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Enterite necrótica em frangos de corte – Parte 2
A continuação do primeiro artigo, nesta seção serão abordados o diagnóstico, controle e prevenção da EN nas aves.
Nos casos de enterites verifica-se fusão das vilosidades intestinais (fotos 1) e hiperplasia das células caliciformes (foto 2), que são as células produtoras de mucina, principal componente do muco.
O processo inflamatório é caracterizado pela migração massiva de heterófilos para as regiões em que ocorre a necrose e intenso infiltrado de leucócitos na lâmina basal, concomitantemente com edema, hiperemia, congestão e hemorragia da lâmina própria, submucosa e serosa.
O controle da mortalidade durante surtos é realizado através da administração de antibióticos via água de bebida ou ração, dentre os principais antibióticos com ação contra G+ podemos citar as tetraciclinas, a tilosina e a amoxicilina.
AMDs
Os AMDs controlam a microbiota patogênica e diminuem a disputa por nutrientes, além de reduzirem a produção de metabólitos depressores do crescimento das aves, assim, melhoram os índices zootécnicos (ganho de peso, conversão alimentar e mortalidade).
Desde o banimento dos AMDs na União Europeia em 2006, o seu uso vem sendo reduzido gradativamente a nível mundial, esta iniciativa é apoiada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e visa a redução da resistência antimicrobiana (RAM). No Brasil, diversos antimicrobianos foram descontinuados na última década, sendo que apenas um número reduzido de AMDs estão permitidos pelo Ministério de Agricultura a Abastecimento (MAPA) para uso em rações. Os principais AMDs utilizados em frangos de corte bem como as suas respectivas doses estão listados abaixo:
Enterite necrótica em frangos de corte – Parte 2
São aditivos à base de bactérias, leveduras ou fungos que alteram a microbiota intestinal promovendo um balanço entre as diferentes populações bacterianas benéficas que inibem o desenvolvimento de bactérias patogênicas. Em consequência disto, aumentam a integridade intestinal, modulam a imunidade o que se traduz em melhoria da performance zootécnica e contribuem para uma maior inocuidade dos produtos avícolas.
Dentre os gêneros bacterianos mais utilizados como probióticos se destacam os Bacillus spp., Lactobacillus spp. e Enteroccoccus spp. Além disso, leveduras da espécie Saccharomyces cerevisae são utilizadas de maneira concentrada.
São aditivos compostos por óleos essenciais (OEs) e/ou extratos vegetais (EVs) que apresentam efeitos antimicrobiano (bactérias, vírus e fungos), antioxidante, anti-inflamatório e digestivo pelo estímulo à produção de enzimas endógenas (ex. amilase). Os OEs constituem-se em complexas misturas de substâncias voláteis, geralmente lipofílicas, cujos componentes incluem terpenos, álcoois simples, aldeídos, cetonas, fenóis e ésteres. Quando utilizados em rações, melhoram o desempenho animal, mas não apresentam efeito medicamentoso, quer seja pelo princípio ativo ou por sua dosificação.
Os efeitos antimicrobianos dos óleos essenciais tais como o timol e eugenol, ocorrem devido à danos diretos à membrana bacteriana, inibição enzimática do seu metabolismo energético e desnaturação de certas proteínas. O efeito digestivo verificado com o seu uso (ex. piperina) ocorre devido ao estímulo à produção de enzimas endógenas (ex. amilase).
A presença de DON na ração a 5.000 ppb é um fator predisponente de EN em frangos de corte. Isso ocorre devido aos efeitos negativos diretos desta micotoxina sobre a barreira intestinal (aumento da permeabilidade, lesão das microvilosidades) e o consequente aumento da concentração de proteína total no duodeno, o que estimula o crescimento e a produção de toxinas pelo CP.
Dietas baseadas em grãos como o trigo, centeio, aveia e cevada podem aumentar a incidência e a gravidade de EN, pois estes cereais apresentam altos níveis de polissacarídeos não amiláceos (PNAs) que aumentam a viscosidade e a produção de muco intestinal. Assim, o uso de enzimas nutricionais (ex. xilanase), melhoram a digestibilidade destes ingredientes.
Além disso, ingredientes com altas concentrações de proteínas tais como o farelo de soja (que contém inibidores de protease e lectinas), farinhas de peixe, carne e farelo de ossos podem conter altos níveis de contaminação por CP.
Para informações relativas as referências bibliográficas ou aprofundamento do assunto favor entrar em contato com os autores deste artigo.
Enterite necrótica em frangos de corte – Parte 2