A redução no poder de compra da população, devido aos impactos econômicos da pandemia de coronavírus, tem favorecido as vendas de carne de frango, que, geralmente, é mais barata do que as principais substitutas: bovina e suína. A análise é do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - Esalq/USP).
No último dia 10/6, a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) divulgou que a previsão de retração global devido à pandemia do coronavírus é de 6% num cenário otimista. No caso brasileiro, a Organização estima uma queda de 7,4% no PIB (Produto Interno Bruto).
Além dessa queda no poder de compra, os agentes do setor avícola consultados pelo Cepea apontam outros fatores que promoveram o aumento na busca pela carne de frango no Brasil. O pagamento dos salários e da parcela do auxílio emergencial do governo federal seriam um desses fatores, além da retomada parcial de algumas atividades econômicas.
Nesse cenário, os preços da proteína de frango subiram com mais intensidade do que as cotações das concorrentes, o que diminuiu sua competitividade. Vale ressaltar que esse movimento nos valores é de recuperação, tendo em vista as fortes quedas observadas entre março e maio – em termos nominais, o atual patamar médio de preço se aproxima do verificado em setembro de 2018.
De 4 a 10 de junho, a carne de frango congelada passou de R$4,11 para R$4,51, representando uma variação positiva de 13,32%. O preço refere-se à carne negociada no atacado, considerando uma média (Reais por quilo) das regiões: Grande São Paulo, São José do Rio Preto e Descalvado.
A carne de frango resfriada passou de R$4,10 em 4 de junho para R$4,55 em 10 de junho, representando uma alta de 18,49%. O preço referenciado é o da carne resfriada negociada no atacado, considerando uma média (Reais por quilo) das regiões: Grande São Paulo, São José do Rio Preto e Descalvado.
