Salmoneloses em aves de produção: métodos de controle e o uso de eubióticos como importante ferramenta de mitigação da doença
Salmoneloses em aves de produção: métodos de controle e o uso de eubióticos como importante ferramenta de mitigação da doença
As Salmonellas paratíficas representam uma preocupação significativa para a indústria avícola global. Essas bactérias não tifoides são sempre um desafio para a avicultura do ponto de vista regulatório, tanto em frangos de corte, perus e galinhas poedeiras.
Sua principal implicação é sobre a segurança alimentar e o comércio internacional. Diante das restrições no uso de antibióticos promotores de crescimento, os eubióticos, especialmente os probióticos colonizadores e ácidos orgânicos, emergiram como uma alternativa eficaz e sustentável para o controle da Salmonella spp.
Este documento analisa a problemática geral das Salmonellas paratíficas, as perdas produtivas associadas, as estratégias de controle atuais e o papel potencial dos eubióticos no manejo integrado dessa problemática.
Salmonella spp. é um agente entérico relevante na avicultura moderna, tanto por sua capacidade de causar doença (salmonelas tíficas) nas aves quanto por sua importância como zoonose transmitida por alimentos (salmonelas paratíficas).
As Salmonellas paratíficas se caracterizam por não serem específicas de hospedeiro, o que permite sua persistência em diversas espécies animais e no ambiente. Isso dificulta sua erradicação e favorece sua disseminação ao longo da cadeia agroalimentar.
Em sistemas produtivos intensivos, a prevalência de Salmonellas paratíficas é um fator importante a ser considerado. A prevalência varia muito entre cada realidade, dependendo das condições sanitárias, práticas de manejo e controles implementados.
A presença de múltiplas cepas (como Salmonella Infantis, S. Enteritidis e S. Heidelberg, entre outras) gera um desafio no controle geral e pressiona a indústria a explorar novas estratégias de prevenção.
Salmoneloses em aves de produção: métodos de controle e o uso de eubióticos como importante ferramenta de mitigação da doença
A prevalência de Salmonellas paratíficas em aves de produção depende de múltiplos fatores:
Salmoneloses em aves de produção: métodos de controle e o uso de eubióticos como importante ferramenta de mitigação da doença
O manejo das Salmonellas paratíficas baseia-se em uma abordagem multifatorial que inclui:
Com a crescente pressão para reduzir o uso de antibióticos, os eubióticos apresentam-se como uma ferramenta de uso cotidiano no mundo avícola.
Este termo engloba uma variedade de produtos destinados a manter ou restaurar o equilíbrio da microbiota intestinal. Entre eles incluem-se:
Os probióticos e Simbióticos colonizadores, cepas vivas selecionadas por sua capacidade de aderência e estabelecimento no trato gastrointestinal, são particularmente eficazes na exclusão competitiva de Salmonella. Alguns mecanismos de ação incluem:
Salmoneloses em aves de produção: métodos de controle e o uso de eubióticos como importante ferramenta de mitigação da doença
Um aspecto importante a mencionar é que o termo geral de probiótico inclui um número muito diverso de bactérias benéficas a serem administradas. A chave é entender que nem todos os probióticos são colonizadores, portanto, nem todas as cepas têm a possibilidade de reduzir a prevalência de Salmonella spp.
Os bacilos, por exemplo, não têm capacidade de colonizar, portanto, não possuem a capacidade de realizar exclusão competitiva nos sítios de adesão. Cepas selecionadas especificamente para colonizar diferentes porções do intestino são ideais para uma máxima proteção.
O uso de probióticos colonizadores como parte de um programa integral deve considerar:
Embora o custo inicial dos eubióticos possa ser mais alto do que o dos antimicrobianos tradicionais, os benefícios econômicos manifestam-se em:
As Salmonellas paratíficas representam um desafio persistente para a avicultura moderna, com implicações tanto de saúde pública quanto econômicas. Diante da crescente pressão para reduzir o uso de antibióticos promotores de crescimento, os eubióticos, especialmente os probióticos colonizadores, perfilam-se como uma ferramenta chave na prevenção e controle dessa infecção.
Sua incorporação em programas integrais de biossegurança e manejo pode não só reduzir a prevalência de Salmonella spp., mas também melhorar a rentabilidade e sustentabilidade do sistema produtivo avícola.
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