Os prognósticos do USDA preveem que a produção de frango de corte aumentará cerca de 3% em 2018. O aumento se deve, principalmente, à maior demanda mundial pelo produto brasileiro, especialmente devido ao contínuo impacto da Influenza Aviária em vários países. Além disso, em 2018, a demanda interna de frangos de corte deverá melhorar à medida que a economia brasileira se recupere e a inflação diminua.
USDA: produção brasileira de frango deve crescer 3% em 2018
O USDA prevê números positivos para a produção brasileira de frangos, tanto no mercado interno, como externo em 2018.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) prevê um crescimento de 3% na produção brasileira de frango em 2018 (13,8 milhões de toneladas). A informação consta do informe anual de previsões da entidade, que aponta o crescimento como resultado da maior demanda mundial pelo produto brasileiro e um pequeno crescimento no consumo interno.
Por outro lado, a confiança dos consumidores está melhorando e as dívidas destes estão diminuindo. Os menores preços dos alimentos são também um fator importante que apoia os produtores avícolas, devido a um recorde no cultivo de milho sem precedentes e a preços de insumos mais estáveis, principalmente para os insumos importados devido ao menor tipo de câmbio.
Ainda que os grandes frigoríficos se beneficiem este ano dos menores custos de produção, a força do dólar (quase 5% nos últimos 12 meses) poderia afetar suas margens de lucros com as exportações em 2018.
Produção
Para 2018, se prognostica que a produção de frango de corte crescerá cerca de 3% com um nível de produção de aproximadamente 13,8 milhões de toneladas. O prognóstico do USDA se apoia na firme continuidade da demanda mundial pelo produto brasileiro, devido ao impacto da Influenza Aviária em vários países do mundo. Também reflete uma melhora contínua da demanda interna devido à recuperação econômica combinada com a redução do custo dos alimentos.
É previsto que o volume de produção de carne de frango chegue a 13,8 milhões de toneladas, ou seja, um crescimento de 3% para 2018.
Custos de Produção
O recorde dos cultivos de milho e soja registrados têm reduzido significativamente os custos de alimentação este ano e as projeções atuais indicam que a safra 2017/18 provavelmente alcance outro recorde de produção devido ao grande uso da biotecnologia e ao crédito subsidiado. Como o milho e a soja representam mais de 70% do custo dos frangos de corte, existe um otimismo cauteloso entre os produtores e frigoríficos de que as margens de lucro continuem melhorando no próximo ano, inclusive com o dólar sendo negociado firmemente perto de 5% nos últimos 12 meses.
Como o milho e a soja representam mais de 70% do custo dos frangos de corte, existe um otimismo cauteloso entre os produtores e frigoríficos de que as margens de lucro continuarão melhorando no próximo ano.
Consumo
Para o próximo ano, está projetado que o consumo interno de carne de franco cresça 1,5%. A previsão do USDA reflete os primeiros sinais de uma recuperação sustentável da economia brasileira em 2018, com menor inflação e fraco crescimento do PIB, após vários anos de crescimento negativo. Não obstante, estima-se que os preços do frango se mantenham competitivos com os da carne bovina e suína, sendo que os analistas esperam uma concorrência maior da carne bovina em 2018.
O consumo doméstico de carne de ave está projetado para crescer 1,5% devido à recuperação sustentável da economia brasileira, após vários anos de crescimento negativo.
Comércio exterior
As previsões para 2018 apontam que provavelmente as exportações de frango de corte cresçam 5%. É provável que o crescimento das exportações continue a ser impulsionado pelo impacto negativo da Influenza Aviária em vários países e pela competitividade do produto brasileiro. No entanto, segundo alguns operadores locais, o lento aumento das exportações de frangos de corte em 2018 também pode estar influenciado pelo fator de uma maior população mundial de frangos de corte nos principais países importadores.
As exportações avícolas brasileiras foram afetadas pelo escândalo da "Operação Carne Fraca" em março de 2017, quando se descobriu a colusão entre a indústria e servidores do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) do Brasil em algumas plantas. Como resultado, alguns países importadores implementaram proibições temporárias de produtos brasileiros, o que teve um impacto significativo nas exportações durante a primeira metade do ano, especialmente para seus mercados no Oriente Médio e Ásia.
Os exportadores avícolas brasileiros estão moderadamente otimistas com a recuperação de sua reputação devido às mudanças do MAPA em seu sistema de exportação. No entanto, o volume das exportações diminuiu no primeiro semestre de 2017, enquanto o valor aumentou, refletindo os altos preços mundiais.
A projeção para o próximo ano das exportações de frangos de corte é que cresçam em 5%, devido ao impacto negativo da Influenza Aviária em vários países e pela competitividade do produto brasileiro.
Sobre o comércio com a China e Hong Kong, os exportadores locais projetam que as exportações à China se recuperarão no próximo ano. Existe um maior número de plantas aprovadas para esse mercado e o Brasil continua sendo o principal fornecedor desse destino devido ao impacto da Influenza Aviária. Além disso, o produto brasileiro é altamente competitivo nesse mercado. Os comerciantes locais também estão otimistas com a maior demanda de Hong Kong.
Os países do Oriente Médio provavelmente representarão o maior incremento das exportações brasileiras em 2018, principalmente Egito, Emiratos Árabes Unidos e Kuwait.
Quanto ao México e o Chile, espera-se que as exportações cresçam no próximo ano para ambos os países, já que o governo brasileiro negocia um aumento no número de plantas avícolas para estes mercados.
Os exportadores brasileiros também esperam um crescimento das exportações para Angola, Iraque, África do Sul e Coreia do Sul. Tanto que têm intensificado a promoção do comércio nestes países.
Os operadores locais indicam que as exportações à Rússia permanecerão firmes no próximo ano.
Em contraste, a Venezuela é o fator mais negativo das exportações brasileiras este ano e provavelmente continuará no próximo ano. A crise política e econômica combinada com os menores preços do petróleo afetaram a capacidade do país pagar suas importações.
O Relatório das projeções do USDA indica números positivos para o próximo ano da produção de frango brasileira. Isto se dará a partir do aumento da demanda mundial pelo produto brasileiro e a um incremento do consumo interno, refletindo um cuidadoso otimismo frente à recuperação da economia brasileira e da imagem dos produtos cárneos brasileiros. Menores custos dos alimentos, principalmente devido ao recorde na safra de milho e soja, que provavelmente melhorará as margens de lucro durante 2018, embora com uma taxa de câmbio adversa.