14 mar 2017

Aves: criação sustentável a partir do uso responsável de antibióticos

Para garantir a produção animal sustentável é essencial manter ótima funcionalidade e saúde gastrointestinal. Desenvolver aditivos botânicos é um desafio.

Uma microbiota bem desenvolvida, equilibrada e variada é, de longe, a melhor proteção para aperfeiçoar a saúde e produção intestinal das aves, uma vez que oferece a melhor garantia de um ótimo desempenho.

Em 2017, os Estados Unidos vão regulamentar a administração de alguns medicamentos. A implementação das Diretrizes para Alimentação Veterinária (Veterinary Feed Directive, VFD) restringirá a venda livre de inúmeros antibióticos utilizados na avicultura e para outros animais.

O uso de aditivos VFD só será permitido sob a supervisão profissional de um veterinário licenciado.

A redução no uso de antibióticos está criando um vazio a ser preenchido para assegurar a manutenção dos níveis de produção.

Atualmente, as aves comerciais se alimentam a base de dietas que contém distintos aditivos alimentares funcionais em baixas concentrações, que geram respostas para além do seu valor nutricional.

Dos grupos de compostos são particularmente promissores: os ácidos orgânicos (butirato) e os fitogênicos (botânicos).

Recentemente, a exploração de métodos para otimizar a eficácia deste tipo de aditivo vem chamando a atenção da comunidade científica, assim como dos produtores.

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Butirato: onde aplicá-lo no trato gastrointestinal

butirato de sódio um sal de ácido butírico, resultante da fermentação dos carboidratos pelas bactérias anaeróbias no intestino posterior.

Se trata de uma molécula com reconhecidos efeitos microbiológicos e, em nível celular, em vários tecidos, sendo a principal fonte de energia das células intestinais, com inúmeros efeitos benéficos sobre as funções intestinais vitais.

Tanto as investigações realizadas, como a experiência de campo confirmam que o butirato sozinho ou em combinação com outras estrategias alimentares reduz a incidência da enterite necrótica. Diversas bactérias e tipos de células diferentes que se pode encontrar ao longo de todo o trato gastrointestinal (TGI) respondem ao butirato.

O grau em que se produzem os efeitos benéficos do butirato, depende da localização intestinal em que o butirato é depositado após a ingestão oral, sendo importante lembrar que, este composto, quando consumido sem proteção, é absorvido e metaboliza facilmente na parte superior do TGI, em nível gástrico.

Empresas de aditivos alimentares produzem uma forma protegida de butirato para evitar a absorção gástrica, permitindo uma maior absorção no TGI distal, observando-se resultados positivos, já que os animais se beneficiam do butirato depositado diretamente na mucosa intestinal.

Liberação rápida ou liberação lenta

O butirato é geralmente composto por grânulos revestidos com butirato, dentro de uma matriz de gordura vegetal protetora. Para os produtos com um maior teor de gordura (<50 %), apenas após a segregação de lipasa no duodeno, é que se rompe a matriz de gordura protetora, liberando gradualmente o butirato n trato intestinal.

A través de experimentos in vitro e in vivo, se ha demostrado que estas moléculas, como triglicéridos de cadena corta, no son absorbidos a nivel gástrico, sino que los enlaces laterales del glicerol deben ser escindidos por  la lipasa pancreática, con lo que se libera butirato en la parte proximal del intestino delgado.

Uma vez no intestino delgado, o butirato favorece o desenvolvimento de vilosidades, melhorando a morfologia e o funcionamento intestinal.

Mais adiante no trato digestivo, o butirato serve de fonte de energia para as células colônicas e é um precursor importante para a síntese de lípidos que são incorporados às membranas celulares.

Graças ao seu papel estrutural na  membrana celular, o butirato contribui para manter as funções de barreira e de transporte no intestino. Ele também demonstrou o importante papel que tem na regeneração de lesões, graças ao seu efeito positivo sobre as gap-junctions e a manutenção da  integridade intestinal.

Produtos botânicos: Como aproveitar seus efeitos sobre a atividade microbiana

Os aditivos alimentares botânicos usados na produção moderna de aves caipiras geralmente consistem de uma mistura variada de componentes, especificamente, ervas desidratadas, extratos de plantas e óleos essenciais, aos quais se atribuem efeitos benéficos sobre a digestão, pressão arterial, proteção hepática e ação anti-inflamatória.

Portanto, o desafio de desenvolver uma mistura de aditivos alimentares botânicos com ingredientes que provocam diversas respostas fisiológicas, com o objetivo de melhorar a saúde e o rendimento animal surge.

Assim, a abordagem mais fiável baseia-se na seleção de ingredientes de acordo com os efeitos dos componentes botânicos a uma concentração mia baixa, que atinja o controle da atividade bacteriana, melhorando a saúde intestinal.

Um potencial mecanismo de acção destes aditivos é o seu efeito sobre o Sensor de Quorum (SQ): As bactérias liberam sinais de SQ constantemente, o que lhes permite sincronizar seu comportamento. Quando a quantidade (o quorum) de uma espécie ou grupo bacteriano aumenta no entorno, aumenta a concentração de sinais de SQ. Ao alcançar um limite específico, estas moléculas ativam vias de sinalização dependentes do SQ dentro das bactérias, gerando respostas bioquímicas que são normalmente associadas a patogenicidades, tal como a produção de toxinas.

Com o objetivo de encontrar compostos que possam interromper o SQ, a Medicina Humana está se concentrando em encontrar alternativas aos antibióticos, graças à sua eficácia em baixas concentrações, e a probabilidade de desenvolvimento de resistência contra essas moléculas não-letais reduzida. A este respeito, temos que lembrar o papel que tem o SQ no âmbito veterinário, e já está implicado na patogênese de agentes infecciosos e zoonóticos, como Clostridium perfringens, Yersinia pseudotuberculosis, Campylobacter jejuni e Salmonella enterica subesp. enterica.

A saúde intestinal é essencial para a saúde e o desempenho dos animais de produção.

Muitos aditivos alimentares, incluindo plantas e butirato, têm sido comercializados para favorecer a função de desenvolvimento e intestino. Ainda que os produtores apliquem dietas “perfeitamente” balanceadas, atualmente os aditivos alimentares podem oferecer uma ajuda essencial e fiável para manter um intestino saudável.

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