28 out 2020

Ajustar produção pode ser a saída para alta dos grãos

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A redução da produção de carne de frango é uma das saídas vislumbradas pelo setor para enfrentar as altas nos preços dos grãos utilizados para a alimentação animal. Ao Valor Econômico, o presidente da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), Ricardo Santin, disse que já há sinais de ajuste nos alojamentos de pintos de corte, indicador da produção futura de carne de frango.

Para Luís Rua, gerente de acesso e inteligência de mercado da ABPA, a redução potencial cortaria a demanda por milho em cerca de 1 milhão de toneladas e a de soja em 420 mil toneladas até junho de 2021. Por mês, os criadores de frango deixariam de demandar 140 mil toneladas de milho, acrescentou Rua ao Valor Econômico.

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A avicultura de corte consome 22 milhões de toneladas do cereal por ano, segundo estimativa do Sindirações (Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal). A forte alta do preço dos grãos - e sobretudo do milho, que subiu mais de 90% em um ano - é tema dos mais importantes para a ABPA, segundo o jornal.

No início do mês de outubro, a entidade solicitou ao Governo Federal, por meio da CAMEX (Câmara de Comercio Exterior), a suspensão temporária da TEC (Tarifa de Exportação Comum) para a importação de milho e de soja provenientes de nações externas ao Mercosul. Quatro dias depois, em 16 de outubro, a Camex isentou a taxa de 8% sobre o milho até março de 2021.

Na avaliação de Santin, o preço do milho está “descolado da realidade” no mercado doméstico também por razões especulativas, sobretudo a expectativa de que a China passaria a comprar o cereal brasileiro, o que ainda não aconteceu. O presidente da ABPA disse ainda ao VE que, ao contrário do se alardeava, a exportação brasileira de milho caiu.

Na safra 2019/20, o país exportou 34,5 milhões de toneladas, queda de 16% (6,5 milhões de toneladas) na comparação com a temporada anterior, de acordo com estimativa da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Além disso, a colheita brasileira foi recorde, chegando a 68,6 milhões de toneladas, frisou Santin.

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“Não teve quebra de safra e a expectativa da China não se confirmou”, realçou o dirigente da APBA ao VE. Ele reconheceu, no entanto, que a alta do dólar afeta o preço do grão no mercado interno. Desde que o Brasil se tornou um grande exportador de milho, durante a última década, o preço do cereal deixou de ser definido apenas internamente, o que reduziu o histórico poder de barganha que as agroindústrias de aves e suínos tinham para negociar a compra do cereal no país.

Matrizes (aves) mais velhas estariam sendo descartadas antecipadamente para reduzir a produção, segundo informou Santin ao VE. O dirigente da associação não tem detalhes sobre as estratégias de cada empresa, mas calcula que com uma redução de 5% a 10% da produção - um cenário hipotético, mas completamente plausível -, a demanda por grãos seria reduzida em 1,4 milhão de toneladas meados do próximo ano.

Fonte: Valor Econômico

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