09 dez 2020

Alta de insumos estabelece “Novo Normal” de preços das carnes

Segundo o presidente da ABPA, Ricardo Santin, a alta nos preços do milho e da soja reflete numa mudança de patamar para os preços da carne de frango e suína no Brasil, o que ele classificou como o "Novo Normal" dessas proteínas. Saiba mais aqui!

"Esse aumento de preços não veio somente para essa época de final de ano, mas como uma consequência estrutural de aumento de custos dos insumos".

Com essa colocação, o presidente executivo da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), Ricardo Santin, explicou que a alta nos preços do milho e da soja reflete numa mudança de patamar para os preços da carne de frango e suína no Brasil, o que ele classificou como o "Novo Normal" dessas proteínas.

carne de frango preços

Segundo dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), entre janeiro de 2019 a novembro de 2020, o preço do farelo de soja aumentou, em média, 100% e o do milho 123%. Considerando que os custos com alimentação animal representam 70% dos custos de produção de aves, produzir aves no Brasil ficou 33,36% mais caro em 2020, segundo dados da Embrapa Suínos e Aves.

A perspectiva de mudança de patamar de preços das proteínas vem acompanhada de previsões, para 2021, de um crescimento entre:

As perspectivas de crescimento, tanto para a produção, como exportação da carne de frango brasileira, são mais positivas, quando comparadas às perspectivas  dos Estados Unidos, China e Europa. Enquanto o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) prevê um crescimento de 3,3% para a produção brasileira de carne de frango, as projeções para Estados Unidos e China são, respectivamente, de 1% e 3%, enquanto para a Europa o percentual é de 1,9%.

Em termos de exportações da proteína avícola, enquanto o crescimento previsto para o Brasil é de 3,6%, para os Estados Unidos e União Europeia, as previsões são de crescimento de 0,2% e 2%, respectivamente. Segundo Santin, o Brasil tem melhores condições de ter velocidade de retorno por ter melhor elasticidade e capacidade de produção.

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Crescimento na adversidade

De acordo com a ABPA, a produção brasileira de carne de frango poderá alcançar até 13,8 milhões de toneladas em 2020, representando uma alta de 4,2% em relação às 13,245 milhões de toneladas produzidas em 2019. Já os embarques do setor poderão chegar a 4,23 milhões de toneladas, número comparativamente 0,5% superior ao registrado no ano passado, com 4,214 milhões de toneladas.

Com isto, a disponibilidade total prevista para o mercado interno deve chegar a 9,6 milhões de toneladas, volume 6,3% comparado ao mesmo período de 2019, com 9 milhões de toneladas. O consumo per capita deverá chegar a 45 quilos em 2020, dado 5% superior ao de 2019, com 42,84 quilos.

Na avaliação do presidente da ABPA, assim como em 2019, a crise sanitária de Peste Suína Africana que impactou o rebanho suíno da Ásia, de parte da Europa e da África seguiu impulsionando as exportações brasileiras de aves e de suínos. “As nações asiáticas se consolidaram como principais importadoras das carnes de aves e de suínos do Brasil, e foram os principais vetores do resultado do ano nos dois setores”, explica.

Outro grande fator de impacto nos setores produtivos foi a pandemia de Covid-19. “No mercado interno, o programa de auxílio do Governo Federal foi determinante para a garantia de acesso às proteínas nos núcleos da população mais impactados pela redução da atividade econômica”, indica.

“No mercado internacional, os impactos no fluxo de passageiros retraiu a importação de grandes destinos islâmicos da proteína animal do Brasil, como os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita, especialmente no auge da crise pandêmica nestes países. Com a diminuição dos casos e retorno gradativo do turismo nestas nações, temos observado melhora significativa na venda destes mercados”, completa o diretor de mercados, Luis Rua.

Ovos

ovos exportações huevo

Dobrando de tamanho ao longo da última década, conforme os levantamentos da ABPA, a produção de ovos deve alcançar 53,5 bilhões de unidades produzidas em 2020, número 9,1% superior ao registrado em 2019, quando foram produzidas 49 bilhões de unidades. Já o consumo per capita do setor deverá alcançar 250 unidades neste ano, 8,7% a mais que o índice registrado em 2019, com 230 unidades.

Fonte: ABPA

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