08 maio 2018

Avicultores do Paraguai temem tráfico de frango brasileiro

Representantes avícolas paraguaios da AVIPAR e UIP estão alarmados com a possibilidade de tráfico de carne de frango, após a decisão da União Europeia de suspender a importação de carne de frango brasileira.

A preocupação com o embargo da União Europeia à carne de frango brasileira ultrapassou as fronteiras do Brasil e também está preocupando os avicultores do Paraguai. Representantes da AVIPAR (Asociación de Avicultores del Paraguay) e da UIP (Unión Industrial Paraguaya) estão alarmados com a possibilidade de tráfico de carne de frango brasileira e estão exigindo que o Governo do Paraguai amplie os controles aduaneiros.

A Avipar manifestou sua preocupação devido à suspensão, pela União Europeia, da importação do frango de 20 plantas frigoríficas do Brasil.

Segundo a AVIPAR, a sanção da UE ao Brasil estaria causando um excedente de cerca de 1,5 milhão de frangos brasileiros por dia. A situação poderia levar à entrada ilegal de frango no Paraguai.

“Deixarão de abater para enviar ao mercado externo e, ao não ter tanta saída, enviarão esses produtos às fronteiras”, declarou o representante da Avipar em Alto Paraná, Rodrigo Alderete.

“Esta situação representará una forte pressão sobre nossa indústria já que, com a atual taxa de câmbio, os produtos brasileiros se tornam mais baratos que os da indústria nacional", disse Rodrigo Alderete.

Ele acrescentou ainda que "um agravante é a falta de controle efetivo na Ponte da Amizade, onde não há servidores do Senacsa”.

Ao jornal paraguaio Vanguardía o representante da Avipar reclamou da falta de pessoal para a realização do trabalho de controle e que isso expõe o mercado paraguaio aos produtos contrabandeados. Segundo ele, ao menos 4.000 pessoas dependem diretamente da produção avícola.

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O assessor jurídico da Avipar, Raúl Peralta, afirmou que já foi solicitado à Aduana que intensifique os controles sobre a entrada de aves vivas, assim como dos derivados de frango, coxas ou ovos. "Muitos passantes entram massivamente com 10 a 20 caixas", explicou. "Eles não são os donos, são empregados de grandes revendedores e contrabandistas, que prejudicam a indústria nacional”, completou.

Anteriormente, a UIP também havia denunciado a massiva entrada de frangos de contrabando, em especial vindos do Brasil. Em entrevista à rádio La Nueva 107.5, o representante da entidade, Eduardo Filippo, afirmou que essa situação está colocando o setor avícola em xeque.

Segundo Eduardo Filippo, nesse momentos há uma invasão de frangos e, diante dessa situação, todas as indústrias avícolas estão de mãos atadas. Ele sustentou que este deveria ser um assunto entre o Brasil e a Comunidade Europeia, porém, de um dia para o outro, os frigoríficos são proibidos de exportar frangos devido a problemas e o produto acaba sendo enviado ao Paraguai.

Filippo informou que diante desse cenário, em menos de 24 horas apresenta-se a oferta de um produto perecível, que nem sequer pode ser guardado. “É uma oferta que surge em nosso país, onde a fronteira é sensível e o público compra qualquer coisa contanto que seja barata", alertou. "Isso cria uma situação espantosa na indústria porque ninguém prevê que, em una semana ou 24 horas, o mercado mude totalmente”. – ADN.

As reivindicações dos avicultores paraguaios foram ouvidas pela autoridade governamental, segundo informa o Vanguardia do Paraguai. Já no final de semana, os servidores aduaneiros reforçaram os controles na zona primária da Ponte da Amizade. No entanto, não conseguiram evitar totalmente a entrada de motos e furgões com mercadorias de contrabando.

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