30 abr 2019

Carne de frango deve ascender a proteína mais consumida do mundo já em 2019

A carne de frango, prevista para ser a proteína animal mais consumida do mundo até o ano de 2020, deverá […]

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A carne de frango, prevista para ser a proteína animal mais consumida do mundo até o ano de 2020, deverá ter sua rota de ascenção acelerada pela Peste Suína Africana (ASF – sigla em inglês). A informação foi passada pela analista sênior de proteínas do Rabobank,  Christine McCracken, aos membros do IPC (International Poultry Council), durante sua reunião do primeiro semestre, em New Orleans (Luisiana – EUA).

“Perdas de suínos na China devido à ASF irão desencadear grandes choques nos mercados de proteína globais”, afirmou Christine McCracken. “e o frango é a proteína animal que tem mais a ganhar”, completou.

O presidente do IPC, Jim Sumner, concordou, dizendo que “a Peste Suína Africana está dizimando a principal indústria de proteína de carne da China e o frango é a alternativa lógica”. Ele apontou as oportunidades para produtores mundiais de aves, observando outras doenças animais na China, como a Febre Aftosa e a Influenza Aviária Altamente Patogênica, que podem complicar ainda mais o quadro para os produtores de suínos e aves do país asiático.

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A Peste Suína Africana afeta rebanhos em 15 países de três continentes. Desde o início de 2019, a OIE (Organização Mundial de Saúde Animal) notificou 18 novos focos de Peste Suína Africana apenas na China, onde são criados quase metade dos suínos do mundo.

Apenas os focos notificados no país asiático no mês de abril levaram cerca de 127 mil animais à morte, seja  pela enfermidade, ou pela  necessidade do abate sanitário. Segundo divulgação do IPC, a expectativa é de que as perdas de produção de carne suína em 2019 afetem 14% da oferta mundial da proteína, podendo subir ainda mais.

“A China produz 98% de sua carne suína, então uma previsão de queda de 30% na sua produção até o final do ano, levará a um declínio no abastecimento mundial total de proteína em 2019”, disse McCracken.

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A doença, que está na Rússia e na Europa Oriental há vários anos, foi encontrada na China em agosto de 2018 e está se espalhando para o Sudeste Asiático e o Vietnã (quinto maior produtor de carne suína do mundo). Segundo a especialista do Rabobank, o mundo não conseguirá preencher a lacuna deixada pela carne suína.

Ela explicou que a expectativa é de impacto limitado, a curto prazo, na importação de proteínas totais, mas que os preços deverão subir. As perdas da ASF tornarão a China 10% menor em termos de proteína animal, segundo McCracken, porém o país deverá aumentar a produção de outras proteínas como ovos, carne bovina, frutos do mar e aves.

“As importações de frango podem ser as mais beneficiadas”, afirmou. Durante o encontro, a especialista do Rabobank aludiu à oportunidade de um ganho duradouro na participação de mercado do frango. “A destruição da demanda por carne suína é um resultado potencial”, explicou ela.

Segundo divulgação do IPC, economistas da reunião concordaram que o consumo de carne de frango ultrapassará o de carne suína em todo o mundo já em 2019.

McCracken definiu sua perspectiva de declínio de 30% na produção na China e declínio de 14% na produção mundial como “conservadora”, dizendo que as quedas podem ser mais profundas. “O consumo de carne de aves de fato superará o da carne suína em 2019 e esta dificilmente recuperará sua posição de liderança”, disse ela.

Outras quedas na produção mundial de carne suína, de cerca de 3% em 2020, são previstas, de acordo com McCracken, já que a Ásia perde mais animais e a expansão em outras regiões, até então, não estava em vigor. “A estabilização começará em 2021 e uma recuperação mais modesta, de 1% a 2% em volumes, em 2022-2027. As restrições ambientais e de abate, provavelmente limitarão o tamanho e a velocidade da expansão ”, concluiu.

O economista Paul Aho previu que a produção de suínos cairá 15% em todo o mundo em 2019. “Daí, a carne suína aumentará 5% ao ano durante quatro anos”, disse ele, “e continuará aumentando a uma média de 2% por ano. Enquanto isso, as aves domésticas aumentarão 3% ao ano durante três anos (estimuladas em parte pela escassez de carne suína), antes de cair para um aumento médio de 2% ao ano”, previu.

“O frango superará a carne suína em produção este ano e nunca abandonará a coroa segundo meus cálculos”, disse Aho.

“Com a China tendo perdido 30% de seu rebanho para a ASF, produzindo 50% da oferta global, não há dúvida de que a avicultura é hoje a maior produtora mundial de proteínas animal”, concluiu Sumner.

No encontro, Jim Sumner deixou o cargo de presidente após liderar o IPC nessa função desde sua criação, em 2005. Segundo divulgação do órgão, ele continuará a liderar o Conselho de Exportação de Aves e Ovos dos EUA como seu presidente.

Robin Horel, presidente e CEO do Canadian Poultry and Egg Processors Council, foi eleito presidente do IPC, e Ricardo João Santin, diretor executivo da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), foi reeleito vice-presidente.

O IPC foi formado em 2005 pelos principais países produtores de aves para determinar áreas de interesse comum e desenvolver políticas para a melhoria geral da indústria global. A organização tem atualmente 29 países membros e 56 membros associados, representando mais de 88% da produção mundial de aves e 95% do comércio de aves.

Com informações do site do IPC

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