Paraná registra aumento de 32% no faturamento de exportação de frango
Além de ser o maior produtor de carne de frango do Brasil, o Paraná lidera nas vendas para o exterior. Segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral), no primeiro trimestre de 2023, o estado foi o responsável por 42,1% do volume das exportações brasileiras do produto.
De acordo com o Deral, as vendas de carne de frango do Paraná para o mercado internacional aumentaram em 5,35% no volume e 32% no faturamento.
No Brasil, o aumento no volume de exportação foi de 16,85%. Já o faturamento cresceu 27,1%.
Alguns dos efeitos desse crescimento são sentidos em propriedades no oeste do estado. Um casal de avicultores de Cascavel tem 20 anos de experiência com a criação de frango de corte, com 31 mil pintinhos alojados em dois aviários.
Nos últimos meses, eles perceberam uma necessidade de acelerar a produção, por isso, o tempo de espera entre os lotes diminuiu.
“Teve uma melhora por alojarmos mais rápido. Antes, ficávamos até 20 dias sem alojar. Agora, não... Dez, 15 dias, no máximo, já estamos alojando de novo”, diz a avicultora Loreci do Prado Gomes.
Em uma cooperativa da cidade, são abatidas mais de 225 mil aves por dia. Das mais de 500 toneladas de carne produzidas, 60% são exportadas.
Ali, há produtos específicos para países da Europa, como o peito de frango salgado.
“O produto é peito sem osso e pele, tanto para mercado interno quanto para exportação, então os cuidados para os dois mercados acabam sendo os mesmos”, diz a responsável pelo controle de qualidade, Dessire Fuentes Rojas.
Os maiores compradores de carne de frango do Brasil em volume são China, África do Sul, Japão e Emirados Árabes, de acordo com dados da cooperativa.
Irineo da Costa Rodrigues, diretor-presidente da maior cooperativa produtora de frangos do país afirma que, apesar do aumento nas exportações, não há problemas de desabastecimento no mercado interno.
"Todo ano, o consumo de frango em nosso país tem crescido. Isso faz com que o destino principal do frango brasileiro seja o mercado interno, 67% da produção nacional fica no mercado interno”, ele diz.
Um fator que ajudou o Brasil a se consolidar como maior exportador da carne de frango do mundo foi a gripe aviária. O país tem um controle rigoroso e é considerado livre da doença.
“A região oeste do Paraná, como o estado em geral, tem uma avicultura jovem. Ela tem crescido acima da média nacional porque aqui nós temos fartura de produção de grãos, que é matéria prima para rações, e temos uma avicultura com origem na pequena propriedade familiar”, diz Rodrigues.
“E também por estarmos livres da influenza aviária, isso também tem consolidado o Brasil nessa posição e isso também faz com que o mercado internacional venha a demandar mais frango brasileiro.”
Tantos números positivos ajudam a explicar o porquê de a avicultura ter dado tão certo no Paraná. E também porque, há décadas, tem gente que trabalha duro para movimentar o setor.
“Vale a pena sim, é trabalhoso, é trabalho 24 horas por dia, mas é bom!” diz a avicultora Loreci.
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