Bangladesh mostra como transformar estratégia em investimento One Health com apoio de bancos internacionais
A aviNews Brasil é o único veículo de comunicação a realizar a cobertura presencial do Fórum Internacional, trazendo informações sobe os discursos e debates diretamente de Foz do Iguaçu. A cobertura, viabilizada a partir do apoio da MSD Saúde Animal, pode ser acompanhada no site, redes sociais e no Canal agriNews Play Brasil no youtube.
Bangladesh mostra como transformar estratégia em investimento One Health com apoio de bancos internacionais
O último debate do segundo dia no Fórum Internacional de Influenza Aviária, promovido pela FAO em Foz do Iguaçu, trouxe um exemplo concreto de como a abordagem de saúde única pode sair do papel e atrair recursos financeiros de peso. O caso de Bangladesh foi apresentado por Eric Brum, da FAO, e Andrés González, Oficial de Saúde Animal da FAO, e demonstrou como um planejamento estruturado pode abrir caminho para a liberação de investimentos por parte do Banco Mundial e do Banco Asiático de Desenvolvimento.
A experiência do país asiático se apoiou em diagnósticos técnicos e em uma estratégia nacional revisada em 2023, que pela primeira vez incluiu um plano de ação com custos detalhados. Segundo a médica epidemiologista Mona Lisa, do Instituto de Epidemiologia, Controle de Doenças e Pesquisa do Ministério da Saúde e Bem-Estar Familiar de Bangladesh, a definição clara de prioridades e valores foi o que permitiu avançar.
“Sem um plano de ação custeado, não se consegue montar um caso de investimento sólido”, afirmou. O especialista sênior do Banco Mundial, Shiyong (Xiong) Wang, reforçou que o segredo está na preparação.
“É preciso estar pronto, a qualquer momento, com evidências e diagnósticos. Estudos não se fazem de um dia para o outro”, destacou, lembrando que a elaboração antecipada de casos de investimento foi decisiva para o êxito do país.
O governo de Bangladesh conseguiu articular um pedido único, envolvendo três ministérios – Saúde, Pecuária e Meio Ambiente – o que foi visto como fator decisivo para sensibilizar os bancos multilaterais. O resultado foi a aprovação de aportes equivalentes a 100 milhões de dólares para cada setor, humano e animal.
“Quando processo, parcerias e política se alinham, o governo faz um pedido único e os bancos respondem com financiamento significativo”, salientou Eric Brum.
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Laure Weber Vintzel, especialista em pecuária do Banco Mundial, orientou que outros países interessados procurem o ponto focal da instituição na área de agricultura ou saúde animal em cada região, já que esse profissional tem a missão de traduzir as demandas locais em projetos viáveis.
Brum acrescentou que, em Bangladesh, a FAO atuou diretamente para sensibilizar a diretoria local do Banco Mundial, conectando saúde e agro em uma mesma agenda. O painel terminou com a mensagem de que a oportunidade aberta em Bangladesh só foi aproveitada porque havia preparo prévio e convergência entre diferentes áreas do governo.
A pergunta deixada aos demais foi: quando a chance aparecer, estarão prontos para atravessá-la?
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