação da fibra dietética.
O uso de estratágias de fermentação de fibra dietética como aliada no combate à Salmonela
Entende-se por Fibra Dietética (FD) a somatória da lignina e dos polissacarídeos não amiláceos, em suas mais diversas frações (solúveis e insolúveis).
As fibras solúveis e insolúveis têm efeitos diferentes, com relação às fibras solúveis, existe um potencial impacto na digestibilidade dos nutrientes, devido ao aumento da viscosidade da digesta. As fibras insolúveis podem melhorar a utilização de nutrientes e a morfologia intestinal (Choct, 2015).
Para uma melhor utilização de ambas as frações, o nutricionista e/ou profissionais dedicados a saúde intestinal de aves e suínos podem optar pelo uso de ferramentas para otimizar a fermentação intestinal destas fibras, proporcionando um ambiente mais saúdavel devido à característica prebiótica desta fermentação e diminuindo, assim, pressões de infecção de patógenos deletérios.
O uso de estratágias de fermentação de fibra dietética como aliada no combate à Salmonela
Um grande exemplo pode ser visto na publicação de Morgan et al., (2024). Estes autores publicaram uma revisão de dados sobre como o uso do aditivo estimbiótico SIGNIS, aditivo a base de enzimas + xilo-oligossacarídeos (XOS) fermentáveis visando estimular a proliferação de bactérias benéficas no trato gastrointestinal de frangos de corte.
XOS são polímeros de xilose produzidos pela degradação hidrolítica do xilano por endoxilanases. O XOS possui propriedades prebióticas, pelas quais estimulam seletivamente o crescimento de bactérias benéficas, resultando na diminuição da colonização de bactérias patogênicas no trato gastrointestinal (TGI), tais como Salmonelas, devido ao aumento da produção de ácidos graxos voláteis (AGV) e ácido láctico, melhorando a fermentação de polissacarídeos não amiláceos (NSP).
O uso de estratágias de fermentação de fibra dietética como aliada no combate à Salmonela
Os XOS induzem estes efeitos positivos quando alimentados com níveis muito baixos doses, 10 a 100 vezes menores do que as exigidas por outros oligossacarídeos (Morgan et al., 2024).
Para isso, os autores trabalharam em uma coletânea de mais de 50 experimentos compilados em uma holo-análise sobre o consumo de ração das aves, ganho de peso corporal, conversão alimentar e mortalidade. Os resultados mostraram que o XOS teve um impacto positivo na redução da mortalidade das aves (P<0,05), em especial em experimentos onde o desafio de mortalidade foi alto para o grupo controle (Figura 1).
O uso do aditivo Estimbiótico reduziu a mortalidade em 0,69% para cada incremento de 1% no grupo controle. Igualmente, a suplementação com Estimbiótico proporcionou um efeito positivo (P<0,05) na performance (Figura 1).
Figura 1. Resultados de mortalidade e performance provenientes da Holo-Analise de mais de 50 experimentos realizados com uso do aditivo estimbiótico versus um grupo controle.
Uma possível explicação para estes fatores pode ser atribuída a redução na prevalência de doenças patogênicas bactérias no TGI, como Clostridium spp. e Salmonella spp., pelo incremento da taxa de fermentação de fibra e produção de uma comunidade bacterina benéfica.
Em trabalhos publicados por (De Maesschalck et al. 2015; Luo et al. 2021; Pourabedin et al. 2017), uma aprimorada competência imunológica já foi observada com aplicação suplementar de XOS, que aumentou a resistência à colonização por bactérias patogênicas, em especial por incrementar a expressão de glicoproteínas associadas a mucina que conferem proteção às células intestinais, além da geração de um efeito prebiótico direto para bactérias benéficas, tais como: Bifidobacterium, Lactobacillus, entre outros.
O uso de estratágias de fermentação de fibra dietética como aliada no combate à Salmonela
Em outro trabalho publicado por Pourabedin et al. (2017), foi avaliando o efeito de XOS e outros aditivos na redução da prevalência de Salmonella Enteritidis na colonização cecal de frangos nas primeiras semanas de vida.
De acordo com os dados dos autores, ficou evidente que o uso destes oligossacarídeos de fibra proporcionou mudanças positivas (P<0,05) na diversidade e composição microbiana do intestino das aves induzidos pela infecção por S. Enteritidis.
De acordo com os autores, em frangos de corte, Salmonella presente no ceco é um marcador de saúde e de controle de condenação importante, pois pode resultar facilmente na presença de Salmonella em carcaça durante o processo de abate.
Em galinhas poedeiras, a colonização cecal de S. Enteritidis pode se espalhar para os órgãos reprodutivos e levar à transmissão do patógeno aos ovos. Por isso, redução da colonização por Salmonella no ceco constitui em uma estratégia preventiva a ser buscada, para reduzir a incidência de salmonelose humana.
Ainda de acordo com os autores, os efeitos dos prebióticos dos XOS sobre os gêneros Lactobacillus aumentaram em resposta à suplementação destes oligossacarídeos (P<0,05).
Estas ações no uso destas frações de fibra e de aditivos para otimizar estas fermentações (como o aditivo Estimbiótico SIGNIS), ainda possuem um extra benefício que é o custo desta estratégia para esta otimização de saúde intestinal, que tende a ser menor que outras alternativas semelhantes disponíveis no mercado.
Referências Bibliográficas:
Choct, M. Fibre – Chemistry and Functions in Poultry Nutrition. LII Simposio Cientifico de Avicultura Málaga. 2015.
De Maesschalck, C., V. Eeckhaut, L. Maertens, L. de Lange, L. Marchal, C. Nezer, S. D. Baere, S. Croubels, G. Daube, and J. Dewulf. 2015. “Effects of Xylo-Oligosaccharides on Broiler Chicken Performance and Microbiota.” Applied & Environmental Microbiology 81 (17): 5880–5888.
Luo, D., J. Li, T. Xing, L. Zhang, and F. Gao. 2021. “Combined Effects of Xylo-Oligosaccharides and Coated Sodium Butyrate on Growth Performance, Immune Function, and Intestinal Physical Barrier Function of Broilers.” Animal Science Journal 92 (1): e13545.
Morgan, N.K; Kim, E; González-Ortiz, G. Holo-analysis of the effects of xylo oligosaccharides on broiler chicken performance. British Poultry Science, 65:1, 79-86, 2024.
Pourabedin, M., Q. Chen, M. Yang, and X. Zhao. 2017. “Mannan-And Xylooligosaccharides Modulate Caecal Microbiota and Expression of Inflammatory-Related Cytokines and Reduce Caecal Salmonella Enteritidis Colonisation in Young Chickens.” FEMS Microbiology Ecology 93 (1).
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