“Como já ocorreu em 2016, quando o milho brasileiro deixou de ser competitivo porque houve uma quebra na safra, hoje nós estamos caros em dólares de novo porque o nosso preço interior chegou a patamares muito altos”, salientou Cogo. “A gente pode realmente pensar num patamar de maior estabilidade no preço do milho, com chance de uma curva de queda gradual adentrando o segundo semestre de 2020 e persistindo por 2021”, completou.
As perspectivas foram passadas por Carlos Cogo, no último dia 18/5, durante Live no Instagram da aviNews Brasil
Produção e Exportação
As projeções da Cogo Inteligência em Agronegócio são de aumento entre 4% e 5% para a produção de carne de frango e entre 6% e 7% para as exportações (4,5 milhões de toneladas). Para a carne suína, as projeções da empresa de consultoria são de crescimento entre 4% e 5% para a produção e cerca de 15% para as exportações (cerca de 1 milhão de toneladas).
“Na carne suína, que já vem num ritmo muito acelerado, seria um recorde histórico”, salientou Carlos Cogo. O especialista lembrou que, no primeiro quadrimestre de 2020, quando diversos problemas logísticos se apresentaram no mundo todo devido à pandemia da COVID-19, as exportações brasileiras dessas proteínas já foram muito bem.
“Nós estamos exatamente no momento de retomada das atividades econômicas, ainda que de forma lenta e gradual, e já é suficiente para vermos um ritmo mais acelerado das exportações”, afirmou Cogo. “Imagina nos próximos dois quadrimestres, quando as coisas estarão bem mais descomplicadas em termos de logística”, ponderou.
O consultor lembrou ainda que a China, que abateu pelo menos 300 milhões de cabeças de suínos pela Peste Suína Africana, ainda está envolvida com esta enfermidade, assim como a Gripe Aviária e os resquícios da COVID-19, que atrapalhou os planos de restituição da indústria e das granjas. “É fato que não há um horizonte de que a China contorne esse problema de escassez de proteína no mercado interno”, observou Cogo.
Plano Safra
Perguntado sobre a recuperação do mercado internado, Carlos Cogo salientou que será um conquista gradual e exigirá paciência. Porém, os ganhos mais velozes no mercado externo tornarão o Brasil líder no mercado global de proteínas em termos absolutos.
O consultor apontou o agronegócio como uma grande oportunidade de alavancar a economia do País pós pandemia da COVID-29. Ele lembrou a atual previsão para o VBP (Valor Bruto de Produção) da Agropecuária é de crescimento entre 8% e 9%, o que se traduz em R$700 bilhões a valores deflacionados.
Segundo ele, hoje o juro pago pelo agricultor e pecuarista brasileiros está muito superior à taxa Selic. Isso se deve ao fato de que quando o último Plano Safra foi aprovado, a taxa Selic estava em 6,5% e hoje está em 3%, com viés de cair mais.
“É uma briga justa da Ministra (Tereza Cristina) pela queda na taxa de juros e aumento no volume de recursos no Plano Safra”, salientou. “Se o governo colocar mais US$5 bilhões para subvenção da taxa de juros no Plano Safra, ele consegue lançar um grande número de produtores, transforma em custeio, os investimentos em maquinário agrícola, implementos, insumos, recuperação de pastagens e pode ter certeza absoluta de que vai colher volumes dez, 20, até 30 vezes maiores do que aquele que ele vai aplicar”, salientou.
Segundo o pesquisador, enquanto o Brasil subsidia o equivalente a 3% do faturamento bruto da agropecuária, os chineses subsidiam o equivalente a 31% e os norte-americanos, o equivalente a 18%. “A gente está falando de US$5 bilhões para levantar o agronegócio e ter um número absolutamente enorme de crescimento ainda para 2020”, concluiu.
Confira a seguir a íntegra da entrevista:
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