No dia 8 de outubro, a Ceva Saúde Animal realizou um dos encontros mais representativos da avicultura latino-americana, o Ceva Innovation Summit Lima (Peru). Cerca de 250 atores da indústria avícola de 15 países, principalmente da América Latina, Europa e Estados Unidos (EUA) foram atraídos por uma programação de 12 horas, distribuídas entre debates, oportunidade de troca de experiências e atividades culturais.
A “gema” da indústria avícola da região foi recebida em um dos hotéis mais modernos de Lima, com vista para o Oceano Pacífico, o maior do planeta Terra.
E mesmo diante de tantos atrativos, o que realmente prendeu a atenção do público foi a programação de palestras com dez renomados especialistas que abordaram temas relacionados às mais recentes tendências do mercado avícola.
CONJUNTURA
A abordagem dos aspectos econômicos relacionados à indústria avícola latino-americana ficou sob a responsabilidade de Nan-Dirk Mulder, especialista global em proteína animal do Rabobank. Segundo ele, o principal desafio para a indústria avícola da região é manter a velocidade de crescimento do mercado regional, que tem sido mais alta que a média mundial que é de 3%.
Luca Comparini, chefe de Blockchain na IBM França, foi o responsável por abordar a importância desse modelo de base de dados para a indústria avícola. Segundo ele, a Blockchain atende a um novo modelo de cliente que exige mais transparência sobre os produtos que consome. Ele destacou ainda que a tecnologia permite prevenir problemas pela geração de um histórico de rastreabilidade.
Tema de relevância mundial, a redução do uso de antibióticos foi abordada por Jorge Aguirre, diretor técnico da Pilgrim’s México, uma das maiores produtoras de frango do país.
Sobre a experiência da empresa com a produção de frangos de corte livres de medicamentos, Aguirre destacou que a companhia teve que romper com alguns paradigmas e priorizar a prevenção em substituição à medicação.
P & D
Atualizados sobre alguns dos mais importantes aspectos conjunturais da indústria avícola, os participantes do Summit Innovation Lima puderam partir para a segunda etapa do encontro:
Apresentar aos atores da indústria avícola da região, um pouco sobre o nível de profundidade do trabalho e engajamento da equipe da Ceva Saúde Animal, que situam a empresa na posição de uma das que mais investe no desenvolvimento de tecnologias voltadas para a saúde animal.
Segundo o diretor da Ceva para a América Latina, Fernando de Mori, a empresa investe mais de 100 milhões de euros ao ano no desenvolvimento de novos produtos, serviços e máquinas.
Apresentar de forma detalhada a profundidade e seriedade das pesquisas desenvolvidas pela empresa, segundo de Mori, possibilita ao setor ter dimensão de tudo que a Ceva Saúde Animal é capaz de oferecer à indústria avícola.
O diretor global de marketing para avicultura da Ceva, Sylvain Comte, destacou que a companhia estará sempre investindo na inovação de vacinas porque as mesmas são “a medula do conhecimento da empresa”.
Porém, fez questão de destacar que a Ceva Saúde Animal também vem realizando fortes investimentos nos serviços veterinários oferecidos aos clientes, por se tratarem de um grande diferencial, que reflete sobre a qualidade de implementação das suas tecnologias, assim como na constante troca de aprendizados entre a equipe e os seus clientes.
LASER LIFE
Carlos González, Diretor Global de Serviços e Equipamentos em Farmacêutica e Biotecnologia da Ceva, falou sobre a nova tecnologia Laser Life, que combina o laser à detecção térmica para medir a emissão de calor dos ovos e, assim, poder identificar embriões mortos em estados de incubação inicial, intermediário e tardio, assim como os ovos com contaminação bacteriana.
González destacou que a qualidade do pintinho e a contaminação estão entre as principais preocupações dos incubatórios de todo o mundo pelo impacto direto e profundo que têm sobre a qualidade do pintainho e sua incubabilidade.
Ele explicou que os benefícios do Laser Life são a extração de ovos contaminados na transferência, promovendo menor contaminação durante a vacinação in ovo e após a eclosão nos nascedouros.
“Portanto, melhora-se a incubabilidade, a qualidade do pintinho e contribui-se para a produção livre de antibióticos”, destacou Carlos Gonzáles.
GUMBORO
O Dr. Luiz Sesti, que é chefe de serviços veterinários para aves da Ceva na América Latina, falou sobre o controle da Doença de Gumboro. Ele destacou que, enquanto ferramentas imunológicas de controle, as vacinas complexo imune possibilitam barrar completamente o ciclo da Doença de Gumboro.
“Não só no laboratório, a partir de provas controladas, mas a campo têm demonstrado ser completamente eficazes”, destacou.
Sesti referiu-se à Novamune, que é uma vacina de complexo imune, desenvolvida especificamente para poedeiras comerciais, que contém uma cepa diferente à da vacina Transmune, apresentando uma particularidade importante, que é o fato de ser congelada e não liofilizada. “E está registrada na União Europeia”, garantiu.
DOENÇAS RESPIRATÓRIAS
O Dr. Vilmos Palya, diretor do departamento de suporte cientifico e investigação da Ceva Saúde Animal o qual presta serviços mundialmente a clientes da Ceva Saúde Animal, com mais de 40 anos dedicado a esse trabalho, garantiu que as novas vacinas e as estratégias bem planejadas ajudam no controle da Doença de Newcastle, Bronquite Infecciosa e Influenza Aviária.
Porém, Palya destacou que a vacinação deve ser adaptada e ajustada, de acordo com as realidades locais. Quanto à Influenza Aviária, explicou que uma possível solução de amplo espectro seria uma vacina multivalente, a qual combinaria vários antígenos contra um mesmo tipo de vírus.
Tal vacina poderia ser desenvolvida através do uso de antígenos quiméricos e/ou através do conceito de vacinas vetorizadas altamente benéficas ao meio-ambiente por não conter vírus vivos nem inativados da Influenza Aviária. Acrescentou ainda que estas vacinas são aplicáveis na planta de incubação via in ovo ou em pintos de um dia de idade.
A responsabilidade de falar sobre a LTI (Laringotraqueíte Infecciosa Aviária) foi dada ao Dr. Horacio Gamero, que é gerente de produção da da Granja Tres Arroyos (Argentina).
“Não há laringotraqueíte se não há conjuntivite, podendo ser unilateral ou bilateral”, destacou com base em sua experiência. “Minhas equipes são preparadas mais para buscar estes detalhes clínicos que são chave para um diagnóstico precoce. De outra maneira, chegaremos muito tarde", destacou.
Para Gamero, a biosseguridade é fundamental porque pode-se cometer erros na aplicação dessas medidas por diversos fatores, impedindo a proteção completa das aves. Portanto, segundo ele, um conjunto de procedimentos deve ser adotado e, entre eles está a vacinação como ponto primordial.
“Para controlar a LTI temos a velha escola de usar vacinas que deixam as aves com o vírus latente, geram uma situação de estresse, podendo devolver o vírus ao ambiente, voltando a gerar a doença através da reversão à virulência”, alertou Gamero. Ele foi enfático ao defender que a nova tecnologia vacinas recombinantes contra a LTI, como a vacina Vectormune FP LT, deve receber a confiança dos produtores e técnicos do setor.
RENDIMENTOS
O gerente de Serviços Veterinários da Ceva Saúde Animal no Brasil, Dr. Jorge Chacón, discorreu sobre a influência dos dados clínicos de campo sobre as perdas ocorridas na planta de processamento por condenações, e consequentemente nas perdas de rendimentos econômicos com a industrialização dos frangos de corte.
Segundo ele, os problemas de saúde das aves no incubatório têm, necessariamente, forte repercussão na planta de abate e na venda do produto final.
Ele apontou inúmeros outros prejuízos causados pelas condenações de carcaças de frangos ao abate os quais podem ser evitados. “O investimento em um programa de vacinação adequado torna-se crucial”, alertou.
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Eduardo Cervantes LópezBioseguridad en granjas avícolas
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