“Em 2014 foram estabelecidas as normas para a Certificação para Compartimentação da cadeia produtiva avícola para a infecção pelos vírus de influenza aviária (IA) e Doença de Newcastle (DNC), que atesta o status sanitário diferenciado da unidade produtiva, por meio da adoção de procedimentos adicionais de biosseguridade e vigilância epidemiológica”, contextualiza Ana Maria Iba Kanashiro, pesquisadora do IB e diretora do CEAV.
Laboratório paulista é credenciado para novas análises voltadas à sanidade avícola
O CEAV (Centro Avançado de Pesquisa Avícola), mantido pelo Instituto Biológico (IB-APTA) em Descalvado (SP), foi credenciado para a realização […]
O CEAV (Centro Avançado de Pesquisa Avícola), mantido pelo Instituto Biológico (IB-APTA) em Descalvado (SP), foi credenciado para a realização de análises de biologia molecular relacionadas à sanidade avícola. O credenciamento foi realizado pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e surgiu da necessidade de atendimento à demanda por análises de doenças de importância para a cadeia aviária.
Segundo ela, devido ao aumento da demanda pelas análises laboratoriais necessárias para o processo, o Mapa decidiu credenciar laboratórios do serviço público para a realização dos ensaios – que anteriormente só eram realizados pelo LFDA (Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Campinas).
“Pela importância do CEAV para o Setor Avícola, em 2017 foi assinado acordo para doação de verba para custeio de equipamentos e insumos para a implantação do diagnóstico molecular, pela técnica de PCR em tempo real, no laboratório de Descalvado”, explica.
Segundo informações da assessoria de imprensa da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, foram investidos R$ 300 mil, aplicados nas adequações exigidas para o credenciamento, compra de equipamentos, insumos e calibrações e capacitação técnica. Os recursos vieram de um projeto entre a Fundepag (Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa Agrícola) e a empresa Pluma Agroavícola LTDA.
O laboratório, que desde 2013 possui acreditação internacional pela norma NBR ISO 17025, relacionada à qualidade, foi auditado por equipe técnica do Mapa em agosto de 2019. A extensão do escopo de análises, integrando as novas metodologias de biologia molecular foi publicada em 22 de maio de 2020.
“Com esta extensão de escopo, o CEAV atenderá as demandas das empresas avícolas, nos ensaios exigidos para compartimentação e para importação de material genético”, diz Ana Maria.
Segundo a diretora do Centro, o credenciamento atual do CEAV atenderá:
- aos programas de certificação e controle de granjas de reprodutoras comerciais;
- controle e monitoramento nos estabelecimentos avícolas comerciais de frangos e perus de corte; e
- estabelecimentos de abate de frangos, galinhas, perus de corte;
- reprodução, compartimentação, exportação e importação de material genético avícola.
A importância da sanidade avícola

A aquisição do material genético é um processo fundamental para o estabelecimento da atividade avícola. As aves que dão origem aos novos plantéis precisam estar livres de determinadas enfermidades, tanto no processo de importação, quanto para exportação. A garantia de sanidade é um fator crucial nesse processo.
“O custo para aquisição do material genético avícola é muito elevado. Por isso, o controle deve ser feito logo no início, com a comprovação de que o material está livre de determinadas doenças para, finalmente, compor o plantel nacional”, diz Renato Luciano, pesquisador do IB que também atua junto ao CEAV.
De acordo com ele, a rigidez no controle de doenças avícolas é necessária para salvaguardar a atividade avícola no país. “Influenza aviária e Newcastle são doenças que causam restrições no comércio internacional”, explica Luciano. “Isto é, se houver qualquer caso no país, o mesmo é proibido de exportar”, completa.
Segundo Luciano, o Brasil é livre de influenza aviária e controlado para a DNC, através da vacinação. Para manter este patamar sanitário são necessárias medidas de prevenção e controle, com o monitoramento constante destas enfermidades.
O pesquisador do IB cita outros agentes que atingem as aves e são motivo de atenção por causarem prejuízo aos produtores, como a laringotraqueíte infecciosa das aves (LTI), micoplasmoses e salmoneloses aviárias.
“A disseminação destes patógenos entre as aves é rápida, por isso, devem ser tomadas medidas de biosseguridade que são eficazes para o controle da maioria das doenças. Elas incluem, além da vacinação, o controle de acesso às granjas, limpeza, desinfecção, monitorias constantes, educação sanitária e treinamentos dos funcionários, dentre outras ações”, afirma Luciano.
Para o pesquisador, com a certificação pelo MAPA, o laboratório poderá contribuir muito com o setor avícola, através da realização de exames que visam garantir a sanidade tanto do material que chega de outros países, quanto do que é exportado.
“A partir deste credenciamento, estamos prontos para atender às empresas avícolas, através do diagnóstico molecular de IA, DNC, além de LTI, micoplasmoses e salmoneloses aviárias, contribuindo assim com os programas de controle dessas enfermidades, conforme as legislações vigentes do MAPA. Esta é uma conquista importante”, finaliza.
Sobre o CEAV
O CEAV (Centro Avançado de Pesquisa Avícola) do Instituto Biológico (IB), atua nas áreas de pesquisa científica e de diagnóstico de doenças avícolas. O CEAV atende também a clientes do setor de alimentação animal e de produtos de origem animal, atuando em controle microbiológico. O CEAV localiza-se em Descalvado, possuindo também o LSA (Laboratório Especializado em Sanidade Avícola), localizado em Bastos. Por ano, são realizadas cerca de 200 mil análises para produtores e empresas, abrangendo mais de 100 municípios.
Confira o escopo completo de análises oferecidas:
Ensaio Bacteriológico
– Salmonella spp, S.Enteritidis, S. Gallinarum, S. Pullorum, S.Typhimurium (Diagnóstico bacteriológico e identificação bioquímica e caracterização antigênica)
Ensaios Sorológicos Técnica soroaglutinação em placa
– Mycoplasma gallisepticum
– Mycoplasma synoviae
– Mycoplasma meleagridis
– S. Gallinarum e S. Pullorum
Ensaios Sorológicos Técnica Elisa
– Mycoplasma gallisepticum
– Mycoplasma synoviae
– Mycoplasma gallisepticum e Mycoplasma synoviae conjugado
– Mycoplasma meleagridis
– Doença de Newcastle
– Influenza aviária
– Laringotraqueíte das aves
Ensaios Sorológicos Técnica IDGA
– Influenza aviária
– Laringotraqueíte infecciosa das aves
Ensaios moleculares PCR convencional
– Mycoplasma synoviae
– Mycoplasma gallisepticum
– Mycoplasma meleagridis
– vírus de laringotraqueíte das aves
– Salmonella
Ensaios moleculares PCR tempo real
– vírus de Newcastle.
– vírus de influenza aviária
– vírus de laringotraqueíte das aves
– Mycoplasma gallisepticum
– Mycoplasma synoviae