Para ler mais conteúdo de aviNews Brasil Outubro 2021
A Salmonella é um dos principais patógenos encontrados na avicultura atual e seu controle é fundamental para a indústria avícola.
Para prevenir a entrada deste gênero de bactéria nas granjas é necessário um bom programa de biosseguridade e, dentro desse programa, a vacinação é uma importante ferramenta que auxilia no controle de Salmonella.
Novos conceitos no desenvolvimento de vacinas vêm sendo empregados com procedimentos avançados de engenharia genética. Dentre estes novos conceitos, as vacinas de subunidades estão se destacando.
Por definição, uma vacina de subunidade proteica é constituída por fragmentos de proteínas, ou revestimentos proteicos que mimetizam a estrutura do microrganismo de interesse.
Podem ser desenvolvidas através de:
um único antígeno,
ou por vários antígenos diferentes,
A produção deste tipo de vacina ocorre através da manipulação de outros microrganismos programados que farão a multiplicação da fração antigênica de interesse.
As vacinas à base de subunidades são produzidas a partir de microrganismos vivos, onde leveduras e bactérias são manipuladas neste processo produtivo, que demandam de condições de cultivo criteriosas e procedimentos rígidos de higiene e contenção de contaminação.
Para desenvolver tais vacinas, o material genético de um antígeno de interesse é inoculado em bactérias ou leveduras de fácil manipulação e cultivo, com capacidade de sintetizar quantidades suficientes das proteínas de interesse.
Após a multiplicação destes organismos, as proteínas formadas são purificadas.
Em seguida, são inativadas através de processos.
O próximo passo é a formulação da vacina incorporando a proteína purificada com os demais componentes da vacina, que podem ser adjuvantes com a capacidade de potencializar a resposta imune, como também conservantes para garantir estabilidade para o imunizante.
Fragmentos de proteína ou polissacarídeos do patógeno de interesse encontrados na vacina de subunidade proteica exigem testes específicos para identificar e garantir a capacidade de produzir resposta imunológica da combinação destas substâncias. |
Devido a isso, pode-se minimizar efeitos colaterais para o organismo que será imunizado
Modo de Ação
As vacinas de subunidade via administração oral ativam o sistema imune humoral de mucosa, através da entrada da subunidade proteica em enterócitos, células M, ou por reconhecimento de células dendríticas após estímulos prévios do sistema imunológico na lâmina própria.
As células dendríticas apresentam a subunidade proteica como um antígeno para os linfócitos T e, em seguida, são apresentadas para linfócitos B, que se diferenciam em plasmócitos.
Estes plasmócitos são responsáveis pela produção da imunoglobulina A secretória (sIgA), que são secretadas da lâmina própria para o lúmen intestinal, estimulando a imunidade de mucosa.
Há inúmeras vantagens no uso destas vacinas
1. Redução dos riscos relacionados ao processo de aplicação, pois não proporcionam efeitos colaterais aos indivíduos vacinados, garantindo a segurança do manipulador e das aves;
2. Utilizam a estratégia DIVA (Differentiating Infected from Vaccinated Animals), não interferindo nos métodos de detecção;
3. Alta produção de imunidade de mucosa;
4. Estabilidade do produto no armazenamento e a facilidade de aplicação;
5. Limitação da multiplicação e excreção do patógeno.
A tecnologia de subunidade é a nova geração das vacinas contra Salmonella, pois:
São seguras e proporcionam imunização para as aves,
Estimulando o sistema imune de mucosa,
Proporcionando ampla e prolongada proteção contra as salmonellas paratíficas.
A vacinação, junto da implementação de medidas de biosseguridade durante toda a cadeia de produção avícola, melhora a saúde das aves e produz alimentos seguros e com qualidade. |