15 nov 2018

Temos Salmonella por biofilme nas tubulações de nossas granjas?

Nas granjas e abatedouros avícolas é preciso ter cuidado com a transmissão de Salmonella, razão pela qual deve-se revisar as tubulações para que estejam livres do biofilme.

O gênero de microorganismos Salmonella spp é conhecido como o agente etiológico das toxinfecções transmitidas pelos alimentos em humanos. Nesse contexto, as aves têm um papel importante, já que podem transmitir o patógeno através dos ovos e carne.

Os biofilmes são grupos de células que oferecem condições que possibilitam a persistência dos microorganismos no ambiente.

Objetivo

O objetivo desse estudo foi avaliar o perfil de formação de biofilme em 23 isolamentos de Salmonella spp de diferentes fontes da cadeia avícola. As amostras foram obtidas entre 2013 e 2014, a partir da cadeia produtiva de frangos de corte no estado do Maranhão, Brasil.

Sorotipos isolados

Os sorotipos aislados foram S. Schwarzengrund (9/23; 39%), S. Heidelberg (5/23; 22%), S. Enteritidis (3/23; 13%), S. Kentucky (3/23; 13%), S. Albany (2/23; 8,7%) e S. Typhimurium (1/23; 4,3%). Em relação à orgiem, foram isolados 69,6% (16/23) de carcaças e 30,4% (7/23) de galpões avícolas.

Teste realizado

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O biofilme foi testado em uma placa de poliestireno. As amostras foram incubadas em um caldo de tripticasa de soja (TSB) a 37°C/24 h, foram utilizados como controle negativo E. coli HB101 e como controle positivo E. coli EAC042, a placa foi tingida com cristal a 1% violeta e a densidade óptica, DO, medida com um filtro de 630 nm.

Resultados

Observou-se que todos os isolamentos foram produtores de biofilme, com 87% (20/23) sendo produtores débeis e 13% (03/23) produtores moderados. S. Albany (1) isolado de carcaças e S. Schwarzengrund (2) de um dos galpões avícolas e outro de carcaças foram produtores moderados de biofilme.

A produção de biofilme é um mecanismo eficiente de resistência bacteriana no meio ambiente, sendo um problema tanto para a saúde pública humana, como para a animal. A capacidade da matriz de polissacarídeos dificulta o acesso de antimicrobianos e desinfetantes às células, sendo responsável pela dificuldade para controlar as infecções hospitalares, que podem culminar em sepse, além de ser um desafio do ponto de vista da higiene de hospitais e plantas de abate de animais.

Correlação do biofilme

A formação de biofilme está correlacionada com a capacidade da cepa de colonizar o intestino. Um estudo recente mostrou que a produção de biofilme a 28°C correlaciona-se (P <0.05) com o índice de patogenicidade em frangos para S. Enteritidis. Já foram testadas várias alternativas para controlar esse problema na indústria avícola, como o uso de bacteriófagos, a associação entre a radiação e o hipoclorito de sódio.

Conclusões

Ao finalizar essa pesquisa, faz-se referência ao alto índice de produção de biofilme (100%), o que indica que existem cepas produtoras de biofilme na cadeia de produção de frangos de corte no estado do Maranhão, Brasil.
Esse perfil pode ser encontrado tanto no ambiente de abatedouros, como nos galpões avícolas.

 

Fonte: abstrato Poultry Science Vol. 97 (E-suppl. 2) de Novembro de 2018

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