Leandro explicou que o consumo de ovos já vinha numa crescente, porém, a partir do dia 13/3, quando iniciou a intensificação da crise do coronavírus, houve uma mudança no comportamento de consumo. “As pessoas ficaram em casa, deixaram de ir para restaurantes e foram para o supermercado porque precisavam comer”, salientou.
Com o aumento do consumo e escassez do produto, o preço dos ovos também aumentou. Segundo levantamentos do Cepea – Esalq/USP – uma caixa com 360 ovos brancos, que na primeira semana de março de 2019 era vendida a R$82,81 em Bastos, passou a R$99, 67 no mesmo período de 2020 (+ 20%), chegando a R$102,26 na segunda semana do mês este ano.
Segundo Leandro Pinto, a tendência do mercado foi de diminuição de produção em função do aumento do dólar de R$4 para R$5,20. O câmbio, segundo ele, provocou um aumento de 30% no valor do farelo de soja e do milho, que são os dois insumos que pesam mais no custo de produção de ovos.
Ele explicou ainda que outros produtos básicos usados para fazer ração são importados da China e também tiveram uma explosão nos preços, em função do dólar e dos problemas gerados pelo coronavírus no país.
“A crise do coronavírus começou na quaresma, que é a melhor época para se vender ovos, e os custos vieram atrás disso, subindo muito”, salientou Leandro. “Então, nós fomos obrigados a repassar, de alguma forma, para tentar garantir o mínimo da margem necessária para podermos sobreviver”, completou.
O empresário lembrou ainda que 2019 foi o pior ano da avicultura de postura no Brasil, desde que iniciou na atividade. “Para você ter uma ideia, em janeiro de 2019 chegou-se a vender 30 ovos a R$4,99 no varejo, o que é uma irracionalidade, e naquele momento não tivemos ninguém para nos oferecer ajuda”, salientou. “Fomos tirando essa diferença ao longo do ano, mas nós estamos vindo de dois anos sofridos; 2018 e 2019 não foram fáceis para nós”, completou.
Produto Nobre
Leandro Pinto também falou sobre as qualidades nutricionais do ovo, classificado por ele como uma proteína bbb – boa, bonita e barata.
“Num jantar, um médico comentou com um deputado que o dia que o poder público colocar ovo na merenda escolar e parar de dar alguns produtos que são dados hoje, depois de 15 anos, com certeza a fila do SUS vai ser muito menor”, lembrou.
Ele destacou ainda que o setor não deve pensar em número de alojamentos, mas em trabalhar para o aumento do consumo de ovo pela sociedade. A conta feita pelo empresário é de que se cada um dos 212 milhões de brasileiros consumir um ovo a mais, será possível construir uma nova granja com um milhão de galinhas.
“A gente não tem que se preocupar em frear a produção, mas sim continuar produzindo e fazer com que o consumidor entenda que está levando um produto barato e de alta saudabilidade”, salientou.
Nesse momento, Leandro Pinto destacou o papel do Instituto Ovos Brasil, que trabalha para divulgar as propriedades nutricionais do ovo. “É um Instituto forte, que precisa ser fortalecido por todos nós granjeiros do Brasil”, destacou. “Um galho na mão, pode ser facilmente quebrado, porém, vários galhos tornam-se difíceis de quebrar”, completou.
Leandro Pinto falou ainda sobre a exportação de grãos pelo Brasil e como os possíveis reflexos futuros da crise do coronavírus. “Nós entramos nessa crise, sem saber como vamos sair, diferente das outras”, disse.
Veja a seguir a íntegra da live de Leandro Pinto.
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